Capítulo 113

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Jade Picon

— Amor, pega esse chiclete aí no porta luvas. — PA me pediu e eu entreguei.

  Estamos no carro voltando para São Paulo e até lá ainda temos um bom tempo de estrada. O clima não estava favorecendo, caia um temporal lá fora. No som tocava o álbum novo do Lennon e o Peazinho se mantinha concentrado no desenho que passava no tablet.

Eu estava sonolenta e ao mesmo tempo inquieta, mesmo que meu corpo estivesse cansado a minha mente não parava um minuto se quer e não me dava um minuto de paz. Respirei fundo pela quinta vez seguida tentando realinhar meus pensamentos.

— Tem um restaurante logo mais na frente, podemos parar para comer porque eu tô morta de fome — Falei me convencendo de que o motivo dessa agitação era estômago vazio.

Observei o carro chegar perto do restaurante e o Paulo André estacionar em frente. Não era nada sofisticado, era mais um ambiente caseiro mas sem deixar de ser aconchegante.

— Vai indo na frente que eu pego o Peazinho.

Pediu e eu olhei pelo vidro do carro, continuava chovendo forte. Peguei minha jaqueta e coloquei na cabeça, contei até três mentalmente e corri para área coberta do restaurante. Paulo André fez o mesmo com o Peazinho no colo e quando se aproximaram nós entramos juntos no restaurante.

Escolhemos uma mesa, pedimos o cardápio e a variação de comidas eram imensas. Optamos pelo prato kids para o Peazinho, o André escolheu Yakisoba e eu permaneci lendo o cardápio inteiro sem escolher um prato de quer.

— Pega Yakisoba — PA sugeriu e eu neguei.

— Vou querer esse com peixe assado — Apontei para o menu e o moço terminou de anotar o que pedimos e logo saiu.

— Caralho, invernou. — André falou olhando pela janela.

— Ainda bem que eu trouxe um jaqueta, tá frio.

— Pode cair o temporal que for e eu continuo com calor.

— Você tá é com fogo no rabo. Um frio desse e estar sentindo calor. — Falei e ele deu risada.

— Água! — Peazinho falou batendo palmas.

— Vou pedir água para você. — Falei procurando o garçom com os olhos e quando o encontrei chamei para que viesse.

Ele terminava de atender uma mesa, o celular do PA começou a tocar e ele atendeu.

— Oi mãe! — Tirou o celular de perto do ouvido e olhou a tela — O sinal tá muito ruim, vou lá fora tentar escutar melhor.

Paulo André saiu da mesa indo para o lado de fora do restaurante e o garçom se aproximou da mesa.

— Você traz uma água sem gás, por favor ?

— Claro, só um instante!

Nos deu as costas e eu fiquei no livrinho de colorir que mantinha o Peazinho destruído.

— Que lindo seu desenho, Andrezinho! — O desenho era nada mais que bolas e rabiscos — O que é isso que você desenhou ?

— Papai, titia Zadi e eu — Respondeu sorrindo e foi inevitável não morrer de amor.

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora