Steve saiu rapidamente me deixando ansiosa pela nossa viagem. Mesmo confusa, triste, assustada, ainda me permitia sonhar com o dia em que encontraríamos paz. Meu objetivo continuava o mesmo: ajudar Sharon a encontrar as provas necessárias para incriminar Peggy, contudo Steve continuava sendo a minha prioridade. Eu só não sabia até que ponto estes dois caminhos conseguiriam trilhar na mesma direção, ou se em algum momento teria que escolher um deles. Era complicado demais. O melhor a fazer era me concentrar somente nas promessas para o dia seguinte: eu, Steve e o avião.
Sharon seria um assunto que eu só voltaria a pensar após a viagem. Corri para a cama implorando para que o sono me abraçasse logo. Eu queria estar naquele avião mais do que nunca.
Não percebi quando adormeci. De repente eu estava na casa de Steve. Não a casa dele com Peggy, mas a casa que íamos quando tirávamos o dia para nós dois. Andei pelas salas e corredores, procurando por ele. Eu podia ouvir a sua voz. Ele ria e brincava. Também ouvia o riso de uma criança.
Fui em direção ao som e encontrei Steve correndo com um menino nos ombros. Ele fazia o barulho de um avião e a criança ria sem parar, fazendo Steve rir também. Foi quando notei Peggy. Ela estava no canto. Olhava para os dois sem nenhuma expressão. Steve caminhou até ela tirando seu pequeno filho do ombro e a entregou a aquela mulher horrível com olhos vazios. O menino chorou querendo voltar para o pai.
Steve saiu da sala, mas Peggy continuou parada com a criança. Eu queria seguir meu amante, porém algo me dizia que era com Peggy que eu teria que ir. Ela saiu passando por uma porta revelando a piscina. Foi quando notei Sharon, parada próximo de onde estávamos. Seus olhos assassinos fixados na mulher que havia se tornado a sua obsessão. Eu não sabia o que fazer.
Caminhando sem parar, Peggy foi com o menino nos braços e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa para impedir, ela o jogou dentro da piscina funda.
Gritei desesperada, contudo minha voz não saiu. Tentei correr para salvar o garoto e percebi que minhas pernas estavam pesadas. Era como se eu estivesse afundando e então me dei conta de que eu tinha sido arremessada naquela piscina e me debatia tentando respirar. Não era o pequeno Nate que ela estava matando e sim a mim.
A água da piscina se movimentava como um maremoto, e nos momentos em que eu conseguia colocar a cabeça para fora, apenas via Peggy impassível na beira, observando-me afogar. Sharon, também não se movia para me ajudar. Seu sorriso era diabólico. Eu afundei.
Acordei desesperada procurando por ar. O lençol preso ao meu corpo estava ensopado de suor. Eu ofegava. Sentia a minha garganta queimando e algumas lágrimas que com certeza haviam descido durante o pesadelo. Olhei para o relógio e me assustei. Puta merda! Eu estava atrasada.
•••
Meu telefone tocou dez vezes enquanto eu seguia para o aeroporto. Atendi apenas a primeira ligação, quando entrava no táxi pedindo ao motorista para me levar, o mais rápido possível. Steve estava na linha. Sua voz baixa indicava que não estava nada satisfeito com o meu atraso.
— Por que está atrasada?
— Estou bem, Steve.
Toda aquela cobrança me deixava apreensiva. Com a pressa e, ainda assustada pelo sonho, acabei me esquecendo que ele poderia ficar preocupado. Peggy era uma ameaça apenas em meus sonhos, pelo menos por hora.
— Eu sei que está bem. Se algo tivesse acontecido eu seria o primeiro a saber.
Sua voz continuava baixa, sem nenhum tipo de pânico, então todo aquele mau humor era por causa do meu atraso? Que coisa mais chata! Olhei para o retrovisor em busca dos seguranças. Eles estavam lá, seguindo todas as curvas e mantendo-se próximos.
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Pleasure | Love (Romanogers)
Fiksi Penggemar"Você já sentiu vontade de tocar em algo que sabe ser proibido? Já teve o desejo irresistível de experimentar alguma coisa que sabe não ser socialmente ou eticamente correto? Tão proibido e ao mesmo tempo tão desejável que poderia destruí-la?" Não p...