Natasha adormeceu quase que na mesma hora. Sorri ao contemplar aquele rosto lindo, sereno, desfeito das emoções de minutos antes, quando fingiu procurar por algo que pudesse me incriminar em relação à Peggy.
Às vezes eu me negava a acreditar que Natasha pensava que realmente podia me enrolar. Como podia passar pela sua cabeça que um homem envolvido em um jogo tão sério, perigoso e profundo contra alguém como Peggy, há anos, se deixaria enganar tão fácil?
Faltava descobrir o quê, para quê e por quem. Eu sabia que Natasha não estava envolvida com Peggy, também sabia que ela procurava alguma informação. Algo relacionado a mim, ou que estaria em meu poder, já que ela não revistou nenhum outro lugar da empresa. Meu celular tocou no momento em que eu me concentrava em encontrar o fio da meada para desvendar aquele mistério.
— Phil – falei o mais baixo possível. Natasha dormia com as pernas sobre as minhas, depois de eu ter arrumado as suas roupas e a deixado composta para qualquer eventualidade. — O que você encontrou?
— Nada. Eu disse, na casa dela não tem nada que possa chamar a nossa atenção. Seria bom darmos uma olhada no carro.
— Faça o que for necessário.
Olhei de novo para Natasha, contemplando seu rosto. Ela era linda e eu a amava, porém o que poderia fazer? Pelo visto ela estava contra mim.
— Pensei em uma coisa, no entanto acredito que você será contra, afinal trata-se da sua intimidade.
— Fale – ordenei. Natasha se remexeu no sofá. — Seja rápido.
— Natasha parecia não saber o que estava procurando. As imagens mostram que estava meio perdida, não temos como direcionar as investigações para um interesse específico. Se ela não está ligada à Peggy, que é a única pessoa que conhecemos com interesse em destruir você.
— Daniel, Loki... A lista tem mais nomes.
— Não. Daniel e Loki escolheram um lado. Eles não têm motivos próprios, apenas acreditam que Peggy seja o lado mais forte do jogo. Todo mundo sabe que, quando a corda arrebentar, o lado mais fraco perderá. Voltando à Natasha, precisamos saber quem está por trás disso.
— Qual é o seu plano? – Revirei os olhos e coloquei uma pilha de papéis no colo.
Eu precisava estudar aqueles contratos, me preparar para o jantar que Peggy, tão gentilmente, havia agendado me jogando como uma bomba em uma fogueira. Ela sabia que eu poderia meter os pés pelas mãos se não estivesse pronto, mas eu não lhe daria esse gostinho.
— Quero colocar uma escuta na casa dela...
— Sem chance.
Phil não entendia meus motivos. Não podia expor Natasha daquele jeito, mesmo que significasse ficar vulnerável aos seus reais interesses. Por mais estranho que parecesse, eu confiava nela e não acreditava que minha amante seria capaz de fazer algo contra mim.
— Steve...
— Não, Phil – cortei logo. — É a casa dela. Natasha necessita dessa privacidade – passei a mão no cabelo, tentando encontrar outra solução.
— Ok. Isso complica mais as coisas. Pensei no carro e no celular, mas vou precisar da sua ajuda.
Era uma opção a ser estudada. Afinal de contas, eu já tinha interceptado as ligações e as mensagens dela uma vez. Não havia motivo para impedir que Phil fizesse de novo.
— Tudo bem. O celular e o carro – deixei claro que não queria que ultrapassasse esse limite.
— E quero que ela volte a ser vigiada vinte e quatro horas por dia. Entendeu? Vinte e quatro horas! Preciso saber de cada um dos seus passos e de qualquer pessoa que se aproxime dela.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfic"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...