CAPÍTULO XXXI

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O telefone tocou e atendi já me preparando para o que viria, mas não fazia ideia do que me esperava. Com a pressa e a certeza de que Steve estaria do outro lado da linha, nem me dei ao trabalho de confirmar o número no identificador de chamadas.

— Oi – falei animada.

— Oi, Nat! – Carol respondeu eufórica do outro lado da linha.

— Carol? – quase gritei em resposta.

Dentre tantos acontecimentos que poderia esperar naquela viagem, jamais imaginei que teria a minha noite com Steve interrompida por tantos imprevistos. Este era o mais improvável de todos.

— Sim. Estava esperando por alguém? Pelo seu tom de voz, acredito que alguém como Bucky ficou de ligar – Bucky? Ela estava tão longe da realidade.

— Não – apressei-me a responder. — Na verdade eu estava assistindo a um filme, aí atendi ainda no clima – ela riu do outro lado.

— Como estão as coisas por aí?

— Quentes – muito quentes na realidade e sem nenhuma previsão para amenizar o calor que eu estava sentindo.

— Quentes de calor ou quentes de sucesso?

— Quentes de calor. Ainda não tivemos nenhuma reunião, apenas um jantar que eu não pude participar – revirei os olhos lembrando-me da expressão do Loki quando falei sobre o fato.

— Por que não?

— Não sei, Carol. Ainda não sei. Você conhece seu irmão – eu realmente não queria me aprofundar naquela história.

— Conheço? Às vezes penso que não mais.

— Acredito que não posso ajudá-la neste assunto – tentei cortar a conversa antes que ela começasse com todo o mistério da história de Steve e Peggy.

Eu ainda não conseguira digerir a conversa deles naquela noite na boate e, muito menos, a conversa que tivera com Pepper. Na verdade eu nem queria continuar conversando. Queria mesmo era desligar e atender a ligação do Steve que, com certeza, já estava quicando de ansiedade e nervosismo. Aquela viagem estava sendo sexualmente frustrante.

— Verdade. Também não quero você envolvida com essa confusão. Mas conte-me, como Thor está se comportando? Ele falou alguma coisa sobre o que aconteceu na boate?

Eu sabia que Carol não pararia de falar e que nossa conversa seria longa, por isso deixei que minha expectativa para o final de noite fosse enterrada. Talvez era o melhor a ser feito. No dia seguinte ele daria um jeito na porta e nós teríamos o nosso momento sem aquela bagunça toda.

Comentei com Carol sobre não perceber nenhum problema da parte de Thor a respeito do incidente na boate. Contei a conversa que tivemos no avião, omitindo alguns detalhes, é claro. Carol começou a falar sobre os detalhes da festa de confraternização e eu, como uma boa amiga, me propus a ouvir, mas, antes de dar qualquer opinião, ouvi uma batida fraca e imediatamente percebi que Steve estava na porta de acesso entre nossos quartos.

— Carol. Vou desligar a TV. Espere um pouco – deixei o telefone sobre a mesa e corri até a porta me certificando de que as batidas vinham realmente de lá. — Oi – falei apressadamente.

— Seu telefone só dá ocupado – ele estava nitidamente impaciente.

— Eu sei. Carol foi mais rápida.

— Carol? O que ela quer?

— Conversar.

— Diga que está com sono e desligue.

— Não posso, Steve. Ela está me ligando de outro continente para conversar, não posso simplesmente dizer que estou com sono e ignorar as necessidades da minha amiga – ele riu do outro lado.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora