Capítulo 99

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Pov: Jade Picon

  O L7 já tinha me dito que quando eu chegasse poderia subir para assistir o show dele no palco. E como nós passamos a ter contato nesses últimos meses, não vi problema algum e logo segui seu segurança que me dava passe livre para passar pelos lugares lá dentro. Não deu tempo de cumprimentar e ele já estava fazendo a abertura do show, peguei um drink e fiquei na lateral do palco. Lennon me viu e veio cantando até me mim.

— Coisa linda!  — Escutei ele falar porque saiu no microfone e puxou minha cintura para si me dando um abraço.

O repertório do show dele é um dos meus favoritos. Sou suspeita a falar porque amo todas as músicas desde as antigas até as atuais, fora as poesias acústicas com sua participação que são as minhas favoritas. Na terceira música o Pedro apareceu no palco também chegando perto de mim.

— Tem alguém puto lá embaixo com essa amizade de vocês.  — Pedro falou rindo e eu dei de ombros porque não podia fazer absolutamente nada.

Lá de cima tinha como ter a visão ampla de frente ao palco e eu podia ver os meus amigos na área VIP se divertindo e bebendo, enquanto o Paulo André estava parado com seus óculos escuros ao lado da Nina. Tirei a minha atenção deles e aproveitei o máximo que pude no palco, dancei muito, bebi muito e tirei foto com algumas pessoas que se aproximavam de mim até o L7 cantar a última música.
Quando acabou ele colocou o braço por volta do meu pescoço e saiu por de trás do palco indo para o seu camarim.

— Fica a vontade aí, pega o que quiser.  — Apontou para uma mesa cheia de salgados e doces e a única coisa que me interessou foi o brigadeiro. Peguei um e me sentei no sofá.

— Fala aí Jade, tudo beleza ?  — Léo do Quick e Pescada, amigos do Lennon, entraram me cumprimentando.

— Tudo bem!

— Mandei mensagem para o Pedro vir com a galera dele aqui.  — L7 falou mexendo no celular.

— A galera dele é a minha galera. Estamos todos juntos.

— Tá de rolo com o PA de novo ?  — Perguntou e antes que eu pudesse responder um furacão adentrou o camarim.

Todos ali já conheciam o L7 mas nenhum fingia costume. Duda mesmo é a maior fã, não importa quantas vezes o encontre que ela o tieta igual. Observei do sofá em que eu estava ele abraçar e tirar foto com um por um. Mas também observei o Paulo André com uma cara fechada terrível e a Nina logo de sentou ao meu lado.

— O que aconteceu ?  — Perguntei para que somente ela escutasse.

— Não faço ideia.

— Mas a casa que a gente está é nessa rua pertinho, se quiser colar lá esses dias pode chegar irmão.  — Pedro o convidou e depois olhou para mim como se esperasse aprovação.  — Convidando os outros para casa dos outros.

— Ele sabe que não preciso nem convidar.

— Tô com moral!  — L7 falou sorrindo com aqueles cordões de ouro pesados que não sei como não doem o pescoço.

— Você conhece o Pedro, só não encheu aquela casa de gente por causa das meninas. Porque fazer festa para os outros é com ele mesmo.  — Cíntia falou e nós rimos.

— E você, mano ? Todo quieto!  — Lennon fez a pergunta que eu queria para o Paulo André.

— Ih, esse aí tá de poucas ideias hoje Lennon.  — Gaigher falou batendo no ombro do PA que manteve a mesma feição.

— Só cansado de hoje.  — Ele desconversou. E muito mal porque qualquer pessoa saberia que aquilo era mais uma desculpa.

  Entraram em um assunto novo relacionado a virada do ano e o Lennon veio até mim e se sentiu no meu colo fazendo eu abraçar as costas dele. Ele sempre foi muito cuidadoso comigo e eu gosto disso.

— Você tem mais algum show hoje então ?  — Tuim perguntou.

— Só mais tarde. O ruim é que não é por aqui, então vou precisar sair por agora para poder chegar lá no horário. 

Ele respondeu e o observei o Paulo André sair devagar só camarim sem que notassem. Pensei em levantar e ir atrás mas não faria muito sentido eu fazer isso, então continuei ali com todo mundo até da a hora do Lennon viajar para outro estado onde fará seu próximo show. Nos despedimos e logo saímos para aproveitar um pouco mais da festa com a nova atração que tocava no palco. Pensei em pegar mais uma bebida até o Pedro aparecer com uma tequila e fazer todo mundo beber.

— E o PA ?  — Perguntei para o Patrick.

— Foi para casa dormir.

— Ué, mas já ?

— Ele mesmo disse que estava cansadão de hoje.

— Ah, e vocês acreditam nisso ?  — Cíntia perguntou rindo.

— Pois é. Vem cá, mona. Você gosta desse homem ?  — Duda perguntou e o Tuim começou a rir. Não estavam mais sóbrios e eu tão pouco respondi sua pergunta.

— Se não gostasse já teria ficado com alguém que eu sei.  — Yashi falou e eu não me lembrava que ele estava ali.

— Mas desde quando isso é uma regra ? Existem pessoas que terminam seus relacionamentos e preferem ficar por um tempo sem ficar com alguém.  — Respondi simples.

— O que não é o seu caso.  — Nina se pronunciou.

— Vai lá, conversa com ele, beija e mata a saudade. A vida é curta demais para colocar tanta dificuldade. Vocês não já passaram um tempo separados ? Vão viver.  — Cíntia falou e todos gritaram batendo palmas.

— A vida é irada, vamos curtir!  — Pedro gritou segurando uma garrafa de Vodka nas mãos.

  Fiquei reflexiva por questões de segundos. Eu sofri muito com a falta do Paulo André esses últimos meses, não conseguia mesmo ficar com outras pessoas e eu optei por superar aos poucos mesmo que isso fosse difícil para mim. Tudo isso foi por água a baixo quando ele apareceu na minha porta com aquele maldito sorriso e com aquele dom terrível de me causar sensações novas. Paulo André poderia ser tudo, menos previsível. Ele sabia exatamente mexer na minha ferida.

— Ok. Quem vai me olhar da esquina para mim ir para casa ?  — Perguntei e eu juro que eu pude ver os olhos deles brilharem.

— Eu olho! Vem.  — Gaigher passou pelos nossos amigos e segurou a minha mão.

  Saímos do meio da multidão e eu podia descrever todos os picos de energia que corriam pelo meu corpo. Posso facilmente colocar a culpa na cachaça mas existe um nome que sabe perfeitamente como fazer que eu me sinta viva: Paulo André.
  E lá estava eu segurando a barra da minha sandália e correndo de volta para casa enquanto o Gaigher gritava da esquina que hoje teria festa no barraco.

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Eu fui ameaçada, xingada e todos os adjetivos de desprezos pelos últimos capítulos. Espero que voltem a amar a autora de vocês depois dessa!

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora