CAPÍTULO LXVI

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Voltar para casa não tinha sabor nenhum. Minha mãe estava alegre por poder voltar a ser a que cuida da filha e Bucky demorou bastante tempo. Perguntei-me várias vezes se ele fazia aquilo para surpreender Steve em uma possível visita e tive que segurar dentro de mim a raiva pelos empecilhos existentes para me manter longe do meu chefe. Bucky só estava machucado e ele não tinha culpa da obsessão que eu tinha desenvolvido por Steve.

— O que você pretende fazer em relação ao ocorrido? – acariciou meu rosto.

Minha mãe estava no meu quarto, arrumando meu guarda-roupa, o que me deixou incrivelmente aborrecida. Eu gostava da minha bagunça e não era mais uma criança para precisar deste tipo de ajuda.

— Nada. Steve não conseguiu nenhuma prova. Nada que consiga colocá-la atrás das grades – Bucky me olhou com reprovação.

— E você vai continuar agindo como se nada tivesse acontecido?

— Bucky! – suspirei. — Você não entende.

— Não entendo. É impossível entender. Ele consegue dominar todos os seus passos. Olha o que te aconteceu! Você poderia... – cerrou os dentes e comprimiu os lábios.

— Bucky, por favor! – olhei rapidamente para o quarto com medo de minha mãe estar prestando atenção em nossa conversa.

— Você não merece isso – sussurrou. — É o que quer? Correr perigo, arriscar a vida só para estar com um homem que sequer consegue ser seu – puta merda! Ele não entendia que doía muito encarar a realidade? — Ele é casado, e pelo visto a esposa não está muito disposta a abrir mão deste casamento. O que você vai fazer com a gravidez dela? – fiquei espantada. Como Bucky sabia daquilo tudo? — Natasha, você me conhece, sabe com o que eu trabalho. Nunca passaria por uma situação como esta sem averiguar o que realmente está acontecendo.

Droga! Droga! Droga!
Nunca parei para pensar nesta possibilidade. Bucky era chefe de uma equipe responsável pela segurança da informação de diversas empresas. Eles se dedicavam a manter os segredos em seus devidos lugares, ou a desvendá-los. Era um gênio, conhecedor das mais incríveis tecnologias e as utilizava para criar ou desfazer situações que favorecessem seus clientes. Era o melhor no ramo dele.

— Ele nem sabe fazer este jogo direito, Natasha – e sorriu. Puta merda! Puta merda!

— Eu não – olhei outra vez para minha mãe. — Não quero conversar sobre os problemas do Steve.

— São seus problemas também. Você já está envolvida neles e não existe maneira de sair agora. O que eu fico me perguntando é como Sharon conseguiu te convencer a...

— Não – o impedi antes que ele começasse a fazer perguntas que eu não podia responder. — Vamos parar por aqui.

— Eu não te reconheço mais – e eu senti o peso daquelas palavras me afundar no sofá.

— Desculpe!

— Tudo bem. Eu estarei perto. Sei que ele foi a sua escolha, mas não posso deixá-la sozinha nesta merda toda.

— Obrigada! – fechei os olhos e ele me envolveu em seus braços.

— Tudo pronto, crianças! – minha mãe entrou na sala e parou nos olhando sem entender nada.

— Eu tenho que ir – Bucky levantou, tão sem graça quanto eu, sem saber ao certo o que fazer comas mãos. Minha mãe aguardou, nos observando com olhar curioso.

— Vejo você depois? – eu não devia, mas gostava da companhia de Bucky, mesmo ele fazendo questão de deixar claro a sua insatisfação com a minha escolha. Ele era um bom amigo, além de ser alguém que eu confiava.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora