Capítulo 115

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Jade Picon


  Chegamos em Vila Velha e nem fomos para casa, Paulo André estava tão angustiado por não saber o que de fato estava acontecendo que decidimos ir direto para o hospital com malas e tudo. Pegamos um Uber do aeroporto até o hospital em um silêncio absoluto, e mesmo que eu quisesse dizer algo as palavras certas fugiam da minha mente.

O clima chuvoso por aqui só piorava tudo, no caminho pegamos um engarrafamento quilométrico e caía uma tempestade lá fora. Em todo o momento eu tentava concentrar as minhas energias na esperança de que ficará tudo bem e também em conversar com a Nina para saber como estavam as coisas com o Peazinho.


Segurando firme a mão do PA na tentativa de passar a mesma segurança que sinto quando ele me toca. Quero transmitir o mesmo efeito que ele causa em mim só em estar perto, sermos sempre o porto seguro um do outro independente das más ou boas circunstâncias.

— Que demora! — Exclamou impaciente.

— A gente já está chegando.

Respondi vendo o motorista cortar o caminho para fugir do péssimo trânsito de hoje. E o que eu achei que estava chegando durou mais quarenta minutos dentro do carro até finalmente chegarmos no nosso destino.

Paulo André praticamente pulou fora do carro e a cada passo largo que ele dava era como se fosse uma maratona para mim.

— Eu preciso de notícias do meu pai. — Falou nervoso para a recepcionista assim que entramos no hospital.


— PA! — Teteu o chamou e olhei em sua direção.


— Foi mal a demora, tive que passar em São Paulo e ainda esperei vôo para poder chegar aqui. Cadê minha mãe ? Me explica o que aconteceu.


— Está na sala de espera, ela ficou muito abalada. Estava só os dois em casa e do nada ela me liga falando que o pai tava passando mal, parece que ele estava no banheiro quando sentiu e no que desmaiou acabou batendo a cabeça. Por isso, foi direto para emergência.


— E como assim AVC ? meu pai sempre foi muito bem cuidado.


— Vamos lá para a sala que ela precisa de você. — Teteu deu um abraço rápido nele e direcionou o olhar a mim. — Nem te cumprimentei,  Jade!


Sorri fraco e o abracei. Era até estranho ver o Mateus tão desanimado e para baixo se o costume é vê-lo todo alegres e zoando sempre.


Seguimos um trajeto pelo corredor enorme até chegar em uma sala com algumas pessoas por ali, o que deu para decifrar ser uma sala de espera. Meus olhos correram por ali até encontrar a Mary no canto e com um semblante triste, meu coração apertou só de vê-la daquele jeito. Quis ir de imediato até ela mas esperei o Paulo André ir primeiro.

Observei ele se aproximar, abraça-la e falar algumas palavras de consolou mas ainda assim ela permaneceu calada. Me aproximei dos dois e me sentei ao seu lado.

— Amor, você pode pegar um café para mim ? — Pedi olhando para o PA que entendeu que eu queria conversar com ela e saiu atrás do café.

Segurei a mão da Mary que estava gélida e as lágrimas em seu rosto caíram em fração de segundos.

— Provavelmente a coisa que a senhora mais escutou desde que chegou aqui é de que vai ficar tudo bem. Confesso que eu não teria muito o que dizer se não isso, porque no fundo é o que a gente espera que aconteça, que fique tudo bem e que as notícias sejam boas. Não mensuro sua dor e nem o que passou quando viu o Seu Camilo passar mal, mas estamos aqui para passar por essas coisas juntos...

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora