Capítulo 148

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📍 Mykonos, Grécia

Chegamos em Mykonos depois de longas horas e alguns vôos. Não me lembrava exatamente da última vez que enjoei mas por consequência das comidas do avião e o desconforto, acabei enjoando várias vezes até chegarmos.

O André dormiu feito pedra, parecia que estava meses sem pregar o olho. Enquanto eu cochilava e acordava a cada  trinta minutos com a minha filha mexendo na barriga como forma de despertador natural.

Apesar de já ter vindo aqui antes, escolhi por ser primeira vez do André na Grécia. É bem tranquilo e cada canto é lindo.

Chegamos na casa que decidimos ficar depois de passar pelo processo do aeroporto, pegar um carro até uma certa localização e ainda atravessar de barco até aqui.

— Olha esse lugar, irado demais. — André falou encantado.

— Surreal de lindo. — Falei pegando apenas a minha bolsa e deixando que ele se virasse com as malas.

A casa que alugamos para passar os próximos cinco dias é linda e com uma vista privilegiada para o mar. Com piscina e hidromassagem.

Rodei a casa inteira para conhecer o lugar e mais uma vez acertamos na escolha porque tudo de uma ótima qualidade.

Segunda coisa que eu fiz foi me livrar dessa roupa de aeroporto, tomar um bom banho e me arrumar para almoçar em um restaurante.

— Vida, viu meu óculos? — Perguntei para o PA.

— Você deixou na minha mala.

Procurei e quando achei coloquei no rosto. Fizemos uma foto antes de sair e mandamos no grupo dos nossos amigos.

— Será que ninguém nunca pensou em pintar a casa de uma cor que não seja branco? — Perguntou de mãos dadas comigo enquanto andávamos pelas ruas.

— Se pintar de outra cor tira a identidade do lugar. Tudo é bem padronizado por aqui.

Passamos por uma lojinha que logo me chamou atenção. Óbvio que tudo relacionado a bebê eu paro para olhar.

— O tamanho disso aqui. — PA me mostrou um vestido lindo de bebê.

Cada peça a coisa mais linda, sofisticadas sem tirar o ar de como criança deve se vestir de fato. Compramos um vestido e um macacãzinho, sei que até acabar a viagem vamos querer pegar mais coisa para as nossas crias.

Eu amo viajar e amo a autonomia de ir e vir dos lugares sozinha, sem precisar de segurança e poder curtir os lugares com leveza como qualquer outra pessoa pode fazer.

Andamos mais um pouco e chegamos em um restaurante a beira do mar. Escolhi os pratos e pedi para o garçom trazê-los.

— Já pensou refazer essa foto aqui com ela vestida?

O André me mostrou uma foto do Peazinho segurando um body de bebê escrito "irmã do Peazinho".

— Ansiosa pela reação dele vendo a irmã pela primeira vez. — Falei sorrindo.

Nós estamos simplesmente viciados em ver todas as fotos do dia do chá revelação. Uma melhor que a outra e com tantos detalhes que foram captados no momento exato.

Nosso almoço chegou e apreciamos enquanto conversávamos uma bobeira qualquer.

— O que achou? — Perguntei me referindo ao prato.

— Não dava nada pela cara mas tá gostoso.

Sempre, sempre mesmo, damos uma de chefes renomados julgando os pratos dos restaurantes alheios quando vamos. Isso me lembra muito do nosso início, fazendo umas gororobas juntos e fingindo que tínhamos um livro culinário .

Toda coisa boba que forme a nossa história é importante para mim. Terminamos nosso almoço, pedimos sobremesa e descemos para praia.

— Se ficar olhando demais para essas gringas eu vou tacar essa pedra na sua cabeça. — Falei sabendo que ele não estava olhando mas eu deixei como um prévio aviso e ele gargalhou.

— E eu quero morrer é?— Perguntou me abraçando por trás e segurando a minha barriga.

— As vezes me questiono se eu não estou grávida de gêmeas, olha o tamanho dessa barriga.

— Vai ser grandona igual o pai dela. — Bastou ele falar para ela começar a se mexer logo.

— Tá treinando para as olimpíadas aí dentro, amor? — Perguntei sentindo seus chutes.

Dia cheinho de leveza, aproveitamos a praia, passeamos e fomos em algumas lojas. Conhecemos lugares novos e fizemos várias fotos para guardar de recordação.

Sem sombra de dúvidas eu amava a minha vida antes mas não abro mão do que eu tenho vivido por nada nesse mundo.

Paramos no meio do caminho quando encontramos um músico cantando e algumas pessoas assistindo. Decidimos prestigiar um pouquinho e ele começou a cantar Best Part do Daniel Ceasar, um cantor que eu e o André estamos viciados.

"I just wanna see how beautiful you are
You know that I see it ...(Eu só quero ver o quão linda você é, você sabe que eu vejo isso)

Paulo André cantarolou no meu ouvido e foi impossível não sentir meu coração palpitar um pouco mais forte. Sorri apaixonada como se fosse a primeira vez descobrindo o quanto eu sou rendida por ele.

Ele segurou minha mão e me deu uma voltinha, agarrou a minha cintura e me guiou em passos lentos enquanto escutávamos a música e ele cantava só para mim em particular.

"You're my water when I'm stuck in the desert
You're the Tylenol I take when my head hurt..."

You're the sunshine of my life... — Cantamos juntos e de imediato a nossa filha começou a se mexer na barriga nos fazendo dar risada.

Terminamos de escutar a música abraçados, demos um trocado ao rapaz e fomos comprar sorvete.

— Ela vai nascer achando que o nome dela é Sunshine. — Falei rindo.

— É bom que vai sempre saber que já chegou clareando tudo. — André falou e depois parou uns segundos.

— O que foi? — Perguntei sem entender.

— O nome da nossa filha tem que ser Clara. — Falou empolgado.

Quando descobri que estava grávida olhei um arsenal de nomes, de diferentes significados e descendência. Eu queria algo simples, que remetesse a nossa história atual e por isso não escolhemos Maya e nem Helena.

Apelidamos a nossa filha de Solzinho. Sempre nos referimos a ela como o sol da nossa vida porque é a forma que nos sentimos desde que descobrimos a sua existência.

— E se eu disser que eu amei esse? — Sorri sentindo que realmente tinha que ser.

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Clara Picon Camilo, chegando aí 🤍

In Your Eyes - Jadré Onde histórias criam vida. Descubra agora