Capítulo 11 - Presa e Caçador.

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ㅤㅤA presença dos três caçadores era um infortúnio só de pensar, mas era real. Gabriel e Maria estavam encurralados, precisavam arranjar uma forma de saírem dali o mais rápido possível, os ursos de Cachinhos não paravam de rosnar, até mesmo o pequeno filhote deles estava louco para devorar os jovens, Gabriel tentou tomar a dianteira, mas só viu um monte de terra voando bem no rosto da loira, foi Maria, ela decidiu provocar a dona dos ursos, saindo correndo dali em seguida. – Meus cabelos sua vadia! – A loira se enfureceu, montando em um urso e correndo atrás de Maria com os outros, pelo meio das flores e das espadas.
ㅤㅤGabriel conseguiu ficar com os dois piores, o velho tirava os óculos de sol com os olhos fechados sem os abrir e limpou as lentes negras e então o colocou de volta no rosto, aconselhando o garoto a correr também, a caçada não iria ter graça se ficasse parado. E foi isso que o fez, Gabriel saiu correndo de quatro como se fosse um animal; um estalo, dos dedos do senhor, mandando o pescador ir atrás do garoto.

ㅤㅤ– Pode deixar comigo senhor, não vou demorar! – O pescador corria, sem demora atrás de Gabriel, até que começou. . . A afundar no chão?!! Sim, ele tinha a habilidade incomum de nadar em qualquer superfície como se fosse água, era um excelente nadador, sendo mais rápido que Gabriel correndo de quatro, que logo percebeu o homem atrás dele, lhe dando uma espécie de voadora, o jogando para uma das espadas, quase sendo partido no meio, mas soube parar com as garras.

ㅤㅤSe pondo de pé, viu o homem colocar uma espécie de chapéu chinês na cabeça. – Esse aqui é o meu maior troféu, peguei de um mago perigosíssimo, e você garoto, tem algum prêmio? – Gabriel não entendeu direito, então o pescador faria o trabalho de lhe explicar. – Como um bom caçador, quero reconhecer minha presa, ter respeito, tem algum prêmio de suas conquistas? Assim serei até um pouco mais clemente com você! – Ele ria com suas próprias falas, claro que não podia ser piedoso, estava lá para caçar.

ㅤㅤMas ao menos, queria reconhecer o príncipe dos dragões como oponente, e assim seria feito. – Sim, eu tenho! – Gabriel tinha ódio profundo em seus olhos, como de gatos, vermelhos como sangue e vorazes como um animal. – Mas diferente de você, me deram por respeito. . . – Ele pegou o chapéu do ruivo, e colocou na cabeça, se colocando em posição de combate, igual a de Eva, iria testar o que praticou mais cedo.

ㅤㅤA alegria no rosto do pescador era inestimável, ele tirava sua vara-de-pescar das costas e então atirou a linha contra Gabriel, ela era fatal, ele mirou apenas na bochecha, cortando ela e a espada ao meio logo atrás de Gabriel, mostrando o porquê dele ser fatal. Pelo jeito, teria que levar aquilo a sério; núcleos diferentes os jovens se mantinham, Maria estava ainda correndo dos ursos, que eram enormes, maiores que um homem adulto, a loira não estava para brincadeira, usando as correntes das coleiras dos seus animais, para tentar chicotear Maria, falhando em praticamente todas as tentativas, para a sorte da garota. Mas do que iria ajudar correr até se cansar? Iria acabar sendo pega, mas Maria não era idiota, ela percebeu que os ursos não estavam agindo por querer, ela controlava os animais, via isso com o brilho nos olhos da loira, os mesmos dos ursos.

ㅤㅤ– Preciso dar um jeito dela ficar longe daqueles ursos! – Maria seria uma ótima corredora nesse mundo, ela desviava de obstáculos facilmente, pegando até algumas espadas e jogando para trás, fazendo os ursos desacelerarem um pouco, usar o terreno era inteligente.

ㅤㅤViu que depois do campo de flores tinha uma floresta até que densa, as árvores eram enormes e de troncos grossos, ela então se enfiou lá dentro, procurando a oportunidade perfeita; não demorou para chegar, viu um galho horizontal perfeito, aproveitou que Cachinhos, não via mais ela e se escondeu atrás de uma árvore aonde estava esse galho, puxando ele e segurando, até que a loira passou e Maria soltou, o galho atingiu a Cachinhos Dourados e a fez cair dos ursos que por estar tonta pelo impacto do galho, não conseguiu chamar eles de volta, que partiram sem rumo, até as correntes de sua coleira ela soltou.

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