CAPÍTULO LXX

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Minha mãe me acordou cedo. Steve havia me enviado uma enorme caixa branca com um laço vermelho. Apesar da curiosidade dela, preferi levar para o meu quarto e abrir sozinha. Levando-se em consideração o histórico dos presentes que Steve já havia me enviado.

Com a porta fechada abri a caixa e encontrei, enrolado em um papel seda, um sobretudo preto de cintura alta. Embaixo um vestido grafite, brilhante. Passei os dedos pelo tecido leve e o levantei para poder entender melhor o que meu amante tinha em mente.

Era um vestido solto, do tipo que insinuava completamente as formas. Na frente um decote generoso, sendo a única parte que ficaria colada ao meu corpo. As alças finas passavam pelos ombros e desciam pelas costas revelando que estariam completamente nuas. Apenas uma tira passava ao meio unindo as duas alças na altura do peito. Abaixo dela o tecido caía até a curva que iniciava a minha bunda. Era curto, porém deslumbrante.

Olhei novamente dentro da caixa, consciente de que Steve não fazia nada pela metade. Ainda havia um par de scarpin, meias 7/8 também pretas, uma caixinha de veludo preto contendo brincos, pulseira e colar de ouro branco com pedras que não consegui identificar. Meu amante era um homem incrível, que sabia a maneira certa de deslumbrar uma mulher. Seja lá o que fossem aquelas pedras, eu sabia que eram muito valiosas.

Enrolada em de papel de seda estava o que eu tanto procurava. Uma calcinha de renda. Preta e larga dos lados, curta como um micro short. Imaginei tudo o que faríamos após a festa e desejei urgentemente que esta hora chegasse logo.

Deixei o vestido e todo resto sobre a cama e corri para o banheiro com a calcinha e o celular. Tirei a camisa velha que estava vestindo, arranquei as meias e a calcinha e coloquei a que Steve havia me enviado. Olhei pelo espelho e gostei do que vi. Peguei o celular e o apontei para o espelho tirando uma foto minha, de costas, olhando para trás. Fiz questão de focar bem na bunda. Abri o aplicativo e escrevi sobre a foto "contando os segundos", depois enviei para meu chefe.

Tirei a calcinha, tendo o cuidado de mantê-la limpa e recoloquei as minhas roupas. Saí do quarto e abri a porta para que minha mãe pudesse entrar e matar a curiosidade sobre os presentes. Claro que escondi a calcinha em meu guarda-roupa. Era muita informação para ela.

— Mas isso é...

— Caro? Uma fortuna? Uma extravagância? – brinquei enquanto admirava minha mãe embasbacada com as joias que eu acabara de receber.

— E mais um pouco. O que você vai fazer com joias como esta? Não pode andar na rua com elas, e com certeza não pode usá-las que costuma frequentar.

— Nós vamos nos casar, mãe! Provavelmente eu terei inúmeros lugares propícios para usá-las. Não se preocupe, saberei dar uma utilidade a elas – ri e minha mãe sorriu, mesmo sem querer dar o braço a torcer.

— O vestido é lindo, mas você ficará muito exposta – voltou a olhar para a peça que eu havia deixado sobre a cama para melhor admirá-la. — E também não me parece nada comprado em uma loja qualquer.

— Steve sendo Steve.

— Metido, extravagante, arrogante e com certeza dominador – fiquei chocada com os adjetivos empregados por Melina. — Ele manda em sua vida. Determina o que pode e o que não pode fazer e agora ainda escolhe o que deve vestir.

— São presentes. Eu passei muito tempo impossibilitada de sair e não consegui providenciar nada. Ele se preocupou, cuidou de mim e com certeza salvou a minha noite – ela revisou os olhos. — Até parece que é diferente do que seu marido faz com você. Tenha santa paciência!

— E você está ficando petulante como ele – ela deixou o vestido sobre a cama e levantou. — Ainda sou sua mãe, mocinha não esqueça disso.

— Não tenho como esquecer. Vamos mesmo brigar no seu último dia aqui? – ela me encarou e logo amoleceu. Era mesmo desnecessária uma briga em suas últimas horas ao meu lado.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora