CAPÍTULO XXXIII

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Eu estava enrolada na toalha em frente ao espelho, com os cabelos molhados me perguntando que merda estava fazendo. Era tudo tão errado e, ao mesmo tempo, tão perfeitamente definido que se tornou impossível escapar. Eu sabia que ele também sentia da mesma forma, embora não tivesse a menor ideia de até quando suportaria viver assim.

Consegui um pouco de gaze e esparadrapo num kit de primeiros socorros que havia no armário do banheiro e fiz um curativo bastante discreto, o melhor que pude nas circunstâncias. Coloquei uma fileira de pulseiras em cada pulso e, se ninguém prestasse atenção, não precisaria dar explicações sobre os ferimentos.

Vesti uma saia preta longa e justa ao corpo, uma camisa fina de mangas compridas, quase transparente, também na cor preta e escolhi um véu verde água para combinar com meu visual de quase luto. Calcei sandálias altas e verifiquei se tudo o que precisava estava em minha pasta de couro preto. Abri a porta do quarto e quase gritei de susto ao ver Steve. Ele estava sério e me encarava. Achei que estava com raiva, mas depois de alguns segundos olhando um para o outro, percebi que na verdade estava preocupado.

— Nat – falou com voz grave.

— Bom dia, Steve – fingi não me importar com a sua presença e passei por ele indo em direção à sala.

— Você foi embora ontem – seguiu meus passos.

— Ah. Você notou? Que horas? Hoje quando chegou da sua farra com Thor? – não olhei para trás, mas pude ouvir seu risinho.

— Eu voltei meia hora depois e encontrei minha cama danificada e minha namorada não estava lá.

— Sua namorada? – tive que olhar para ele. Eu queria dizer e fazer várias coisas.

— Você só poderá ser minha esposa quando conseguir me separar de Peggy.

Puta merda! Como ele conseguia? Toda a minha raiva começou a dissolver. Ele queria casar comigo? Merda! Queria muito que fosse verdade.

— Isso se eu quiser ser sua esposa – Steve abriu um sorriso imenso.

— Posso dar um jeito – ele se aproximou de mim e tirou uma caixinha de trás das costas.

— Vai comprar meu perdão com um presente barato? – levantei uma sobrancelha fingindo não estar interessada em saber o que era. Na verdade, estava morta de curiosidade.

— Primeiro: não foi barato. Segundo: não estou comprando o seu perdão, estou implorando – ajoelhou. — Eu juro que voltei meia hora depois. Jamais a deixaria algemada por muito tempo, mas a Nat impaciente quebrou a cama e se trancou em seu quarto. Achei por bem não forçar a barra – quanta mudança. — Vai pegar o presente ou não? Não tenho mais idade para ficar um dia inteiro ajoelhado – revirei os olhos. Era tão Steve ser grosseiro nessas horas. Peguei a caixinha das mãos dele.

— Apenas porque não quero fazer mal a um senhor de idade. Velho decrépito – ele riu.

Steve levantou e ficou me observando enquanto eu abria o tal presente.

Abri cuidadosamente a caixa preta com um imenso laço dourado, apenas para matá-lo de ansiedade. Eu estava me divertindo a ponto de esquecer completamente todos os conflitos anteriores. Fiz questão de virar a caixinha para todos os lados observando cada detalhe.

Steve perdeu a paciência e tomou-a de minhas mãos abrindo-a e virando o seu conteúdo para mim. Fiquei chocada. Quando ele disse que não tinha sido barato, não imaginei que seria tão caro. Uma única pedra fazia toda a diferença num anel. Um enorme e solitário diamante ofuscava todo o restante do ambiente. Fiquei boquiaberta e sem ação.

— Não gostou? – parecia preocupado.

— Steve... – eu não conseguia achar nada em minha mente que expressasse o que estava sentindo naquele momento. Minhas mãos foram para a boca me ajudando a externar o que sentia.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora