Capítulo Cento e Treze

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Steve me encarava com um misto de alegria, insegurança e ansiedade. Assim que o barco chegou perto o suficiente a primeira coisa que notei foi o brilho dos seus olhos e o som que tocava, que incrivelmente só pode ser ouvido estando muito próximo. Era uma música suave e romântica que correspondia diretamente ao que eu sentia.

O barco parou próximo ao primeiro degrau da escada que dava acesso à plataforma. Meu amante rapidamente se aproximou para me oferecer a mão. Sem desviar o olhar coloquei a minha sobre a dele e senti que finalmente meu mundo voltava a girar, que minha alma estava completa e que tudo estava em seu devido lugar, apesar dos pesares.

Segurando firme em sua mão subi o lance de escada. Ele parou me olhando com tanta devoção que esqueci completamente de todos os medos do dia. Era Steve a minha frente, o homem que eu amava e que incrivelmente conseguia deixar tudo muito melhor, mais especial.

— Desculpe pelo atraso, não é fácil conseguir tudo isso assim, de última hora – beijou minha mão de uma maneira perfeita para filmes de época. Foi impossível conter o sorriso.

— Você chegou na hora certa, como sempre – minha voz não ficou natural da forma como eu queria, mas foi o suficiente.

Steve se aproximou, tomando-me em seus braços. A música ainda tocava, mas eu não conseguia me desprender do seu olhar para verificar aquele ambiente intrigante flutuando sobre o mar, muito menos para tentar descobrir onde estava a provável orquestra que desenvolvia o som.

— Feliz aniversário! – com cuidado encostou nossos rostos e tomou minha boca. Foi um beijo suave, carinhoso e cheio de amor. — Eu amo você! – colou a testa na minha como se de repente o seu ar tivesse faltado. Manteve-me em seus braços, suas mãos acariciando minhas costas. — Desculpe, eu sou um idiota, mas se você ainda estiver disposta a passar a vida ao meu lado eu estou ansioso para passar o resto dos meus dias compensando o meu erro – sorri sentindo uma lágrima escorrer e agradecendo a Deus por ter usado pouca maquiagem.

— Não tenho como te culpar de nada, Steve. Eu até poderia se você não estivesse aqui agora, mas veja isso tudo.

Afastei-me um pouco, correndo minhas vistas pelo local. Era simplesmente perfeito. Composto por diferentes plataformas, umas mais altas e outras mais profundas, que conseguiam recriar diversos ambientes. Havia uma orquestra, como eu tinha imaginado, tocando como se estivéssemos em um baile de máscaras e não como se fosse uma festa para duas pessoas. Um pouco mais adiante, uma luxuosa mesa, pequena, mas muito bem-arrumada para um jantar impecável e muito próximo dois garçons aguardando o comando. Atrás de onde estávamos ficavam três ambientes cheios de almofadas confortáveis, alguns sofás espaçosos e todos virados para uma tela que flutuava um pouco mais adiante.

Um cinema!

Meu coração estava tão acelerado com aquilo tudo. Steve era tão perfeito! Como não amá-lo? Como não desejar uma vida inteira ao lado de um homem que possui uma agenda tão cheia e mesmo assim conseguiu organizar de última hora uma surpresa como aquela? E tudo simplesmente porque não queria machucar o meu coração com o fato de ter esquecido do meu aniversário.

— Hoje é o seu dia. O dia mais feliz do ano e o mais importante de todos!

Eu tinha ouvido aquelas frases a vida inteira, sempre ditas por pessoas que eu amava e que me amavam e acreditei fielmente nelas, no entanto elas nunca fizeram tanto sentido em toda a minha vida. Parecia que apenas o fato de serem pronunciadas por Steve, tornavam-se uma verdade tão profunda e sagrada.

Ainda segurando em minha mão, me conduziu para o interior, um pouco mais próximo a orquestra que finalizava a música. Não reconheci a sinfonia que acabava, como não havia um cantor para pronunciar a letra ficava um pouco mais complicado identificar.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora