CAPÍTULO XVI

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Natasha Romanoff. Quem é você?
Tudo o que eu sabia era apenas que ela não tinha nenhum tipo de ligação com Peggy. Coulson vasculhou todas as formas de encontrar algo que pudesse ligar as duas, e nada. A única informação que tínhamos de possível relação entre Natasha e alguém dentro da empresa, era com Sharon.
Não tinha motivos para desconfiar da antiga secretária. Ela também já tinha passado por uma investigação meticulosa. Além disso, era uma grande aliada em minha luta contra Peggy. A amizade entre Natasha e Sharon era apenas uma coincidência. Nada que merecesse ser levado em consideração.
Mas Natasha era boa demais para ser verdade e a forma como ela havia mexido comigo era mesmo para se desconfiar. Era muito perfeita. Como se tivesse sido escolhida a dedo e colocada naquela posição para desviar minha atenção do que deveria realmente estar atento. Algo nela fazia com que meu detector de ameaças disparasse descontrolado.

No dia seguinte após pedir a Phil mais dados sobre a minha nova secretária, recebi em mãos um relatório com poucas folhas, onde apenas constavam as escassas informações da vida dela. Nada de anormal. Viveu com a mãe e o padrasto até entrar para a faculdade, não sabia qual o motivo para ter escolhido New York como nova moradia. Natasha morava sozinha em um cubículo que acreditava ser habitável, em um bairro de classe média. Possuía um parceiro, já que encontros esporádicos não podiam ser considerados um relacionamento sério. Seus finais de semana se resumiam em ficar casa, sair algumas poucas vezes e visitar uma vez ou outra uma amiga, Sharon por exemplo.
Fiquei totalmente frustrado. Tinha que haver algo mais. Eu podia sentir.

Peguei o telefone e liguei para Coulson.

— Estava pensando em você agora mesmo.

— Isso é ótimo. Significa que está trabalhando e que eu não estou jogando o meu dinheiro fora.

— É óbvio que não está jogando o seu dinheiro fora. Nós fazemos até mesmo o impossível para conseguir todas as informações que você, gentilmente, solicita.

— Não achei nada de interessante na investigação sobre Natasha Romanoff.

— Simplesmente porque não existe nada de interessante para ser achado.

— Estou com a sensação de que estamos deixando algo para trás. Você entrou na casa dela?

— Não foi necessário, Steve. A garota está limpa. Pode acreditar.

— Quero que entre na casa dela e descubra tudo o que conseguir.

— Ok. Não precisa pedir outra vez. Faremos isso amanhã mesmo.

— Ficarei aguardando. E o que você quis dizer com estar pensando em mim?

— Ah sim! Acabamos de descobrir que Peggy vai fazer uma viagem para se encontrar com o pessoal do Fórum Social Mundial. Pelo que consegui pegar da conversa, ela está tentando utilizar isso como uma arma contra você.

— Puta que pariu! Tenho que descobrir o que ela está tramando. Provavelmente algo contra a nossa participação no Fórum de Davos. Peggy não pode ser tão cretina. Não vê que com isso prejudica o seu próprio patrimônio?

— Sinceramente, não acredito que ela se importe tanto assim com o patrimônio. Esta disputa entre vocês já virou uma obsessão.

— Virou, mas vou dar um jeito de acabar com isso de uma vez por todas. Continue atento a Peggy e mantenha-me informado.

— Como sempre, chefe.

Fiquei com aquele problema martelando em minha cabeça. Peggy precisava ser desarmada e eu não sabia como fazer. Olhei para Natasha, do lado de fora da sala, e tentei encontrar uma forma de virar aquele jogo. Eu sabia exatamente como proceder para conseguir e com certeza ela cederia, mas até onde poderíamos ir sem colocar em risco o meu acordo com Peggy.
Se Natasha fosse realmente uma isca, o que eu iria fazer seria o mesmo que dar um tiro no pé, a não ser que a envolvesse de forma tamanha que eliminaria de vez a influencia de Peggy, ou de qualquer outra pessoa envolvida neste jogo, sobre ela. Mas quem poderia estar fazendo a conexão entre as duas? Liguei outra vez para Phil.

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