CAPÍTULO XLIX

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Dirigi o carro de Steve pedindo a Deus para me ajudar a não fazer mais nenhuma bobagem. Ele permaneceu calado apenas pressionando uma camisa minha no rosto evitando que o sangue se espalhasse mais. Sua camisa já estava ensanguentada e as mãos completamente vermelhas, além dos sapatos e das meias, que ele tinha insistido em colocar antes de sairmos em busca de ajuda.

Estava levando-o para o melhor hospital de New York, sem ter a menor ideia do que diria ou quem chamaria para nos ajudar. Com certeza quebrar o nariz do meu amante não era o meu único problema. Eu teria que enfrentar, ou inventar, uma mentira para justificar o que aconteceu e como fui parar com ele num hospital. Minha cabeça não conseguia formular nenhuma desculpa perfeita, principalmente depois do que ele disse após eu acertá-lo com um soco certeiro no nariz.

— Você quebrou meu nariz? – ele dissera assim que meu punho o acertou com uma força que até aquele momento nunca soube que possuía. — Por que você fez isso? – Steve olhava para as mãos tentando encontrar algo que justificasse o meu ato de violência.

— Você é um cretino, Steve – afirmei com raiva, porém quase toda a minha vontade de matá-lo havia desaparecido. Só restava o meu desespero por ter realmente machucado alguém, mesmo esse alguém sendo Steve Rogers com todas as suas mentiras.

— Eu disse que não era como você pensava, Natasha. Que droga! – gritou procurando algo que ajudasse a estancar todo aquele sangue que insistia em descer de seu nariz, formando uma poça em meu chão branco. — Eu não transei com Sharon sua... Sua... Sua maluca inconsequente! – pegou uma camisa minha que estava largada no sofá e imediatamente levou ao nariz.

— Então por que?

— Eu disse que a mulher que Peggy pensava que eu tinha um caso na empresa era Sharon e não que eu tive um caso com ela. Você é inacreditável, Natasha! Olha o que fez – sua voz saía anasalada e ele já ofegava por falar muito rápido quando só conseguia respirar pela boca.

— Steve, não estou entendendo.

Toda a minha energia estava indo embora em um segundo. Eu havia quebrado o nariz dele e ele não tinha um caso com a Sharon. Merda! O que eu tinha feito?

— Mais tarde, Natasha. Preciso de um médico agora.

Ele já estava devidamente calçado e pronto. Estava arrependida e com certo medo das consequências do meu ato. Olhando-o de tempos em tempos, apenas conseguia demonstrar angústia e insegurança.

— Steve, me desculpe! – repeti pela milésima vez desde que saímos do meu apartamento. — Eu não queria... Eu não pensei... – não conseguia formar uma frase coerente que me pudesse a convencê-lo de que estava mesmo arrependida.

— Não se desculpe!

Ele finalmente me respondeu depois de todas as minhas tentativas sem êxito. Steve estava com raiva e coberto de razão. Eu me afundaria no banco se não estivesse tão preocupada em manter o foco em dirigir.

— De olho na estrada, Natasha.

— Por quê?

— Porque não quero mais nenhum ferimento – retrucou impaciente

— Por que não posso me desculpar?

Foi a primeira coisa que veio em minha mente. Eu não sabia ao certo o que dizer a ele e também por não conseguia manter uma linha de raciocínio coerente.

— Porque você não é tão inocente quanto aparenta – cuspiu com raiva as palavras para mim.

— Você estava rindo. Eu não queria, mas você estava rindo.

Eu gesticulava e dirigia ao mesmo tempo enquanto tentava adivinhar o que ele pensava através do seu semblante. Tudo bem que Steve tampava metade do rosto com a camisa ensanguentada e evitava me olhar nos olhos, mas eu tinha esperança.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora