Any Gabrielly
— Ele o quê? — Mariano, ou melhor, Buby, que é como fiquei chamando ele o passeio inteiro, não parava de rir.
— Para você ver, Josh tirou a pureza da minha irmã. — dei risada.
O nosso passeio foi bem longo. Mariano é um garoto incrível, e em momento algum me fez parar de rir, é como se os dois se juntassem e fizessem o par perfeito.
De início eu brinquei com ele, questionei suas intenções, pedi seu endereço, seu CPF e RG. O melhor disso tudo é que ele entrou na brincadeira.
Passamos em uma lanchonete e o motivo de eu dar o apelido de "Buby" é porque tem uma bebida no local com esse nome. Ele pediu três vezes a mesma coisa pois disse amar. Depois disso nós andamos pelo parque, conversamos sobre absolutamente tudo, desde os dois, até de mim.
Mariano contou sua experiência em se assumir gay, que não foi nem um pouco fácil pois os pais dele não aceitaram de cara. Ele disse que foi um processo até que bom, pois diante disso ele pode ajudar a abrir a mente dos pais.
Diz ele que seus pais estão ansiosos para conhecer Krys, e nisso Krys explicou todo o lado dele. Os dois realmente se gostam, mas não sei porque Krys acha que vai dar algo errado ao contar para a mãe dele.
— Então você namora há 1 mês? — assenti.
— A gente ficou de enrolação por três meses. — digo rindo. — Mas coisas aconteceram, que por um lado nos mostrou que realmente era aquilo que queríamos. Independente dos obstáculos, a gente se ama e enfrenta tudo junto. — digo com um sorriso.
— Devo admitir, a relação deles é linda. — disse Krys.
— Se levar em conta toda a história de vocês. — disse Mariano me fazendo rir. — Mas é bonito pensar isso, que você o fez se encontrar. — assenti lentamente.
— Aquele loirinho sabe me fazer feliz. — suspiro olhando aquela rua que já estava escura.
Faltava um hora para o jantar, meu pai me ligou e eu disse que já estava a caminho. Está fazendo bastante frio, e nesse momento me arrependi de ter vindo de regata.
— Gabrielly quer meu casaco? Você vai congelar. — Mariano nem esperou eu protestar contra, apenas tirou e me entregou.
— Ela vai parecer um saco de batata com ele. — disse Krys nos fazendo rir.
Coloquei sua blusa e ficou ainda maior do que eu costumava usar. Porém sorri aliviada ao não sentir o vento gelado em contato com meus braços.
O carro estava um pouco longe e tivemos que andar até lá. Não tinha uma vaga mais próxima do parque.
— E você Krys, decidiu o que fazer? — pergunto vendo Mariano destravar o carro.
— Vou falar com minha mãe. — sorri. — Mas me dê uma semana, quero ver se ela está calma com a gravidez. — Mariano e eu nos olhamos.
— Ok. — dissemos juntos.
Esse jeito do Krys me faz ter a certeza de que ele gosta mesmo do garoto, porque quem o conhece sabe que ele não consegue manter a língua dentro da boca.
A gente resolveu descer fora do condomínio e fomos andando. Avisei Mariano que ele infelizmente perdeu seu casaco para mim.
— Quando pensa em ir falar com os pais dele? — pergunto com as mãos no bolso da blusa.
— Quando falar com a minha mãe. — riu fraco. — Eu sei que ela vai ficar feliz, eu que não consigo segurar isso.
— Quando falar vai ver que era tudo paranoia da sua cabeça. — empurrei ele de lado.
Não demoramos muito até chegarmos em casa e eu agradeci por entrar naquele cômodo quentinho.
Foi questão de segundos e todos aparecem da sala.
— Oi meu amor. — sorri e abracei meu pai. — Vão lavar as mãos, já vamos jantar.
— Sim senhor. — Krys e eu dissemos juntos.
— Oi Josh. — dei um selinho nele.
— Que blusa é essa? — apontou para minha roupa e eu olhei Krys. Eu havia esquecido desse detalhe.
— É... — parei buscando uma desculpa.
— Encontramos um amigo. — disse Krys me abraçando de lado.
— E eu conheço esse amigo? — perguntou me olhando.
— Não Josh, o amigo era meu, só foi gentil pois viu que ela estava com frio, para de ser ciumento. — Krys não esperou ele dizer mais nada, apenas me puxou para o quarto.
Seguimos os dois direto para o banheiro e lavamos as mãos.
— Por que ele é assim? — encarei Krys confusa. — Você pode sair sozinha, encontrar com amigos. — suspirei.
— Ele se preocupa comigo, mas às vezes acho que ele realmente exagera. — pego uma toalha enxugando minhas mãos. — Ele vai dormir aqui hoje, vou conversar a respeito desse ciúmes.
— Melhor mesmo, até parece que não confia no taco. — dei risada.
— E que taco. — digo lentamente e recebo um tapa no braço. — Ai, seu chato. — ele mostrou a língua e eu revirei os olhos.
Tirei a blusa de frio e dei para Krys ficar, bom que ele mesmo entrega.
Descemos até a mesa de jantar e Jade já estava colocando a comida.
Meu pai perguntou do nosso dia, e Krys falou bem pouco. De tudo, eu só disse que o amigo dele é muito legal... A cara vermelha do Krys foi impagável.
Nos despedimos no corredor e Josh entrou no quarto comigo. Ele sentou na cama e fui direto no seu colo.
— Que cara é essa? Ficou assim o jantar inteiro. — me olhou.
— Não é nada. — suspirou.
— Josh, era só um amigo do Krys, para com esse ciúmes desnecessário. — digo alisando seus cabelos.
— Não é ciúmes. — revirei os olhos. — Mas você ao menos poderia ter dito onde ia.
— Eu não sabia onde ia meu amor. — digo rindo. — Foi o Krys que me chamou, e toda vez saímos juntos, ele queria conversar comigo a sós.
— Se você diz. — me deu um selinho. — Agora, será que pode ir tomar um banho? — franzi o cenho confusa.
— Estou fedendo? — negou.
— Está com cheiro de outro homem. — me deu um selinho e eu ri alto.
— Idiota. — bati em seu braço e sai do seu colo.
O cheiro do Mariano é até bom, é aqueles amadeirados que não enjoam. Aposto que o Krys está dormindo abraçado com a blusa dele...
Tomei banho e me joguei ao lado de Josh na cama.
— Um beijo de boa noite. — digo dando um selinho nele.
— Outro beijo de boa noite. — me deu um selinho e me abraçou de lado.
Desliguei a luz do abajur e me aconcheguei em seu peito.
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A Nerd e o Popular (✓)
Fanfiction𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲+| Any é uma garota que assim que nasceu foi deixada em um orfanato no Brasil, lugar onde sofreu preconceito por ser negra e ter cabelo cacheado. Por sorte a pequena conseguiu ser adotada e hoje é feliz morando com seu pai. Any é uma...