**Capítulo 106**

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Aumentei a meta pq esse cap tá grande, e é isso mesmo kkk

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• TK •

Alice me encarava com os olhos arregalados, e ela já estava mais branca do que já era.

Alice: Você...você vai não vai sair daqui né? - se aproximou de mim.

TK: Eu tenho que ir, pô. - suspirei, passando a mão pelo meu rosto. - Bagulho vou ter que resolver frente a frente com ele.

Alice: Você não vai sair daqui!. - bateu o pé, me encarando séria.

TK: Colfoi Alice? Vai dar uma de maluca agora? Eu tenho que ir, caralho, bagulho que ele quer resolver é comigo. Vou deixar vocês de fora disso.

Alice: Para Tiago!. Não vai cara, por favor, eu...eu tô sentindo que...

TK: Nem vem, Alice. Fica de boa aqui com as crias, vai rolar nada sério não. - dei um sorriso forçadão, nem acreditando nesse bagulho que eu disse.

A parada é que eu também tava sentindo cada bagulho estranhão, pô. Na boa mermo.

Alice me olhou com uma cara de choro, e me abraçou com força, me apertando todo.

Alice: Só me promete um bagulho? - me olhou, e eu balancei a cabeça. - Promete que você vai ficar bem, e voltar logo pra gente poder curtir no aniversário da nossa princesa?

TK: Prometo. - murmurei, soltando ela.

Dei um beijo na Kamilly, que já comecou a chorar. Fiz um toque com o Antony, e sai daquela casa, arrumando a fuzil na frente do corpo, e o colete.

Cascavel mandou o papo que quando os canas subiam, a gente nem fazia nada, era cada um no teu barraco escondido, e já era. Mas quando era facção rival, era outra parada, põ. Nós batia de frente, e foda se.

Topei com os caras que já estavam com a tropa reunida pra descer.

Na boa mermo? Tava sentindo umas paradas foda no peito. Tava nem entendendo, apenas sentia que não era algo bom não.

Sabia que o Grego tava subindo com tudo, só pra pegar minha cabeça. Tava ligado em como ele era com traidores, pegava pesado e fazia sofrer pra caralho, sem dó alguma.

Coração tava acelerado, e pela segunda vez, eu senti medo, medo de dar tudo errado, medo de eu morrer, e principalmente, medo de acabar fodendo minha família por vacilo meu.

Cascavel: Ae TK, vacila não pô, se topar com o Grego mete bala, por que ele não vai pensar duas vezes antes de fuzilar tu. - me olhou, colocando mais munição na mochila.

KL: Mata sem dó, carai. Pensa na tua família...- deu dois tapinhas no meu ombro, e subiu pra laje.

Balancei a cabeça, apertando mais o fuzil. A tropa foi descendo bem na moralzinha, e até agora não tinha nenhum barulho de tiro, ou os caralhos.

Tigrão fez sinal pra mim, e eu fui entrando num beco, me separando deles.

O bagulho era eu bater com o Grego, e matar ele de vez!.

Quando eu ia saindo do beco, ouvi o disparo, e logo a ardência em minha panturrilha.

Cai de joelhos no chão, e olhei pra trás, vendo o Grego, o Souza e o Lima, entrando naquele beco. Os três tinham um olhar fodão sobre mim, mas o Grego tinha o pior. Era de puro ódio, carai.

O Lima não esperou mais nada, deu logo um bicudão na minha cara, me fazendo cair deitado naquele chão sujo do beco.

Grego: Sei nem o que te dizer, pô.. Vacilou, e vacilou feio. - suspirou, negando com a cabeça. - Eu tava ligado que o GL era um vacilão contigo, mas na facção ele era um dos chefes, um dos melhores, carai. Tu não tinha que ter envolvido bagulho pessoal e os caralhos.

Lima: Tu não pensou antes da parada toda, como que tu ia se fuder, e levar tua família junto? - cruzou os braços. - Mandei um papo serinho pá tu, pô, aconselhei e os caralhos, mas tu pouco fez. Agora tá nessa, fechado com facção inimiga, e jurado de morte no CV. - negou com a cabeça, me encarando serinho.

Souza: Eu sempre tive ligado no que o GL fez contigo no passado, menor, ele vacilou também, mas tu não tinha o direito de matar um dos nossos irmãos. Quando tu entrou pra facção também, a gente deu as regras, mandou o papo bem serinho pra você, mas parece que não adiantou de porra nenhuma.

TK: Se o pai de vocês matasse suas mães, e depois fudesse com tua vida a cada instante, cês iam fazer o que? - perguntei baixo, passando a mão pelo nariz, vendo o sangue ficar em meus dedos. - Tô ligado que iam matar ele das piores maneiras possíveis.

Grego: Vem com outro papo não, TK. Tu vacilou caralho, e vai sair liso não. Tu já sabe o que vai acontecer contigo, ne?!

Fechei meus olhos, suspirando alto, e naquele mesmo instante veio cada parada foda na minha mente, como a primeira vez que topei com a Alice, quando ela me contou do bebê e outros bagulhos que me fudeu mais ainda.

TK: Podem me matar, pô, mas só deixem minha família de fora desses bagulhos, eles nem tem culpa de porra nenhuma...- abri meus olhos, encarando os três ali na minha frente, com as fuzis apontadas pra mim.

Ouvi eles destravarem e no mesmo momento, um grito vindo da entrada do beco pela 18. Nem olhei, nem nada pois já conhecia aquele grito.

Alice: Por favor, não faz nada com ele, eu...eu...

TK: Tu tá fazendo o que aqui, porra? Tá maluca, caralho? - gritei, encarando ela puto, mas ela nem deu bola, só ficou olhando pros caras, já chorando.

Alice: Por favor, não mata ele, Grego. Pensa em como a Natália e suas filhas ficariam se soubessem que tu morreu...

Ele encarou ela estranho na hora, dando um suspiro baixo, mas não abaixou o fuzil.

O Souza agarrou a Alice pelos cabelos, tirando ela da minha frente. Ela começou a gritar, e a minha vontade era de meter bala nesse filho da puta!.

Eu só ouvi os disparos, e o grito da Alice antes de sentir meu corpo sendo perfurado pelas balas.

É, eu pequei, pequei pra caralho, e eu já tava ligado que o salário do pecado é a morte!.

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora