Capítulo Noventa e Um

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— Puta que pariu!

Encostei o corpo no banco do carro, encarando o lado de fora. Estava muito, muito frio. Phil, sentado ao meu lado permanecia em silêncio, segurando os papéis que levara para comprovar o que haviam encontrado. Eu estava furioso. Não, estava muito mais do que furioso. Poderia matar Loki Laufeyson com minhas próprias mãos. E Peggy? O que aquela maldita pretendia com mais aquele ataque?

— Steve, você precisa agir rápido.

— Sim, é o que eu vou fazer, mas a que custo? Aquela cretina não percebeu que sua manobra acarretaria em um prejuízo absurdo ao grupo?

— Talvez esta seja a intenção dela. Não sei – Phil estava pensativo, no entanto não havia mais aquela emoção de antes, quando precisávamos contra-atacar para derrubar as artimanhas da minha esposa. Provavelmente estava cansado tanta luta. — Você devia ter transado com ela – olhei rapidamente para ele que desviou o olhar constrangido. Não era muito do Phil agir daquela forma, como se sentisse vergonha das suas atitudes, mas naquele momento era o que ele fazia. — Você sabe, nós estamos atentos às filmagens da casa – ficou ainda mais envergonhado. Estreitei os olhos.

— Não quando eu estiver em qualquer momento particular, merda!

— Não foi a intenção, cara. Aconteceu. Ficamos tensos com a volta da Natasha.

— Apague esta merda – fechei os olhos sem querer pensar naquele problema também.

— Já fiz isso.

— Quanto a Loki?

— Ele nem faz ideia de que Sharon conseguiu a planta falsa, também não vai nem passar pela cabeça dele que ela foi capaz disso. Aliás, quando você passar por eles como um rolo compressor, ninguém vai conseguir pensar em como você descobriu.

— Isso pouco me importa. Não posso tirar Peggy da empresa e ainda terei que manter Loki até obter tudo o que quero dos dois – fechei as mãos com força no volante, contemplando as luvas negras que havia escolhido para aquela manhã fria repleta de lembranças assustadoras. Peguei o celular e disquei o número dela.

— Uma ligação no domingo é mesmo um milagre. O que houve? Precisa de companhia em seu passeio melancólico e solitário? Ah, lembrei, Natasha não faz mais questão de te acompanhar...

— Cale esta maldita boca – fez silêncio por alguns segundos, mas logo sua risada cínica invadiu a ligação.

— O que você quer, Steve?

— Pode demorar o tempo que for, mas eu vou provar que você trocou as plantas da MXZ. Vou te jogar na cadeia e te ver mofar nela, envelhecer e se acabar em poucos anos – ela riu mais uma vez. — O que estava pensando? Tem alguma noção do que aconteceria se aquelas máquinas fossem utilizadas? Tem alguma ideia de quantas vidas você colocaria em risco?

— Prove que fui eu – ela mantinha a voz calma, simplesmente porque sabia que eu não tinha provas. Loki seria fácil de incriminar, mas Peggy... Ela não deixava rastros.

— Se usássemos a máquina as pessoas estariam expostas à radiação de uma maneira irremediável. Em um prazo muito curto seríamos destruídos, incriminados e desmoralizados.

— Você seria. Você é o responsável, não eu.

— Pois levarei a situação ao conselho e conseguirei afastá-la. Você está louca.

— EU NÃO ESTOU LOUCA! – ela gritou do outro lado me confundindo. — É isso o que você quer, não é? Essa sua mania de endeusar o garoto, de passar anos chorando em seu túmulo. A culpa é sua! – Peggy estava descontrolada.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora