As lágrimas caíram sem que eu fizesse qualquer esforço. Steve permaneceu me observando sem nada dizer. Depois de algum tempo balançou a cabeça, expulsando algum tipo de pensamento. Suas mãos correram seus cabelos puxando-os para trás.
— Por que você está chorando? – caminhou para mim e me puxou em um abraço apertado.
— O bebê...
— Não era meu – retrucou.
— Como você pode saber? Ela perdeu o bebê. Agora nunca saberemos.
— Natasha preciso que você se acalme.
Ele nos afastou me segurando pelos ombros para olhar nos meus olhos.
— O bebê já estava morto. Não o perdeu em consequência da queda – fiquei chocada com a notícia. — Desconfio que Peggy já sabia e armou aquele circo para comover Ana.
Steve passou as mãos pelos cabelos novamente. Ele parecia cansado. Exausto. Puxou o ar com força e recomeçou.
— Paguei uma fortuna para que o hospital aceitasse fazer o exame de DNA no feto com urgência. Valeu a pena. Consegui provar que o filho não era meu. Se bem que não precisava. A reação de Daniel comprovava que ele era o pai.
— E Peggy, já sabe? Você conversou com ela?
— Não. Ainda não. Mas vou assim que ela receber alta.
— E Ana?
— Ana? – sorrindo Steve levantou da cama indo até a porta. — Ela mesma pode te dizer o que acha disso.
Ele abriu a porta e Ana entrou no quarto. Fiquei petrificada. Ana entrou sem nada dizer. Ela e Steve se olharam e ele saiu nos deixando sozinhas.
— Natasha, acredito que precisamos conversar – continuei petrificada. — Steve me explicou tudo. Não posso dizer que estou satisfeita com o que aconteceu, também não posso te culpar por nada. No fundo, e após ter conhecimento de toda a sujeira que ele fez questão de esconder de mim, eu consigo me sentir bem por saber que meu filho encontrou alguém para tirá-lo desta vida. Só posso lamentar a forma como tudo aconteceu. Mas sabe, Natasha? Eu assisti meu filho morrendo a cada dia desde que o pai dele sofreu aquele acidente, depois houve a morte do Nate e todos os problemas que vem enfrentando. Confesso que é um grande alívio saber que ele é feliz outra vez, se é que podemos enxergar felicidade em meio a tantos problemas.
— Ana, eu não me envolvi com Steve de maneira leviana. Nós nos apaixonamos. Sempre foi real. Nunca houve dúvidas.
— Eu sei. Tenho certeza que foi e continua sendo assim. Não há mais o que justificar, Nat. Depois de tudo o que Peggy fez, a maneira como ela nos usou, não há nenhuma chance de eu ficar contra o relacionamento de vocês dois. Só de imaginar que ela tem uma parcela de culpa no que aconteceu com meu Joseph...
Ana se calou com os olhos marejados. Era fácil entender o lado dela. Eu não conhecia muito da história dela com Joseph. Carol e Steve sempre falavam que era uma relação muito forte. Existia entre eles o amor verdadeiro. Estremeci ao imaginar como seria se acontecesse o mesmo com Steve, assim com tive uma dimensão aproximada de como era para Ana.
— Peggy perdeu o filho – ela fez uma careta de repulsa.
— Um filho que usaria para chantagear Steve, esta criança sofreria se tivesse nascido. Deus sabe como resolver todos os problemas. Sinto tanto ódio por ter sido cega para as artimanhas de Peggy. Eu acompanhei de perto o sofrimento do meu filho quando perdeu aquela criança. Eu vi Peggy acusá-lo pela morte do menino e o coitado era apenas mais um meio de ela alcançar seus objetivos. Ela mentiu e enganou a todos.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfiction"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...