Capítulo Cinquenta e Um

1.6K 186 61
                                    

Jéssica

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Jéssica

Você tem que matá-las...
Eles nunca vão te amar se elas existirem...
Vamos Jéssica, você consegue. Não é a primeira vez que fazemos isso juntas, certo?
Eu te ajudo.
Eu sempre te ajudei.
Faço não com a cabeça.
Eu não quero.
Eu não quero mais fazer isso.
Mas ela insiste... Não para de falar.

Meu telefone começa a tocar, eu o pego no painel do carro,  olho a tela sentindo o meu coração disparar no peito.
É o Hélio....
Ela rir escandalosamente.
Suas risadas me causam medo... Porque sei que novas idéias virão por aí.

Viu como eu estava certa?
Bastou você matar a garotinha irritante  e ele já está ligando pra você... E quando matarmos a sua esposa , ele será todinho seu...
Você pode ser amada Jéssica... Há solução pra você.

Pensar em Andréa, no que eu fiz com ela ainda me causa um frenese.
Ouvir os seus gritos de dor por horas a fio, chamando o tempo todo pelos pais...
Nossa!!!
Respiro fundo.
Aquilo me deu prazer... Muito mais do que eu poderia imaginar.
Ela precisava ser eliminada... Era um tropeço nos meus planos.

Olho a telinha piscando e chamando sem parar e deixo a chamada ir direto para caixa postal.
Ela fica irritada comigo.
Porque não atendeu?
Achei que você queria ele. Não foi por causa dele que fizemos tudo isso?
Porque ela não para de falar?
Eu estou cansada de ouvir a sua voz .

Largo o celular bruscamente e levo as mãos a minha cabeça batendo forte nas minhas têmporas, tentando calar o som da  a sua voz...
_ CALA BOCA! _ Grito alto e  finalmente o silêncio chega.
Respiro fundo várias vezes seguidas.
Sinto o meu corpo suar de uma forma demasiada.

Faz tempo que não escuto o som da sua voz.
A última vez foi  quando matei os meus pais sobre o seu comando.
Eles não te amam...
Eles não te amam...
Eles não te amam...
Ela sempre repetia essas palavras.

Naquela época  eu não tinha nenhum amigo.
As pessoas me achavam esquisita e me evitavam o tempo todo.
Eu me sentia sempre só...
E embora a minha mãe tentasse me agradar, eu sabia que era por puro medo... Medo de mim...
Ela não me amava de fato, ela sentia medo.
Ela me ajudou a ver isso.
E isso era irritante...

A voz em minha cabeça me libertou...
A voz sempre me guiou...
Ela me ouvia e me entendia...
Somos amigas e desde então. descobri que não preciso de ninguém... De mais ninguém...

Depois que incendiei a casa dos meus pais com eles ainda dormindo, sai de casa sem olhar para trás.
Eu tinha dezoito anos.
Sai sem rumo e caminhei por dias até conhecer chegar a uma cidadezinha e comprei uma passagem para o Rio de Janeiro.
Me inscrevi para ser bombeira e enquanto aguardava uma chamada, fiz alguns trabalhos de garçonete em bares e casas noturnas.

Conheci  Hélio em uma danceteria,  ele era  bar man e  se mostrou um grande amigo.
Gostei dele logo de cara.
Atencioso... Meigo... Sorriso fácil... E bom ouvinte.

12. Ardente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora