Capítulo 11

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Pov Paulo André

Já estava na metade do filme e eu confesso que não estava entendendo absolutamente nada, nem estava prestando tanta atenção assim. Meus olhos estavam fixos na tela e a minha cabeça em outro lugar quando escutei o grito fino da Jade.

- Foi mal, me assustei! - Ela colocou a mão no peito e eu dei risada.

- Tá bem? - Perguntei e ela afirmou que sim com a cabeça.

Ela era um dragãozinho enquanto assistia, devorou pipoca, doce, salgado de uma vez. Me passou o balde de pipoca e vazio e eu coloquei no chão. Percebi ela ficar inquieta na cadeira.

- O que foi? - Perguntei olhando pra ela.

- Acho que eu comi demais. - Jade respondeu susurrando.

- Eu nem percebi. - Fui irônico e ela me olhou de cara fechada. - Encosta aqui. - Estiquei o braço pra que ela pudesse chegar mais perto de mim.

E assim ela fez, deitou a cabeça no meu ombro e eu senti o cheiro do perfume que ficou empregado na minha mente nos últimos dias.

Eu não vou fazer nada com ela, não tô maluco de chegar e levar um fora, eu só acesso quando me dá a senha. Mas tô indo no meu jeito, devagar e sempre. Comecei a fazer um carinho leve no seu cabelo e na mesma hora a senti suspirar, deslizei meu dedo pelo braço dela e fiz um carinho.

Se eu percebesse que ela estava incomodada eu iria parar mas ela só ficou encolhida perto de mim. Jade estava prestando atenção no filme quando seu olhar direcionou a mim e ela chegou mais perto do meu ouvido.

- Eu tô com frio. - Ela falou no meu ouvido e eu acho que o frio passou pra mim porque eu me arrepiei ao escutar ela falar tão perto.

- Quer meu moletom? - Perguntei e ela concordou. Tirei e entreguei a ela que vestiu rapidamente, e realmente estava com frio. Depois ela voltou e se achegou perto de mim novamente.

A gente voltou a atenção no filme e pelo menos o finalzinho do filme eu assisti mesmo que não tenha entendido o contexto inteiro. Nina e Patrick estavam chorando de verdade abraçados um no outro enquanto eu e a Jade dava risada.

- Que drama é esse? A mulher fez a escolha dela. - A Jade falou para os dois.

- Mas eles não se permitiram, se tivessem dado uma chance tinha dado certo. - A Nina falou brava.

- As vezes era pra eles serem só bons amigos mesmo, foi o que eu entendi. - Dei meu ponto de vista como se eu soubesse do que o filme se tratava desde o começo.

- Você prefere ter a consciência de que mesmo que dê errado, você se permitiu e tentou ou o peso de que 'e se eu tivesse me permitido ' pra saber no que ia dar? - Patrick perguntou a Jade e ela pensou por alguns segundos.

- Nunca estive nessa situação então não irei opinar, agora chega de choro e vamos sair que aqui tá muito frio. - Ela pediu e a gente foi andando.

- Eu vou com o Patrick comprar milk shake, depois a gente se encontra. - A Nina avisou puxando a mão do Patrick e me deixando sozinho com a Jade.

- Vamos comigo ali naquela loja. - Ela apontou e a gente foi até lá.

- Mas aqui é loja masculina.

- Vou comprar um presente para o Thiago, amanhã é o aniversário dele.

- Você vai pra festa então? Eu fui convidado mas não tava muito afim de ir.

- Como assim você não vai para o Mundo do  Abravalândia, nem é todas as festas que eu gosto de ir mas o aniversário do Abravanel é bem legal. - Ela falou dando uma olhada nas peças.

- Não vou confirmar mas vou pensar se vou.

- Vai sim, o Pedro também vai. - Ela pegou algumas coisas e chamou uma moça. - Vou querer levar esses, embrulha pra presente, um meu e um dele.

Fomos no caixa e pagamos o que a Jade escolheu, pegamos a sacola e saímos da loja.

- Ia te pagar um sorvete mas acho que você não aguenta mais nada.

- Claro que eu aguento, bora lá. - Ela falou engraçado e eu dei risada.

Pedi sorvete pra mim e pra ela e depois a gente se sentou por ali mesmo em umas cadeiras. Fiquei de frente pra ela enquanto ela me analisava de uma forma estranha.

- O que foi?

- Qual seu signo?

- Leão, eu acho. - Respondi já que não era tão ligado nessas paradas.

- Carismático, tende a ser extrovertido, a generosidade se destaca e geralmente vibra muito com a felicidade das outras pessoas.

- Ih, é cartomante é? - Perguntei e ela deu risada, inclusive que sorriso.

- Horóscopo, eu gosto desses assuntos de signos e tudo mais.

- E qual é o seu?

- Libra. Concordo na parte que são racionais, evitam conflitos, pensam bastante e não gostam de se sentir limitados mas não concordo na parede de ser muito sociável.

- Você não se considera uma pessoa sociável?

- Não, eu sou ruim nessa parte. As minhas amizades são as mesmas de anos e apesar de gostar de interagir é mais difícil de criar um vínculo com a pessoa. - Ela se explicou e no fundo eu tava gostando que ela estava me contando coisas sobre ela.

- já eu crio vínculo muito mais fácil e geralmente não presta, às vezes eu sou amigo da pessoa sozinho. - Falei e ela deu um sorriso de leve.

- O engraçado ou melhor dizendo, o estranho é que parece que a gente sempre foi amigo. Apesar de você ser insuportável eu não me sinto mal ou com alguma necessidade em ir embora. - Ela foi sincera e eu novamente gostei disso.

- Até que você não é tão desagradável Jade Picon, depois eu vou fazer uma avaliação no twitter. Jade me deu atenção por alguns minutos, que menina do bem. - Brinquei e ela deu risada.

- E eu vou repostar comentando que ganhei mais um furacão. - Ela falou rindo quando terminou de tomar seu sorvete.

- Bora ? Lá no estacionamento a gente liga pra Nina vir. - Sugeri e ela levantou pegando a bolsa. Passei meu braço pelos ombros dela e a gente começou a andar juntos.

- Se amanhã eu sair em site de fofoca supondo que você é meu novo affaire, você me paga. - Ela falou e eu gargalhei.

- Espero que tirem uma foto boa. Se bem que eu saio lindo em todos os ângulos, paparazzis agora é com vocês.

- Olha uma briga ali. - Ela falou olhando pra duas moças na porta da loja.

- Então você é fofoqueira!

- Eu não sou fofoqueira, eu sou observadora pra caralho. - Ela falou e fez uma pausa. - Não, eu sou sou Fofoqueira também.

Chegamos no estacionamento e a Nina e o Patrick já estavam lá esperando a gente perto do meu carro. Vamos levar as meninas em casa.

- A gente vai levar vocês! - Patrick falou.

- Vou aceitar porque eu detesto ir de Uber uma hora dessas. - A Jade respondeu.

Nina e Patrick entraram no banco de trás então eu fui na frente com a Jade. Liguei o som e coloquei poesia acústica 11 para tocar enquanto a gente conversava umas coisas aleatórias.

Algumas vezes eu a olhava de relance e ela já parecia estar cansada, estava encostada na janela do carro.

- Estão entregues. - Falei parando na frente do prédio dela.

- Obrigada por hoje, eu gostei. - Ela agradeceu sonolenta e me deu um abraço. Acabei dando um beijo rápido no pescoço dela que logo em seguida me olhou sorrindo e desceu do carro.

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora