Capítulo 102

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Pov: Jade Picon

 

Fazia tanto tempo que eu não acordava com essa sensação boa, de sentir o Paulo André acordar grudado no meu pescoço em meio ao calor absurdo que fazia no quarto, e uma das nossas mãos entrelaçadas automaticamente que foi inevitável um sorriso não surgir nos meus lábios quando abri os meus olhos e me deparei com a cena.

— Estava sonhando para ter acordado sorrindo ? — Perguntou me puxando mais para si e beijando minha testa.

— Hoje eu vou dispensar o grude porque eu preciso de um banho com urgência. — Falei retirando o lençol fino que cobria meu corpo devagar.
   Ontem nós acabamos pegando no sono e agora eu já estava agoniada por um banho, fora o calor que eu estava sentindo.

— Vou contigo então!

Nós levantamos da cama e olhei as minhas peças de roupa espalhadas pelo quarto tentando não demonstrar que estava lembrando perfeitamente de tudo que fizemos em casa canto desse quarto. Passei pelo espelho enorme que tinha na parede e olhei a minha aparência de destruída e os meus cabelos que estavam terrivelmente bagunçados.

Escutei o barulho do chuveiro e entrei no banheiro vendo que ele já tinha começado o banho. Entrei no box e ele logo agarrou a minha cintura me abraçando e enchendo o meu rosto de beijos.

— Sei que já falei isso tantas vezes nessa madrugada, mas que saudade que eu estava de você, meu amor. — Susurrou grudando sua testa na minha.

Meu coração se derretia fácil por ele. Paulo André nunca precisou de tanto para me deixar assim. Poderia facilmente passar horas listando todos os motivos pelo qual eu me apaixonei mas também listaria outros mil motivos para dizer que mesmo que estejamos em lugares diferentes, vivendo vidas diferentes, com pessoas diferentes, nós sempre estaremos conectados. Eu e o Paulo André só poderíamos ser dessa vida porque nenhuma outra saberia retratar a química e conexão que nós sempre tivemos, eu e ele nos entendemos de uma outra forma.

— Também senti sua falta, você sabe. — Ele puxou meu queixo e deixou um beijo demorado na minha boca.

— Porém ? — Perguntou já sabendo que não concluí o que eu queria.

— Porém nós ainda precisamos conversar. Ontem não foi bem uma conversa, não acha ?

— Eu discordo com você, ontem a gente se entendeu da melhor forma. — Falou me fazendo rir. — Mas a gente vai conversar direito, sei que você gosta de tudo muito esclarecido.

E o nosso banho se resumiu a beijos, quando ele terminou de tomar o dele fui obrigada a expulsar ele de lá para poder me concentrar em tomar banho e lavar meu cabelo. Quando acabei me enrolei na toalha e saí do banheiro vendo o André já vestido.

— Vou me vestir lá no quarto.

Passei por ele abrindo a porta e dei uma corridinha até a porta do meu quarto fazendo a Nina se assustar.

— A noite foi boa em ?! — Disse batendo palmas e vindo para cima de mim tentando me abraçar.

— Quem disse que foi boa ? — Disfarcei e ela logo me encarou.

— Você não sabe esconder nada de mim e esses hematomas visíveis não me deixam mentir. — Sua feição séria sumiu logo que sua risada escandalosa apareceu.

— Hematoma, Nina ? Só umas pequenas manchas.

Rimos e eu peguei um short jeans claro e um cropped para vestir. Está fazendo tanto calor que não poderia escolher outra roupa. Me vesti, passei um óleo da Eudora para pentear os cabelos enquanto escutava a Nina fazer milhões de perguntas sobre o último acontecimento, escutamos alguém bater na porta e logo foi aberta pelo Paulo André.

— Oi Cunho! — Nina o cumprimentou e os dois se abraçaram.

Dei risada porque a Nina estava tão feliz que chegava a ser engraçado, não é de costumes essa animação dela por qualquer coisa. Mas sempre amei o fato dela ser muito expressiva, geralmente sei dos seus achismos pela sua feição. Não é tão difícil distinguir quando ela gosta ou não gosta de algo.

—  Como foi o final da festa de ontem ?

— Foi muito bom, juro. Um dos melhores shows que teve e a gente só veio embora quando acabou.

—  Tomou café da manhã ? —  PA perguntou e a Nina olhou a tela no celular.

— A pergunta séria se eu já jantei, né ? Já são quatro da tarde. Vocês morreram dentro daquele quarto.

— Jurava que era mais cedo, papo de visão. Vamos sair pra comer ? —  Perguntou olhando para mim.

— Sim, já acabei aqui.

  Passei meu perfume, peguei a minha carteira que estava dentro da gaveta e coloquei o meu celular no bolso. Por último peguei meu óculos de grau pois já estava começando a ficar com dor de cabeça por ter esquecido de colocar a lente de contato ontem a noite.

—  Vai com a gente ? —  Perguntei para a Nina que negou.

—  Não, já comi por aqui mesmo.

  Concordamos e descemos as escadas. Poucas vezes a casa se encontrava em total silêncio, mas sabia que isso era efeito da ressaca já que a festa durou muito para todo mundo. Tanto que a Duda e o Poloni estavam deitados no sofá, o Léo e o Yashi dormiam no tapete e os demais provavelmente estejam em seus quartos. Saímos da casa indo até a garagem e joguei a chave do meu carro para o PA poder dirigir, assim que ele destravou as portas nós entramos e ele deu partida.

— Onde a gente vai ? —  Perguntei ligando o som do carro.

—  Você quer comer o que ?

—  Vai me julgar se eu disser que estou com muita vontade de comer Poke ? 

—  O problema é achar lugar que tenha aqui perto.

—  Mas se não achar podemos comer qualquer outra coisa.

O clima de fim de tarde é um dos meus favoritos, estávamos escutando música enquanto ele me atualizava tudo sobre o Peazinho e a sua família. Quando percebi que não encontraríamos o que eu queria pedi para que a gente parasse em qualquer lugar na orla porque queria comer, mas Paulo André é teimoso e não sossegou até encontrar um restaurante com o que eu queria comer.

O lugar é lindo e apesar do horário não tinha tantas pessoas ali. O que me fez agradecer mentalmente por estar fujindo das fofocas que tanto me perseguem. Não queria que estragassem o momento com especulações de quem nunca soube o mínimo das nossas vidas. Logo fizemos o pedido e ficamos aguardando.

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Olá oláaaa

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora