— Fique calma! – Steve ainda me abraçava tentando me fazer raciocinar da forma correta.
Se não fosse por ele eu teria desabado na frente do meu pai. Steve, prevendo o que seria revelado, se adiantou a me tirar dos braços de Alexei e fingiu que tudo não passava de um ataque de ciúmes de uma filha única. Claro que suas mãos sustentando meu corpo me ajudaram a colaborar com a farsa. Quando meu pai suspeitou de alguma coisa, eu apenas disse que era um leve enjoo matinal e ele acabou cedendo acreditando que eu estava apenas tendo uma reação a gravidez, e como nada poderia ser revelado ao meu "marido", preferiu aceitar e se despedir.
Depois disso eu desabei.
— Como ela pôde? O que vamos fazer?
Eu tremia consideravelmente e as lágrimas desciam sem que fosse possível impedi-las. Bucky levou menos de vinte minutos para estar ao meu lado com um plano traçado e em prática, mesmo assim, eu não me acalmava. Peggy tinha alcançado meu pai e sabe-se lá quem mais em minha vida.
— Minha mãe...
— Continua protegida, Nat. Recebi imagens dela aproveitando as férias – Bucky estava tenso, mas seguro. — Peggy não chegou até ela e se depender de mim, não vai chegar.
— E como ela conseguiu estar com o meu pai? Como se envolveu com ele sem que tivéssemos noção do que estava acontecendo? Você me garantiu que ele estava seguro.
— E ele estava. Não existe nenhum registro de contato entre eles dois. Esta história está estranha e mal contada, mas eu já coloquei uma equipe investigando.
— Eu não vou suportar! Por favor, não posso deixar que nada aconteça! – os braços de Steve ainda estavam a minha volta, mesmo estando eu sentada no chão do quarto.
— Nada vai acontecer, amor. Nós reforçamos a segurança. Ana está nos mantendo informada de cada passo de Peggy, o telefone dela está grampeado, o quarto tem escuta, não tem como um detalhe como este passar despercebido.
Olhei para Steve e depois para Bucky, que confirmava com a cabeça tudo o que meu amante dizia. Senti um leve incômodo no pé da barriga, rapidamente minhas mãos correram meu ventre. Alguma coisa estava errada. Vi os olhos de Bucky acompanharem meu movimento e sua boca formar uma linha fina.
— Nat – Bucky se ajoelhou a minha frente. — Você precisa se acalmar – e seus olhos diziam exatamente o que ele temia. Meu coração acelerou. — Vamos enfrentar uma viagem longa e tudo precisa estar bem com você.
A cólica aumentou e senti meu ventre contrair. Merda!
Tentei conter minha cara de dor. Não era absurdamente doloroso, mas o pavor de perder meu filho deixava tudo mais difícil. Bucky se mexeu incomodado. O que poderíamos fazer? Revelar naquele momento a Steve que eu esperava um filho e correr para o hospital sem ao menos lhe dar a chance de absorver a informação?— Por favor, Natasha! – Bucky estava apreensivo. Uma gota de suor escorreu em minha testa. Eu estava me esforçando para conter o desespero. — O que eu posso fazer?
— Nat, você precisa se acalmar – Steve pareceu incomodado com a aproximação de Bucky. — Vou buscar um calmante para você. Vai ser melhor assim.
— Não! – quase gritei. Steve não sabia, mas eu não podia tomar qualquer remédio. — Eu vou me acalmar.
— Natasha, você vai precisar muito mais do que seu autocontrole quase inexistente – me repreendeu. Não podia condená-lo, ele não sabia que estava prejudicando o próprio filho.
— Eu vou ficar bem. Só preciso... – olhei para Bucky e sabia que poderia contar com ele. — Só preciso dar uma volta.
— Uma volta? – Steve esbravejou ao meu lado. — Está maluca? Nós precisamos estar no aeroporto em duas horas. Não posso deixar você sair por aí neste estado!
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fanfiction"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...