Era lógico que eu sabia o que aconteceria. Eu e Steve, sozinhos o dia inteiro, sem nada nem ninguém para nos interromper ou atrapalhar. Meu chefe já me dera doses homeopáticas da sua capacidade e, posso garantir, não era nada parecido com o que eu estava acostumada.
Porém, com o meu consentimento e liberados para termos uma relação completa, onde eu aceitava ser sua amante, não tinha a menor noção do que fazer. Pisquei várias vezes para me concentrar nas ações dele porque as minhas não existiam. Eu estava completamente estática e em expectativa.
Steve olhava-me nos olhos de maneira selvagem, o que não aliviava nem um pouco a pressão existente dentro de mim. Mordi meu lábio inferior e ele ao me ver fazendo isso passou a língua levemente pelos lábios.O formigamento no pé da barriga estava me deixando louca. Um misto de alegria, desejo, ansiedade, tensão e medo brincavam em meu corpo e eu lutava contra a minha vontade de fugir, ou de atacá-lo. Ele levantou a mão e acariciou delicadamente meu braço. Subiu os dedos sem pressa pela minha pele, cada centímetro era marcado por um rastro de fogo. Ele me enlouqueceria antes mesmo de me tocar de verdade.
Seus dedos subiram. A pele fria na minha muito quente, quase em combustão, chegando até meus ombros. Subiu um pouco mais e acariciou a minha bochecha que, com certeza, estava totalmente ruborizada. Eu tentava em vão controlar a respiração, contudo era uma luta perdida.
Seus olhos desceram para meus lábios e se concentraram ali. Podia sentir seu desejo, mas Steve era controlado. Muito controlado. Ele não agiria sem me fazer perder o juízo antes. Desceu o polegar até meus lábios abrindo-os minimamente, enquanto sua mão livre roçava os dedos em minha pele, até alcançar o limite do meu decote.— Não consigo escolher qual a cor ideal para você, Natasha, todas ficam lindas em sua pele.
Minha única reação foi sorrir. Respirei várias vezes tentando afastar alguns pensamentos. Eu precisava de uma bebida.
— Por que está tão nervosa? – ele sorriu torto. Seus olhos azuis e a barba por fazer, propositalmente bem arrumada, quase me fazendo esquecer a maneira correta de respirar. — Você ainda tem dúvidas? Não sabe se fez a escolha certa? – tudo nele continuava calmo e suave. Meu coração acelerou. Se ele apenas imaginasse quais eram as minhas dúvidas, terminaríamos em alguns minutos, ali mesmo no chão da sala.
— É como escolher entre pular ou não de um avião, sem paraquedas – sua sobrancelha arqueou. — Sei que enquanto estiver suspensa no ar, será lento e extremamente prazeroso, mas quando chegar o momento do choque... – olhei atentamente para ele. — A dor será real e é provável que eu não sobreviva.
Estava sendo sincera, apesar de saber que eu pularia, de uma forma ou de outra. Não existia possibilidade de voltar atrás.
— Eu acho que o medo e o risco são meus melhores estímulos – continuou sorrindo, como se minhas palavras não tivessem tido nenhum impacto sobre ele —E, principalmente... Foram os sentimentos que me trouxeram os meus melhores negócios.
— Eu imagino que pense assim.
— Francamente, Natasha, acho que todos os relacionamentos correm este risco. É como investir na bolsa de valores. Pode ser que tudo dê certo e você fique milionária da noite para o dia, mas você sabe, tanto quanto eu, que o mercado é instável e que existe um risco alto demais, e da mesma forma, você pode dormir rico e acordar falido – seus olhos continuavam doces. — Venha.
Puxou-me pela mão conduzindo-me ao sofá marrom, que harmonizava com o restante da sala. No chão, um imenso tapete branco e à frente dele a porta que dava acesso à piscina. Depois dela, apenas a floresta.
— Já conversamos sobre isso – concordei nervosamente. — Não vamos conversar mais. Entendeu? – olhei-o confusa. Por que não? — Ao menos não hoje – suavizou. — Não quero perder nenhum minuto discutindo, qualquer que seja o assunto – mais uma vez seus dedos percorreram meu rosto e eu podia jurar que meu corpo estava em chamas. — Eu já volto.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fiksi Penggemar"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...