Pov: Paulo André
Eu e a Jade dormimos cedo por conta do dia cheio e pelo fuso horário que ainda não estamos acostumados. Quando eu fui acordar ela já não estava do meu lado, então estiquei meu braço até a mesinha ao lado da cama e peguei o meu celular.
Visualizei as mensagens que a minha mãe mandou, fiquei vendo as fotosque ela me mandou do Peazinho e depois respondi mais algumas coisas.
- Bon Jour! - Jade falou entrando no quarto já arrumada e foi até a janela de vidro abrindo as cortinas.
- Essa luz na minha cara. - Reclamei colocando a mão no rosto por causa da claridade.
- Fiquei esperando você acordar para decidir o que vamos fazer hoje mas se depender de você a gente fica aqui dormindo o dia inteiro. - Falou se sentando na beira da cama, próxima a mim, e eu coloquei uma mão em cima da coxa dela fazendo carinho.
- Foi fazer o quê ? - Perguntei vendo ela mexer no celular.
- Saí com a Nina para comprar algumas coisas. Olha isso aqui! - Falou empolgada.
Jade levantou indo até as suas sacolas e pegou uma caixa amarela e trouxe até mim. Tirou a fita que estava em volta e me entregou.
- Você não comprou um terno para o Peazinho não né ?! - Falei rindo vendo aquela roupa minúscula na minha mão.
- Ele não vai ficar engraçadinho vestido assim ? - Perguntou.
- Já estou vendo minha mãe colocando isso nele e postando uma foto no Instagram com uma legenda dizendo: Hashtag domingo é dia de culto ou Hashtag abençoado. Respondi e ela deu risada.
- Eu vou rir muito. Agora adianta que a gente tem o dia inteiro livre para passear por aí. - Falou e eu me levantei.
- Qual o primeiro ponto ?
- Museu de Louvre. - Disse empolgada.
- Só você para me fazer ir em museu, nem gosto dessas paradas.
- Nem vai demorar muito e você vai gostar de ver todas aquelas obras de artes.
- Eu vejo uma quase todos os dias e estou satisfeito. - Joguei e ela deu risada negando com a cabeça.
Separei uma roupa para hoje e antes de tomar banho coloquei um som do Baco para tocar.
Assim que terminei de fazer todas as minhas higuenes e vestir a roupa, escutei a Jade reclamar pela décima vez. Fui até ela vendo que estava impaciente enquanto mexia no celular.
- O que tá rolando ? - Perguntou e me passou o seu celular.
E era nada menos que o João Guilherme comentando "biscoito 🤔" em uma das publicações da Gossip referente a estarmos juntos em Paris.
- Que moleque chato, na moral. - Falei e devolvi o celular.
- Pois é, vou nem dar muita importância para não tirar a minha paz. - A observei respirar fundo e levar a sua bolsa de cima da cama. - Vamos ?
Saímos do quarto de hotel e antes de descermos eu entrelacei a minha mão na da Jade que me olhou de relance mas não soltou em nenhum momento. E depois de alguns minutos conseguimos pegar um táxi.
Durante o trajeto ela se manteve calada e eu odeio quando não consigo decifrar o que se passa na cabeça dela. Eu ia até fazer uma graça mas resolvi deixar ela quieta.
- Chegamos. - Falei abrindo a porta do carro depois de ter pago e a Jade saiu logo em seguida.
Antes da gente entrar eu parei em sua frente e a puxei para um abraço apertado que logo foi retribuído com um aperto mais forte.
- Bora logo. - Se soltou de mim e puxou a minha mão.
O lugar era enorme e eu nem vou saber usar os termos para descrever como isso é de verdade. Antes fizemos toda aquela burocracia para entrar e quando conseguimos caminhamos por aqueles corredores imensos.
- Que negócio horrível. - Falei apontando para um quadro.
- Paulo André. - Jade me repreendeu rindo. - As vezes essa obra foi feita para expressar o sentimento do autor.
- Quero nem saber o que é que ele estava sentindo quando pintou isso. E o engraçado é que tem gente que compra né ?
- Óbvio, esses originais valem tanto.
- Eu sou mais eu. - Me gabei e ela me encarou.
- Você é mais bonito que os corredores do Louvre. - Falou sincera e eu dei um selinho rápido em sua boca.
- Vou até comprar mais uns quadros pra enfeitar minha casa. - Falei enquanto andávamos pelo corredor analisando peça por peça.
- Eu ganhei um do acervo Jadré, vou pendurar na minha sala.
- Eu também ganhei um do acervo, ficou foda.
O celular da Jade começou a tocar na bolsa e ela pegou vendo na mesma hora e revirou os olhos guardando novamente na bolsa.
- O João decidiu causar hoje e não sei para quê ficam me mandando essas coisas.
- Deixa lá, você tá vivendo sua vida enquanto o grilo pantaneiro está atrás de mídia com teu nome. - Disse e acabei arrancando uma risada dela.
- Grilo pantaneiro, você não presta. - Falou rindo.
- Você ainda fica meio balançada quando acontece algo relacionado a ele ? - Perguntei e ela arregalou os olhos.
- Óbvio que não, três anos que não temos mais contato algum. Só detesto ele querer se aparecer com meu nome sempre.
- Você não pensa em namorar mais não ? - Perguntei aleatoriamente mas só queria jogar verde para colher maduro.
- Por que a pergunta ?
- Sei lá, é que sempre quando vejo te perguntarem você reage como se não quisesse nunca mais . Nem a Nina quer que você namore essa ano.
- Teria que ser alguém muito especial que fizesse valer eu descartar esse pedido da Nina. - Falou rindo.
Peguei em sua mão e terminamos de ver a metade das obras que estavam ali porque são muitas coisas e eu já estava ficando com fome.
Quando saímos e atravessamos a rua do Museu de Louvre, tinha um canto com algumas obras expostas de outros artistas que fazem e todos os dias montam uma exposição improvisada para tentar vender.
Jade ficou analisando detalhe por detalhe e era engraçado ver ela se interessar tanto por esse tipo de coisa.
- Olha esse. - Apontei para um quadro que tinha e de todos ele era o mais minimalista.
- É de algum artista brasileiro, olha aqui. - Falou mostrando que tinha uma frase escrito " É tudo verdade".
- Qual sentimento o autor quis expressar quando fez esse ? - Falei remendando o que ela me disse dentro do museu.
- Eu acho que ele quis dizer que É tudo Verdade que eu estou apaixonada por você. - Respondeu.
Foi tão espontâneo e natural que foi inevitável não estar com um sorriso de cinquenta dentes no rosto.
- É tudo Verdade que eu sou muito mais apaixonado por você, marrentinha. - Falei puxando a cintura dela para perto de mim.
Olhei para o seu rosto e ela carregava um sorriso bobo nos lábios e eu fico amarradão em como ela me passa uma serenidade e ao mesmo tempo me deixa a um fio de cometer uma loucura.
- Tá enroladona em ?! - Impliquei.
- Eu ?! Você que se enrolou primeiro. - Desconversou e a gente foi andando até a padaria mais próximo para comer.
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In Your Eyes - Jadré
Fanfiction[...] Eu tentei encontrar amor em outra pessoa vezes demais Mas eu espero que você saiba que eu falo sério quando eu digo que você é a única que estava em minha mente..