Natasha não olhava mais em minha direção. Sabia que ela havia ficado furiosa por eu ter indicado a solução para o problema com os fornecedores, mas não dava mais para ficar observando-a se desfazer em preocupação quando eu sabia muito bem o que deveria ser feito. Cinco dias antes consegui chegar a uma resposta, como minha ex-amante insistiu em me provocar com aquela história das ações e do casamento, simplesmente deixei que provasse um pouco da loucura que era ser um CEO.
Cansado de aguardar pelo que ela faria, resolvi que deveria almoçar, de preferência em algum lugar que não me lembrasse nada do nosso relacionamento. Já havia tomado doses extras do seu amor e estava fadigado de tanto me torturar pensando naquela merda.
Ordenei os papéis, desliguei o computador e levantei, quando me dei conta de que Natasha também estava de pé com a bolsa na mão, acessório que por sinal demonstrava seu valor, sim, não era difícil perceber quando uma coisa era cara ou barata, afinal de contas eu convivia com Peggy e Carol há tempo suficiente para ter o mínimo de noção. Suspirei derrotado ao observar que seu vestido, lindo por sinal, que ficava perfeito naquele corpo que eu conhecia e desejava, também era muito caro. Carol com certeza diria que era de algum estilista famoso, mas este detalhe eu não conseguia mensurar.
Caminhamos juntos em direção à porta e tive que parar para lhe dar passagem. Ela empinou o queixo e passou sem me olhar diretamente. Sorri. Aquela mulher era mesmo perfeita. Nervosa então, era de tirar qualquer um do sério.
— Vou almoçar com Bucky, Sharon. Volto logo. Qualquer coisa pode me ligar – eu sabia que ela queria me atingir com aquela informação. Aliás, todo aquele absurdo de casamento era apenas uma forma de me atingir.
— Também estou saindo, Sharon. Caso alguém me procure, eu volto em no máximo duas horas. Por favor, passe este documento para Tony. É a declaração. Diga que estou pronto para filmar.
— E as reuniões? – Natasha virou em minha direção com um tom autoritário.
— Você está perfeitamente capacitada para conduzi-las. Não é a maior acionista? Tem que trabalhar como tal – seu rosto ficou imediatamente vermelho e meu coração pulou de saudade daquela reação. Ela mordeu o lábio inferior e passou a mão pelos cabelos. Eram os meus gestos espelhados em minha amante. Que ironia.
— Você é o CEO.
— Vou fazer o meu trabalho de CEO. Vou colocar a cara em rede nacional, ou mundial, admitir que erramos, pedir desculpas e prometer tornar o mundo um lugar melhor para se viver – caminhei até o elevador, acionando-o, ela me seguiu.
— Você programou esta reunião, é o responsável por ela.
— Eu programei tudo antes de você chegar e me informar que eu não tenho mais este poder – dei de ombros. — E Sharon esqueceu de te avisar da viagem para a Tailândia.
— Tailândia? – quase ri da sua surpresa.
— Sim. Esta viagem estava prevista há mais de um ano, só não sabíamos quando seria o melhor momento. Vamos visitar as fábricas em uma semana – ela fez uma careta, mas desviou o olhar sem querer continuar a conversa.
Entramos no elevador e ela permaneceu em silêncio, encarando a porta, com ar superior e forçado. Eu a beijaria naquele momento se não estivesse me poupando para outra ocasião. Era necessário dar um passo de cada vez com Natasha Romanoff, ou Barnes. Merda!
O elevador parou e aquela garota instigante e linda entrou. Ela fez cara de surpresa, arqueando uma sobrancelha, mas sorriu lascivamente, sem se importar com a presença de Natasha a meu lado. Eu, pelo canto do olho, consegui captar o incomodo da minha amante... ex-amante. Gostei da situação.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfiction"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...