Antes mesmo de abrir os olhos percebi a ausência do Steve na cama. Fiquei parada, tentando absorver qualquer movimento que entregasse a sua presença. A casa estava totalmente silenciosa. Como se ele nunca tivesse estado lá. Eu até acreditaria nisso, se seu cheiro não estivesse impregnado em meu travesseiro.
Como deduzi, ele já tinha saído. Como não podia deixar de ser, deixou um bilhete "não se atrase". Ri satisfeita.
Pensei nos últimos dias. Sharon me pedindo ajuda, Carol fechando o cerco para ajudar Peggy a destruir meu relacionamento, Steve me contando o que havia acontecido entre ele a esposa. Puxei o lençol e cobri o rosto desejando me esconder de toda aquela loucura. Bem que podia ser tudo um pesadelo.
Não era. O melhor a fazer era levantar e encarar a vida de frente impedindo-a de me atropelar. Tomei banho, forcei-me a comer alguma coisa, escolhi uma calça preta, justa ao corpo e uma camisa branca de manga, olhei no espelho e me achei com cara de executiva. Talvez com cara de secretária eficiente de um CEO controlador e obcecado por horário.
Como de costume, o problema de chegar em cima do horário era encontrar uma vaga. Todos os dias eu praguejava e amaldiçoava aqueles que chegavam cedo por conseguirem estacionar seus carros em um lugar mais próximo da entrada do prédio. Corri para alcançar o elevador constatando que estava atrasada.
De novo. Eu nunca me encaixaria!Por que eu era a única que não me adaptava ao horário da empresa?
Respirei três vezes, bem profundamente e mentalizei outro atraso do meu chefe. Nesse caso ele não teria como me censurar. Fui jogada na realidade assim que as portas do elevador abriram e revelaram Steve em sua sala, lindo, envolvido pelo trabalho. "Eu devia ter acordado mais cedo para aproveitar a companhia do meu amante" suspirei.
Tony estava com ele. Os dois conversavam calmamente e conferiam papéis sobre a mesa. "Ok. Hora de fingir indiferença profissional". Guardei a bolsa, fiquei com o Iphone, liguei o computador e telefonei para a sala do Sr. Rogers.
— Atrasada – ríspido e seco. Soltei o ar dos pulmões.
— Sr. Rogers, meu namorado esqueceu de me acordar, muito provavelmente porque teve medo do que eu faria assim que tivesse consciência do seu corpo ao lado do meu – a risada estrondosa de Tony alcançou o meu ouvido.
Merda!
— Viva voz, Srta. Romanoff – falou do outro lado.
— Oh, merda! – fechei os olhos com força e implorei para que o prédio desabasse.
Certo. O prédio não desabaria então eu precisava levantar a cabeça e dar um jeito de desfazer, ou simplesmente esquecer, o deslize.
— Bom, Sr. Rogers, estou aguardando suas instruções. Bom dia, Tony!
— Bom dia, Natasha! – respondeu ainda rindo.
— Preciso de uma lista de fornecedores. Tem um e-mail em sua pasta, com a solicitação. Encaminhei uma pesquisa sobre o mercado sul-americano, todas as especificações estão em seu e-mail. Preciso de tudo até o final da manhã. Daniel entrará em contato sobre um contrato que preciso reavaliar. É muito provável que alguém o traga. Entendeu? – revirei os olhos, ciente de que ele estava bem atrás de mim, separado apenas por uma parede de vidro.
— Sim, Sr. Rogers – tentei não ser irônica. — Algo mais?
— Sim, uma xícara de café com creme, pouco, e... Quer alguma coisa, Tony? – tive vontade de xingar, mas me contive.
— Um copo com água, por favor! – o humor na voz do irmão do meu chefe me deixou ainda mais irritada.
— Rápido, Srta. Romanoff – foi incisivo. Um perfeito filho da puta mandão.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfic"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...