CAPÍTULO XXXVIII

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Antes de qualquer coisa, me sinto na obrigação de informar que este capítulo contém algumas cenas fortes. Por favor não insista se perceber que a leitura está lhe deixando desconfortável. Caso isso aconteça, deixe um comentário ou me chame na dm para que possamos resolver da melhor forma possível!

Boa leitura :)

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Eu queria ter vontade de sair. De ligar para minhas novas amigas: Carol e Pepper, ou passar um tempo com as velhas amigas: Wanda e Sharon. Ou até mesmo, quem sabe, Bucky. Não importava quem. Queria apenas me sentir viva de novo, como na sexta-feira, quando Steve disse que me amava.

Como eu queria que fosse verdade. Como queria poder correr para os braços dele e me sentir completa outra vez. Mas era impossível. Steve podia até me amar, porém essa constatação não o faria desistir de Peggy nem de qualquer que fosse o seu segredo.

Meu sábado transcorreu lento e arrastado. Sem precisar estar na empresa, fingindo que tudo estava bem, restava-me cuidar da casa. Tinha feito a maior de todas as faxinas em meu minúsculo apartamento, e isso contribuiu para cansar meus músculos o suficiente para dormir por algumas horas. Como meu subconsciente estava de mal comigo, sempre acordava antes do esperado e pensando em Steve.

Eu preciso tirá-lo de dentro de mim ou vou acabar enlouquecendo.

O domingo começou muito cedo. Durante as primeiras horas, fiquei no sofá, usava o meu surrado moletom, tinha os cabelos presos em um coque todo bagunçado. Resolvi preparar o almoço, macarrão ao sugo era tudo que eu me daria o trabalho de fazer. Comi bem menos do que esperava e o que sobrou foi parar na geladeira, aguardando uma segunda oportunidade.

Tomei banho, lavei os cabelos e me forcei a vestir um jeans e camiseta. Calcei o velho All Star vermelho, coloquei meu novo livro "O Senador" na bolsa e decidi que caminharia até encontrar um lugar sossegado onde pudesse parar e ler um pouco. Talvez fosse até o parque. Um pouco de ar puro viria a calhar. Olhei para o relógio, 14 horas, peguei minhas chaves e, antes de sair, ouvi o que menos esperava. Alguém abria a minha porta e esse alguém só poderia ser ele.

A surpresa em vê-lo em minha casa, depois de tanto tempo, era a mesma que ele demonstrou por me encontrar de saída tão próxima à porta. Steve vestia um jeans claro e uma camisa preta de algodão e mangas compridas. Ele usava tênis. Em nada lembrava o CEO que eu conhecia. Seu olhar não mostrava a mesma vitalidade de sempre e parecia ter chorado. Não. Não o meu Steve. Ele hesitou ao me ver, mesmo assim entrou me fazendo recuar, então fechou a porta atrás de si, impedindo a minha passagem.

— Não acredito que esteja aqui para devolver as chaves.

Tentei ser dura e fria, mas não consegui. Minhas palavras saíram fracas.

— As chaves são minhas.

Ele também não parecia conseguir utilizar o tom certo para entrar naquela briga.

— Vai sair?

Tentou disfarçar, porém seu maxilar rígido demonstrava insatisfação.

— Se você permitir.

Indiquei a porta que ele obstruía. Steve não se mexeu. Colocou as mãos no bolso da calça e abaixou os olhos. Parecia lutar contra algo.

— Com licença? – chamei sua atenção.

— Nat, preciso que venha comigo.

Seus olhos voltaram a me fitar. Foi como ser sugada para dentro da sua alma. Pesada, profunda e obscura. A forma como falou deixou claro que não teria outra escolha, mas eu não desistiria sem lutar.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora