Capítulo 69

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pov: Jade Picon 2

- Não sou sua mãe mas sou a sua namorada e eu acho que você já bebeu demais para quem não colocava uma gota de álcool na boca. - Expliquei tentando ficar calma.

- Ih, que garota chata hein. - Uma mulher ruiva falou e eu olhei para o seu rosto.

- É amor, para de ser chata.

Eu juro que o Paulo André já estava começando a me irritar muito e se eu tivesse força já teria tirado ele daqui na marra.

- Jadinha, eu vou levar a Duda para casa porque já deu a nossa hora. Você vai precisar de alguma coisa aqui ou carona eu levo vocês. - Poloni chegou e eu vi a oportunidade perfeita.

- Bora Paulo André, nós vamos embora com o Poloni agora.

- Pode ir você porque eu vou ficar e vou aproveitar o fim da festa com a galera.

- Pô mano, bora que eu deixo vocês em casa e já está ficando tarde. - Poloni tentou também.

- Já falei que podem ir vocês. - Falou com desdém.

- Pode ir  levar a Duda para casa, cuida dela por favor. Eu me viro daqui. - Respondi e ele me olhou com uma certa dúvida se ia ou não. - Fica tranquilo que qualquer coisa eu te aviso.

- Tá bom, então.  - Ele beijou a minha testa e saiu com a Duda grudada nele.

- Se você quiser eu levo ele para casa só não garanto que vai ser a dele.. - Uma intrometida que parecia bêbada também falou.

- Não ia ser má ideia não amanhecer em casa hoje. - PA falou rindo igual um besta.

- Paulo André, por favor. - Pedi estressada.

- Você é muito chata, Jade. Eu faço tudo o que você quer e quando eu quero aproveitar um pouquinho você fica em cima porra. - Gritou alto e eu engoli seco tentando controlar a raiva.

- Não precisa gritar comigo na frente das pessoas você pode conversar só comigo, por favor ?

- Está todo mundo vendo o quão chata você está sendo, assim eles vão acreditar que você é antipática igual dizem na internet. - Falou rindo e tomando ainda mais a atenção dos outros para gente.

- Vai se foder então, Paulo André. - Isso foi tudo o que eu respondi antes de virar as costas.

Precisar beber para ser um extrema babaca comigo na frente dos outros é o cúmulo. Me afastei um pouquinho de onde ele estava com as outras pessoas e fiquei observando de longe.

Ele não parou de beber, ficou com gracinhas com aquelas pessoas que eu não faço ideia de quem são. Por um lado eu quis muito ir embora dali e ir descansar mas por outro eu estava preocupada em deixá-lo ali sozinho.

Deu quatro horas da manhã e apesar das bebidas terem cessado ele parecia não se cansar. Algumas vezes ele olhava em volta talvez a minha procura mas eu fiquei afastada.

04:38 e a minha última tentativa. Fui até ele cansada e segurei forte o seu braço.

- Paulo André, eu estou indo embora agora e se você não quiser ir eu não vou me importar mais com você. Fique a vontade porque eu já vou. - Falei e ele não disse nada só concordou.

Andei e ele veio atrás de mim, não tive tanta dificuldade de passar já que não tinha tantas pessoas no local. Sempre na entrada do vip fica um segurança para nos acompanhar até onde estacionamos e carro e quando encontrei o carro dele parei.

- Me dá a chave! - Pedi estendendo a mão.

- Não, pode deixar que eu vou dirigindo.

- Como se você estivesse em ótimas condições para isso. - Falei e ele ficou me olhando igual um otário.

Coloquei a mão dentro do seu bolso direito e peguei a chave entrando no carro. Assim que ele fez o mesmo eu coloquei o meu cinto.

- Vice estragou minha festa hoje.. era para você ter ficado em casa. - Falou embolado e me deu uma vontade estranha de chorar mesmo sabendo que ele não estava sóbrio.

Nem música eu coloquei para tocar, comecei a dirigir no silêncio absoluto que estávamos no carro  por mais que a minha vontade seja abrir essa porta e jogar ele do outro lado.

Meu celular que estava no meu colo começou a tocar.

- Desliga a porra desse barulho. - Falou com os olhos fechados.

- Paulo André eu juro que se você continuar falando comigo desse jeito, eu te largo aqui e vou embora. Não tenho obrigação de aguentar piti seu.

Falei e ele se calou. Não atendi o celular por estar dirigindo mas assim que parei o carro no estacionamento olhei no retrovisor e vi que era o Poloni.

Saí do carro e assim que o Paulo André saiu também eu tranquei e entramos em casa. Por mais brava que eu estivesse sabia que ele não estava em um estado bom.

- Vai tomar banho. - Mandei e entramos no quarto.

Observei ele tirar a roupa com toda a dificuldade do mundo então fui ajudar. Terminei de tirar a sua blusa e puxei ele pela mão até o banheiro.

Liguei o chuveiro no frio e deixei ele lá em baixo. Me encostei no batente de mármore e esperei ele terminar a tentativa de um banho. Depois de alguns minutos eu tirei ele de lá e levei de volta para o quarto, o enxuguei e entreguei uma cueca e uma bermuda para ele vestir.

Fui para o banheiro para poder tomar o meu banho e por mais vontade que eu estivesse de ficar ali por horas para poder relaxar, não demorei muito e logo saí.

Peguei uma blusa grande dele e vesti, observei ele já deitado na cama e eu apenas liguei o ar condicionado e apaguei a luz.

Deitei na cama e ele abriu os olhos observando cada movimento meu. Virei de costas para ele porque estava brava demais para dormir olhando diretamente para ele.

- Amor ? - Ele me chamou baixo.

- Hum ?

- Eu te amo.

Paralisei. Talvez por saber que ele ainda estava sobre efeito de álcool ou também por essas três palavrinhas vindo dele terem atingido meu coração.

Não respondi nada só fechei os meus olhos e deixei que o sono viesse.

[...]

12:13

Acordei assustada e quando olhei para o lado o Paulo André ainda dormia tranquilamente. Por ontem, eu sabia que não acordaria tão cedo.

Me lembrei que a Nina já deve estar chegando para o chá revelação da Hyun e fui me arrumar. Levantei indo fazer as minhas higienes e tomar um banho fazendo o mínimo de barulho possível para poder não atrapalhar o sono do PA.

Vesti um vestido de tom bege porque ele queria ir combinando mas ele me deixou tão chateada essa noite que eu quase mudava de roupa por pura pirraça. Fiz uma maquiagem rápida e não muito chamativa e passei perfume.

Olhei ele dormir na cama e até assim o filha da puta continua lindo, peguei a chave do carro dele e saí de casa.

Entrei no carro e meu celular começou a tocar, pelo visor vi que era a Nina e logo atendi.

📳

- Bom dia, quenga!

- Fala vagabunda. - Respondi.

- Eu já estou aqui na casa da Mary comendo do bom e do melhor. Você está onde ?

- Casa do PA. Mas já estou indo aí!

- Estava dando a noite toda né safada ?

- Antes fosse, Nina. Antes fosse!

- Ih, não foi isso que eu pedi.. o que aconteceu que está com essa voz ?

- Só me estressei mesmo mas nada demais. Chegar aí eu faço um resumo de tudo.

- Tá bom. Vem logo!

📳

Desliguei a ligação e dirigi para a casa dos Camilos que graças ao bom Deus é bem pertinho daqui.

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora