**Capítulo 18**

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Acordei com alguém batendo em minha porta com agressividade. Me levantei toda leiga, e fui até a porta. Assim que abri, meus país entraram em meu quarto feito loucos.

Alice:O que aconteceu? - encarei eles coçando meus olhos.

Giovana: Como você pôde? - minha mãe gritou, e eu fiquei sem entender nada. - Eu sempre te avisei pra se cuidar, e agora você me aparesse assim.

Alice: O que...?

Ela começou a falar vários negócios, e eu não estava entendendo nada, só ficava olhando pra cara dela, que gritava passando as mãos pelos cabelos.

Alice: Mãe, eu não tô te entendendo...

Ela jogou algo em mim, e eu logo entendi quando vi aquele papel. Olhei pra eles já com lágrimas nos olhos e tentei me aproximar deles, mas meu pai me empurrou.

Alice: Mãe, pai...

Kalel: Você é uma vagabunda! - meu pai gritou, e eu senti meu peito doer com ele falando isso. - De quem é essa peste que está em sua barriga? - fiquei em silêncio. - Responde, sua piranha! - gritou.

Alice: É de um cara ai, ele...ele mora na Pedreira. - falei baixo, e logo senti a ardência em meu rosto. Ele tinha me dado um tapa!

Eu não aguentei e comecei a chorar, meu pai me deu outro tapa e me empurrou na cama.

Giovana: Eu não acredito que você engravidou de um favelado, Alice. Você virou uma puta desde quando? - gritou apertando meu braço com força.

Alice: Tá me machucando mãe...

Ela não me respondeu, só começou a me dar um monte de tapa no rosto, e nos braços.

Giovana: Você vai sair dessa casa ainda hoje, não quero vagabunda grávida de favelado dentro da minha casa. Sua nojenta.

Alice: Não mãe, por favor, não. - neguei enquanto eu chorava.

Giovana: Você é um desgosto pra todos nós, sua imunda. Sai da minha casa. - gritou apontando para a porta. - Vai embora logo!

Alice: Mãe...

Giovana: Não me chame de mãe, sua vagabunda!

Arrumei minhas coisas tudo em uma uma mala, e quando terminei eles me empurraram pra fora do quarto, como se eu fosse uma cachorra. Sai daquela casa derrotada, sem saber o que fazer.

Fui direto pra casa da Lavínia, toquei a campanhia, e ela logo abriu. Seu olhar era de puro nojo sobre mim.

Alice: Amiga...

Lavínia: Amiga nada! Seus pais acabaram de ligar aqui pra casa contando tudo. - negou. - Você é uma piranha, Alice! Como pôde transar com um traficante? Você é nojenta, e agora tá grávida ai, espero mesmo que você se foda por ai com essa criança.

Ela fechou a porta na minha cara, e eu chorei mais ainda. Sai daquele condomínio sem a mínima ideia para onde iria.

Não consigo acreditar que meus pais fizeram isso comigo, eles sempre me ajudaram em tudo, e agora isso!

E a Lavínia nem se fala, sempre ajudei ela, quando o namorado dela bateu nela eu defendi ela com unhas e dentes, pra ela agora me tratar como se eu fosse uma qualquer?

Eu estava sozinha, sem saber para onde ir. Até que lembrei do culpado disso tudo, o tal de Tiago, o cara que acabou com a minha vida.

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora