Capítulo Cento e Um

375 38 6
                                    

— Senti sua falta – meu pai se mantinha ao meu lado. Um sorriso largo e sincero que deixava o meu coração mole.

— Eu também – admiti me reconhecendo que minha mente parecia estar de volta a infância.

— Seu pai precisa de notícias. Não é porque agora é uma mulher cheia de responsabilidades, que não depende mais financeiramente dos pais, que pode ficar tanto tempo sem ligar – me repreendeu sem realmente querer fazê-lo.

— Pai! Eu ligo sempre, não seja tão chorão – ele riu e Steve nos acompanhou.

Ele estava ao meu lado, respeitando o meu momento com Alexei e fazendo o seu melhor papel de marido apaixonado. Tenho que ressaltar que como marido apaixonado ele conseguia ser melhor do que CEO. Seus dedos, de tempos em tempos, acariciavam meus braços e sua mão estava sempre na minha.

— Tem certeza de que não quer comer nada? – meu pai negou com a cabeça. Havia comido no caminho. Ele e sua mania de ser sempre independente.

— Eu estou bem. Feliz por estar aqui, mesmo que por pouco tempo.

— Sinto muito. A viagem já estava agendada há muito tempo. Se tivesse avisado... – Steve interferiu, fazendo questão de ser agradável. — Mas fazemos questão de tê-lo como hóspede por quanto tempo precisar, Alexei. Não é, meu amor?

Puta merda! O que ele estava fazendo? Meu pai não podia ficar mais do que planejamos. O que ele faria naquele apartamento sozinho? Como conseguiríamos dar seguimento ao plano se ele ficasse por lá? Não. Não seria possível. Steve passou o braço sobre os meus ombros e acariciou meu braço, me confortando.

— Eu realmente não pretendo ficar muito tempo. Como sabem, tenho que partir em dois dias. O trabalho exige muito de mim – sorri aliviada para me censurar logo em seguida. Era o meu pai e eu não podia desejar que ele partisse tão rápido. — Natasha, você está bem. Mais corada, ganhou peso – Steve riu provocante e eu pensei mais uma vez na possibilidade de atacá-lo com meu cotovelo.

— Não faça isso, Alexei! Você acaba de despertar uma fera – eles riram deixando-me ainda mais irritada.

— Isso não tem graça! – adverti.

— Você está linda, meu amor! – meu "marido" beijou minha cabeça e acariciou meu braço.

— Realmente, você está linda, minha filha – mas ambos continuaram rindo. Movimentei meus quadris sobre o sofá demonstrando desconforto.

— Bom... Vou deixá-los. Preciso tomar um banho e fazer algumas ligações antes de deitar – Steve levantou estendendo a mão para meu pai, mais uma vez. — É um prazer conhecê-lo, Alexei! Aproveite a sua filha.

— Obrigado, Steve! É um prazer conhecê-lo também.

Vi Steve sair em direção ao quarto e me perguntei o que exatamente ele tinha de tão importante para resolver. O que ele faria sozinho em meu quarto? O que buscaria? Merda! Ainda tinha na bolsa o CD da ultrassonografia. Rezei internamente para que ele não o encontrasse.

— Cansada? – meu pai me tirou do meu devaneio.

— Um pouco. Apenas um pouco. Como estão as coisas? – ele sorriu e me olhou por um tempo, sem responder a minha pergunta.

— Como estão as coisas, Natasha? – devolveu a pergunta e inclinou o corpo para frente apoiando os cotovelos nos joelhos. Fiquei vermelha. Eu sabia que em algum momento teríamos que ter aquela conversa.

— Eu estou feliz – admiti timidamente.

— Eu sei.

— Pai... Não sei de que forma a mamãe passou as informações...

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora