Anos atrás...
• TK •
Gael: Ou você atira nela, ou eu atiro em vocês dois. - meu pai falou apertando meu braço, me olhando com aquele olhar de ódio misturado com vários tipos de droga que ele usa diariamente.
Tiago: Eu não posso fazer isso, pai, ela é minha mãe! - falei deixando as lágrimas caírem, e olhei para a minha mãe que estava amarrada no pé da cama, chorando!
Gael: Para de ser um frouxo, moleque! Quer assumir a porra do meu morro como?
Tiago: Eu nunca disse que quero assumir a merda desse morro aqui! - gritei e recebi um tapa no rosto.
Gael: Esse é o seu destino!
Olhei pra arma em minha mão, e olhei pra minha mãe, que estava chorando me olhando, enquanto negava.
Eu não podia matar a única pessoa que me ama e que cuida de mim. Não posso! Eu vou me sentir um monstro se eu fizer isso com ela.
Eu só tinha 9 anos, e convivia com um pai agressivo e uma mãe carinhosa, que cuida de mim com todo o carinho, enquanto meu pai maltrata nós dois, principalmente ela.
Meu pai é dono do complexo da Pedreira, se envolve com todos os tipos drogas, e mulheres interesseiras. Ele trai e bate na minha mamãe na minha frente, e as vezes me bate também. Ele já trouxe mulher aqui pra casa, e fez alguns negócios com ela na minha frente e na frente da minha mãe.
Foi horrível esse dia, depois deles fazerem sei lá o que, os dois bateram em minha mãe. Era só tapa, soco e chute nela, sem dó. E eu não podia fazer nada, pois quando fui pra cima deles, o cara que se dizia meu pai enfiou uma faca em meu braço, e me amarrou em uma cadeira, só pra ficar vendo ele bater em minha mãe.
Kamila: Filho...- minha mãe falou baixo enquanto me olhava com as lágrimas já descendo por seu rosto.
Gael: ATIRA PORRA! - me empurrou.
A arma voou longe e eu cai no chão, batendo a cabeça. Minha mãe tentou vir até mim, mas a corda que prendia ela não deixou.
Meu pai pegou a arma do chão e sem mas atirou no peito da minha mãe.
Tiago: MÃE!
Fui até ela, e balancei a mesma, mas ela não se mexeu, nem nada, apenas sorriu fraco e foi fechando os olhos devagar.
Meu corpo tava paralisado ali mermo, sem reação alguma com aquele bagulho todo.
Minha cabeça rodava, e eu sentia um sentimento tão ruim crescendo em meu peito, tá ligado?!
Tiago: Olha o que você fez...- falei baixo, levantando meu olhar pra cara do homem que tirou a coisa que mais me importava na vida.
Ele deu as costas e saiu do quarto sem dizer nada.
Fiquei por maior tempão ali chorando abraçado com a minha mãe. Eu sabia que esse seria o meu último contato com ela.
A minha rainha tinha me deixado.
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Mente de um Favelado
Teen Fiction"Faço o certo, passar dessa pra melhor, é necessário andar de peça caso aconteça o pior. No silêncio da madrugada aguardo meus inimigos pra fazer chover bala. Ai, filha da puta vai ter que aturar, faturando, mano, faturando, fraturando o crânio, ela...