Steve não disse nada. Eu pensei que ele gritaria, ou me ameaçaria, mas durante o pequeno percurso até o meu quarto não ouvi uma só palavra. Entrei no banheiro e aos poucos minha consciência me alertava da loucura de minutos antes.
Por outro lado nunca me senti tão forte e poderosa como tinha me sentido e essa sensação persistia. Será que me sentiria assim por muito tempo ainda?
"Não sei o que o meu futuro com Steve me reserva, mas acredito que de agora em diante ele pensará duas vezes antes de agir da forma como tem agido comigo", pensei tentando manter a coragem, contudo uma dúvida imensa me corroía: era mesmo aquele tipo de vida que eu queria para mim? Droga! Seria melhor se eu me sentisse péssima. Aliás, seria muito melhor se ele se sentisse péssimo por me fazer passar por tantas coisas.
Liguei o chuveiro e deixei que a água gelada me ajudasse a ordenar meus pensamentos. Eu precisava mesmo de um banho e acredito que Steve também. Ele ainda estava preso à cadeira e eu precisava soltá-lo, mesmo sabendo que merecia continuar lá, já que eu tinha passado por algo parecido. Bem que deveria deixá-lo tentar se livrar sozinho das algemas. Conflito era pouco para o que acontecia dentro de mim.
"Como ele reagirá? Com certeza vai me matar". Principalmente por causa das açoitadas que dei nele. Tive que rir. Foi muito divertido. Talvez eu devesse guardar o chicote para uma próxima vez. Ri com mais vontade.
Relaxei por mais dez minutos. Na verdade, estava adiando ao máximo o momento de encarar Steve, já que precisaria soltá-lo e, para falar a verdade, eu nem sabia como fazer aquilo e me defender ao mesmo tempo. Talvez devesse levar o chicote. Tive que rir novamente.
Saí do banho, resolvida a acabar logo com aquela situação. Vesti um roupão, fui até a sala onde Steve estava e o encontrei do mesmo jeito que deixei. Era hilário. Ele estava nu, da cintura para baixo, e completamente vestido, da cintura para cima. Suas calças estavam ainda em seus pés descalços. Com as mãos presas, nada poderia fazer para mudar a imagem que eu tinha diante de mim.
Precisei me esforçar para não rir enquanto executava a árdua missão de soltá-lo. Steve me olhou no exato momento em que entrei na sala. Seu olhar era de raiva, mas ele preferiu ficar calado. Aproximei-me tentando não demonstrar nenhuma reação. Onde estava a minha coragem de outrora?
— Seja um bom garoto, Steve – o alertei. O sorriso em meu rosto era apenas uma forma de disfarçar o nervosismo.
Peguei as pequenas chaves que estavam dentro da caixa e parei à sua frente. Estava totalmente alerta. Segurei seu pulso direito e passei a chave na algema livrando-o. Foi muito rápido. Steve soltou sua mão e sem que eu pudesse impedir, me segurou com força pelo pescoço, me agarrando pela nuca. A força inesperada fez com que meu corpo se curvasse em sua direção e eu caí sobre seu colo. Meu coração disparou.
— Você é completamente louca – acusou-me. — A louca mais gostosa e adorável que já conheci.
Seu olhar mudou de intensidade e ele me puxou para um beijo apaixonado. A surpresa misturada ao pânico não me deixou reagir contra e, sinceramente, eu não desejava fazer isso. Steve era minha grande verdade e eu o amava, com todos os defeitos e segredos. Definitivamente, estar em seus braços era o que eu queria.
— Solte minha mão – pediu humildemente. Uau! Quanta mudança. — Não posso mais ficar um segundo sem tocar em cada pedacinho do seu corpo maravilhoso.
Entreguei a chave, ele soltou sua mão esquerda e, com a mesma urgência me levantou de seu colo jogando-me sobre a mesa. Vários papéis caíram pelo chão juntamente com outros objetos que compunham a decoração.
— Os contratos... – mas eu já estava perdida para me preocupar de verdade com qualquer outra coisa.
— Que se danem.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfiction"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...