1 mês e meio depois...
• Alice •
Sai de casa com a minha cabeça explodindo. Por mais que eu queira voltar pra minh cama, eu tinha que ir fazer o pré natal, aqui no postinho da Pedreira.
Eu estava de top, e um shorts molinho. Meus cabelos estavam amarrados, mas mesmo assim eu sentia calor.
Oito horas da manhã e o sol queimando já.
Por onde eu passava o povo me olhava tudo curiosos. Era a primeira vez que eu saia assim de dia, com o povo já na rua.
Minha barriga tava amostra, e dava pra percebe que eu estava grávida, pois já estava mas grandinha, e pontudinha.
Passei por uma padaria sentindo o cheirinho de pão fresquinho, na hora minha boca já salivou, mas passei reto tentando ignorar aquela vontade, pois se eu parasse ali, iria querer comer tudo o que eu visse, e iria me atrasar pra consulta.
Tava me arrependendo de não ter pegado um moto táxi, mas continuei descendo aquele morro.
Entrei no postinho, e fui falar com a recepcionista. Minha consulta tava marcada para as 8h30, e agora era oito e vinte já.
Mostrei meus documentos para ela, e ela me pediu para mim aguardar ser chamada.
Fiquei sentada ali por um tempinho, até um cara alto e moreno chamar meu nome. Acompanhei ele até uma sala. Ele pediu para mim deitar na maca, e assim eu fiz.
- Sou o Dr. Adriano, vou acompanhar sua gravidez. - sorriu pra mim, e eu concordei sorrindo também. - Está de quantas semanas?
Alice: 14, por ai.
Ele assentiu, e passou um gel em minha barriga, logo em seguida um aparelho. Ele ficou olhando para uma telinha que tinha ali, que mostrava vários borrões.
Eu não sei se ele estava conseguindo ver algo, mas eu sabia que eu não estava enchergando nada daquele munitor.
Adriano: Bom, aparenta estar tudo bem com seu bebê, nada de estranho. - me olhou, e eu sorri aliviada. - Quer ouvir o coraçãozinho dele?
Concordei animada, e ele apertou um botão lá. Um barulinjo estranho soou pela sala, e ele me disse que era o coração do meu nenê.
Fiquei toda xoxa, bobona que só.
Adriano: Vou passar algumas vitaminas para você tomar. - disse anotando algo em um papel. - E por favor, se alimente bem, evite comer muita besteira.
Concordei mesmo sabendo que isso seria impossível. Ele me mediu, e viu o meu peso também. Depois de mais algumas coisas, ele me liberou, avisando para mim voltar mês que vem no mesmo horário de hoje.
Ele tinha me entregado uma fotinha que tinha tirado do munitor. Subi o morro olhando aquela foto sorrindo toda boba.
Passei na padaria e comprei alguns pães, e um bolo de chocolate que estava no balcão.
Babei até.
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Mente de um Favelado
Teen Fiction"Faço o certo, passar dessa pra melhor, é necessário andar de peça caso aconteça o pior. No silêncio da madrugada aguardo meus inimigos pra fazer chover bala. Ai, filha da puta vai ter que aturar, faturando, mano, faturando, fraturando o crânio, ela...