Capítulo Oitenta e Cinco

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Steve partiu naquele carro com Bobbi e eu não consegui controlar meu coração. Este era mais um dos pontos negativos da gravidez. Você chora sem motivos, ou com motivos, mas nada tão sério, já que estava nos planos implantar Bobbi como sua nova amante, pelo menos teoricamente. O fato é que você chora, sempre, e sem o menor controle. Sem contar que os nervos ficam à flor da pele, então você passa da maior tranquilidade a mais terrível irritação, em segundos. E foi exatamente o que aconteceu.

— Você vai ficar monitorando todos os meus passos? Vai ficar escutando todas as minhas conversas com Steve sem me dar nem um segundo de paz? – Bucky me olhou assustado.

— Natasha, nós combinamos isso. Não tenho culpa se não consegue impedi-lo de se aproximar tanto, nem de deixá-lo falar as coisas que fala para você. Aliás, foi justamente por escutar que eu consegui impedir que o Steve te dobrasse.

— Droga.

Cruzei os braços em minha barriga. Bucky suspirou, ligou o carro e partiu, antes dando passagem a Steve, que partia com aquela... Aquela garota linda. Passei a mão no rosto e respirei fundo.

— Você sabe que Bobbi apenas vai conduzi-lo para o ponto que desejamos.

— Ele vai transar com ela – as mãos de Bucky fecharam no volante denunciando a sua insegurança.

— Claro que não vai. Ele está apenas fazendo com que você pense que vai acontecer – sorriu e eu não senti força em suas palavras. — Pare com isso, Natasha! Você está me deixando louco com essas reações de mulher grávida. É pior do que TPM, aliás, é uma TPM agravada e constante – deu risada. Minha cara mostrou que eu não estava gostando nadinha daquela conversa. — Estou brincando, Nat! Meu Deus, hoje você está terrível.

— Como pode brincar sabendo que eles estão juntos neste momento?

— Eu confio na Bobbi. Se não confiasse não a teria colocado nessa.

— Eu não confio no Steve – voltei a cruzar os braços na frente da barriga, mas Bucky riu alto. — Estou falando sério. Ele estava com Peggy, transando ou... ou... Você sabe. Aquela merda toda. E dizendo me amar? Então, acha mesmo que ele não vai levar a Bobbi para cama? Ele vai sim. Eu tenho certeza. E ela vai permitir, porque eu conheço o Steve, sei como ele consegue ser persuasivo quando...

— Chega, Natasha! – sua postura firme e grave me fez parar assustada. — Droga! Estamos nesta merda unicamente por você. Eu não preciso dessas ideias para passar o meu dia, ok? Como você acha que eu me sinto deixando a minha namorada ficar à disposição daquele filho da puta.

— Bucky...

— Ah, claro! Ele rouba você de mim, te come praticamente na minha cara e como você quer que eu o veja?

Nós já tínhamos tido aquela conversa um milhão de vezes. Nunca conseguimos zerar o nosso passado. No mesmo instante me arrependi de ter iniciado aquele assunto. Ele não merecia dividir comigo as minhas angústias. Bucky já se sacrificara demais por mim. Não era justo.

— Desculpe-me, Bucky! Desculpe! Eu não queria...

— Claro! Vamos almoçar, ok?

Sua voz de raiva contida entregava que ele não estava nada satisfeito com a nossa conversa. Ele parou o carro em frente ao restaurante e seu telefone tocou. Bucky atendeu clicando no botão do volante.
A voz de Mack, um antigo segurança contratado por Steve para me proteger das loucuras de Peggy, preencheu o espaço.

— Deu tudo certo, Bucky. Ela quase enfartou – e riu com vontade. Bucky não conseguiu entrar no clima da piada e eu nem sabia o que se tratava.

— Ok. Mantenha-me informado.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora