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• TK •
No dia seguinte passei quase o dia todo na boca, só tentando pensar no que fazer pra resolver os caô que tava rolando aqui na favela.
De novo o lucro tá caindo, e nós cada vez mais tá ficando sem grana pra pagar os de fé, e os carregamentos de armas.
Tava estranhando isso fazia uma cota, esses meses atrás o lucro tava subindo pá porra, dinheiro entrando na conta igual água, pô, mas do nada, tudo começa a cair de novo, e agora, as contas não batiam mais.
Tinha cara que tava na má fé aqui com nós, só que na mente ainda não vinha ninguém.
Esses tempos a gente tá fazendo mais assaltos que o normal. A gente sempre fez 1 a cada mês, pra não ficar pesando muito. Agora a gente já tá fazendo 3 por mês, pô.
Tá foda os bagulhos!.
Sai das idéias com gente batendo na porta da salinha, só mandei entrar e logo o Linguiça mandou o papo que o GL tava me convocando na casa dele.
Deixei os bagulhos ali na responsa dele, e parti pra casa do cuzão. Fui no ódio mermo, sabia que ele ia lotar minha mente, mas se eu não fosse, ele vinha de caô pra cima de mim, querendo botar moral e os caralhos.
E tava nem afim de bater ideia com esse porra!. Minha mente já tava cheia demais, pra mais um caô.
Assim que brotei na base dele, já fui entrando, me deparando com ele e mais um menor, sentados no sofá, jogando vídeo game.
Fiquei sem entender nada, na boa mermo. Mas viajei legal ali, e me vi naquele moleque. Nunca tive um momento assim com o GL quando era menor, nem se quer nos falávamos direito, mas teve uma vez que ele chegou um dia aqui em casa, e do nada me chamou pra jogar vídeo game. Naquele dia, fiquei felizão, pensando que ele tinha mudado, mas, dias depois ele acabou de vez com a minha vida.
TK: Manda o papo ai. - falei, cruzando os braços, me encostando na parede.
GL me olhou na hora, e pausou o jogo, se levantando, e vindo até mim. O moleque lá só ficava olhando tudo, calado.
GL: Pô, tô ligado que eu já tinha que ter mandado essa fita pá tu antes, mas era foda. - coçou a cabeça.
Ele fez sinal com o garoto, que levantou, e veio pro lado dele, abraçando as pernas do GL.
GL: Essa cria aqui é teu irmão, pô.
Parei legal ali mermo, sem caô, mas logo encarei ele no deboche, negando com a cabeça.
TK: Meu irmão? Conta outra, GL, tu é operado, pô. Vem meter caô não.
GL: Já faz uns anos que reverti esse bagulho ai, e na primeira jorrada veio esse moleque aqui. - deu um tapinha na testa do menino, que só fez uma cara de bravo pra ele, mas logo deu uma risada fraca. - Caique pô.
O moleque me olhou, e na moral, era minha cópia quando eu era menor. Parecidão mermo, cara.
Ia já falar merda, mas ai lembrei que esse garoto não tem nada a ver com o que o GL fez no passado.
TK: E ai, pô, suave? - ele balançou a cabeça confirmando, e sorriu fraco. - Sou o Tiago, acho que...teu irmão né?!.
Troquei uma ideia maneirinha com aquele garoto, só vendo de canto de olho o GL olhando com um sorriso no rosto. Nem tava fazendo isso por ele não, tá ligado?! Tava fazendo isso pela cria mermo. Agradei maneiro dele, pô!.
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Mente de um Favelado
Teen Fiction"Faço o certo, passar dessa pra melhor, é necessário andar de peça caso aconteça o pior. No silêncio da madrugada aguardo meus inimigos pra fazer chover bala. Ai, filha da puta vai ter que aturar, faturando, mano, faturando, fraturando o crânio, ela...