CAPÍTULO XV

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Pela manhã minha cama estava vazia, porem Steve teve o cuidado de deixar uma rosa sobre o travesseiro com um bilhete informando que precisou resolver algumas coisas, mas que voltaria em breve. Deitei outra vez deixando que os pensamentos me levassem de volta a noite anterior.
Tinha sido ainda melhor do que nossos outros momentos. Ele me cercou de cuidados e carinhos, fazendo com que eu me sentisse a mais poderosa de todas as mulheres. Acho que foi uma forma de me recompensar por todas as outras coisas. Para mim estava ótimo. Só não sabia o que esperar daquilo tudo.
Levantei sem muita vontade. Tomei um banho, desci e encontrei Macaria arrumando algumas coisas na sala.

— Bom dia!

— Bom dia, apesar de ser quase tarde – riu sem me censurar. Pelo visto ela já estava acostumada com os casais que aproveitavam o clima romântico da Grécia para ficarem trancados no quarto. — Quer seu café da manhã agora? Posso servir na piscina.

— Por mim tudo bem.

Tentei comer um pouco. Havia muitas frutas, sucos, pães, queijo branco e geleia. Tomei um pouco de café preto, pois não queria ter dor de cabeça no meio do dia, como sempre acontecia quando não ingeria cafeína.
Steve não apareceu.
Cansei de ficar esperando e resolvi descer à praia e caminhar um pouco. Logo me arrependi. Os cascalhos que pensei não incomodar no meu primeiro dia, agora acabavam com os meus pés. Estava ensolarado, mas não o suficiente para me fazer sentir vontade de entrar na água, que estava gelada. Suspirei. Tudo perdia a graça sem ele por perto. Logo me censurei. Não era correto me permitir pensar desta forma. Achei melhor voltar para casa.
Para minha surpresa, Steve tinha voltado. Ele estava parado na entrada da área da piscina, me observando caminhar de volta para casa. Vestindo bermuda e camisa azul, mas as peças se diferiam no tom. Boné e óculos escuros completavam o seu visual. Falava ao telefone com alguém, mesmo assim me lançou um sorriso encantador.
Quando finalmente, depois de caminhar com todo o cuidado para não terminar de destruir os meus pés, consegui alcançá-lo. Não nos tocamos, porém, ao levantar os óculos, nossos olhos se encontraram. O contato visual, que nos prendeu foi incrível. Eu ainda não conseguia entender como funcionava o transe em que ficava todas as vezes que ele me olhava daquela forma. O fato era que Steve conseguia me despir e possuir, sem ao menos me tocar.

— Aproveitando o dia, Srta. Romanoff?

— A ideia era essa, mas o cascalho não me deixou ir muito além – ele olhou para meus pés e sorriu.

— Deixei um par de sapatos adequados para esta finalidade, ao lado da cama. Não achou? – pensei um pouco e concluí que não tinha visto nada de diferente em meu quarto, que foi onde dormimos a noite passada.

— Não.

— São de borracha e por isso, mais adequados para as areias da Grécia.

— Obrigada! – o cuidado com que ele me cercava era estimulante.

Ele não me tocou nem demonstrou que o faria. Apenas me olhava daquela maneira única. Estava intrigada. Se deveríamos fingir um relacionamento para tirar o foco da reunião, porque ele agia de maneira tão indiferente?

— Tenho uma reunião hoje – me analisou por um tempo, como não disse nada, continuou. — Preciso que você não esteja na casa.

Fiquei surpresa, mas tentei não demonstrar. Ele não me mandou fazer nada relativo ao meu trabalho. Eu simplesmente teria que sair e deixá-lo sozinho. O que estava acontecendo? Cruzei os braços em frente ao peito.

— O assunto será sigiloso, por isso acho melhor que não esteja aqui. Mas já providenciei tudo. Abadir vai levá-la para conhecer as praias. Pedi que alugasse um ATV. Você vai adorar! – tentou parecer animado, contudo era forçado demais. Alguma coisa estava errada. — Confie em mim. Será melhor fazermos desta forma.

Pleasure | Love (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora