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Um cara veio até mim, me dizendo que a polícia já estava a caminha, e eu só balancei a cabeça, me levantando.
Logo meu irmão veio a cabeça e eu chorei mais, imaginando que ele também deveria estar morto.
Subi aquelas escadas e fui entrando em cada quarto, mas não achava ele de jeito nenhum. Por último fui no meu quarto, e quando fui tentar entrar no banheiro, ouvi aquela voz me chamando.
Antony: Alice?
Me virei, e vi ele saindo de uma porta do meu antigo closet. Ele correu até mim, abraçando minhas pernas.
Abracei ele, chorando, mas agora de felicidade, por saber que ele pelo menos estava bem.
Antony: A mamãe me colocou aqui, e disse pra mim só sair quando você aparecesse. - me olhou. - Eu ouvi uns barulhos muito altos e os gritos da mamãe e do papai também. Cadê eles?
Fechei os olhos, lembrando de tudo lá embaixo, e chorei mais ainda. Eu nem disse nada, só fui no meu closet com ele, e peguei a gravata que eu usava no meu antigo uniforme, da minha antiga escola.
Alice: Vou colocar isso daqui no seu rosto, tampando seus olhos, e você não pode de jeito algum tirar isso, tudo bem? É uma brincadeira que a irmã vai fazer com você, que quando eu mandar tirar, ira ter uma surpresa maravilhosa, pra você.
Ele balançou a cabeça se animando, e eu segurei o choro. Vendei os olhos deles com aquela gravata, e peguei na mão dele, saindo daquele quarto.
Descemos aquela escada bem devagarzinho, comigo ajudando ele a descer cada degrau, para ele não cair.
Meu coração estava tão apertado, vendo ele todo animado com essa "brincadeira".
Quando meu olhar bateu nos meus pais, de novo eu chorei, só que agora bem baixinho, pro Antony não ficar fazendo pergunta.
Sai daquela casa com ele, ainda vendado. Peguei meu celular tentando ligar para o Tiago novamente, e sai daquele condomínio indo até uma pracinha ali perto.
Ligação.
TK: Fala ai, gata?!
Alice: Eu preciso que você venha me buscar, perto da onde eu morava, por favor. - pedi, chorando baixinho.
TK: Tá chorando? - fiquei calada. - Iih, qual foi Alice? Fizeram algo contigo, pô?
Alice: Só vem logo.
TK: Posso sair do morro agora não, vou mandar alguém te buscar. Manda a localização ae.
Ligação.
Mandei a localização pra ele, e fui sentar num banco dali da pracinha. Pedi para o Antony me esperar ali, e fui até um carrinho de sorvete que tinha ali.
Comprei dois picolés de chocolate e um de milho, que são os favoritos dele.
Me sentei ao seu lado, e pedi pra ele tirar a gravata dos olhos. Quando ele tirou, e viu os sorvetes em minha mão, deu um sorrisinho, e pegou eles da minha mão.
Antony: Eu amo esses sorvetes, Lice! - disse feliz, e eu segurei o choro mais uma vez.
Eu não sabia como dizer a esse menino, que mataram nossos pais. Ele só tem 6 anos, cara! Vai ser muito pior pra ele, do que está sendo pra mim.
E então, pensando somente nele, eu resolvi que não iria contar nada agora.
Antony: Cadê a mamãe e o papai, Lice? - me olhou, enquanto lambia o sorvete de milho.
Alice: Eles...eles foram viajar. E vão demorar muito pra voltar, por isso que você vai ficar comigo. - dei um sorriso forçado, e ele se animou mais, me abraçando, e beijando minha bochecha, melando ela com um pouco de sorvete. - Vai ficar tudo bem, ok?
Ele balançou a cabeça e voltou a chupar seu sorvete.
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Mente de um Favelado
Teen Fiction"Faço o certo, passar dessa pra melhor, é necessário andar de peça caso aconteça o pior. No silêncio da madrugada aguardo meus inimigos pra fazer chover bala. Ai, filha da puta vai ter que aturar, faturando, mano, faturando, fraturando o crânio, ela...