**Capítulo 69**

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Maratona 02/03

TK

Entrei no carro com a Alice, que estava fazendo uma careta diferente a cada minuto.

Tinhamos saído do hospital agora, 6h da manhã já. Tinha dado nada com o bebê, tava suavão dentro da barriga dela.

Graças a Deus, pô.

Se acontecesse algo com aquela criança, Bruna tava fudida. Tenho consideração por ela pra caralho, mas se tivesse dado merda com o bebê, esquecia dos bagulhos tudo, e levava ela pra sala 9.

Ela sabe que as paradas lá é braba, e que eu não alivio não.

Alice: E como foi a conversa com a Bruna? - me olhou.

TK: Ela surtou quando eu disse que tu tava grávida, e que eu era o pai. - suspirei. - Era o sonho dela ser mãe, tá ligado?!

Ela balançou a cabeça, e eu liguei o carro saindo dali. Passei numa padaria, e comprei alguns bagulhos pra tomar café. Parti pra casa dela, e deixei o carro ali na frente.

Alice pegou os bagulhos e foi entrando pra casa. Antes de entrar falei com os caras que eu já, já brotava na boca.

Tinha vários bagulhos pra resolver lá, e troca uma ideia maneira com o GL, sobre o PCC já estar atacando. Agora ele não vai poder ficar se escondendo não, pô, tem que botar a cara por que a guerra só tá começando por causa de vacilo dele.

PCC era forte pra caralho, comandava altas paradas pelo pais, e nem de longe o CV era tão forte assim. Se eles viessem com tudo, a gente ia se fuder maneiro.

Entrei em casa, e já vi a Alice comendo na cozinha. Só comi alguns bagulhos ali, e já fui vazando, mas antes a Alice me puxou.

Alice: E agora, Tiago? Como a gente fica? - perguntou baixo, amarrando os cabelos.

TK: Sei lá, pô. - cocei minha nuca. - Depois nós vê isso, pode pá? Tenho altas paradas pra resolver na boca, cheião de problema.

Ela balançou a cabeça, e me deu um selinho. Sai dali, e fui a pé pra boca mermo. 7h da manhã e um calor do caralho, ninguém aguenta não, pô.

Tirei minha camisa, e arrumei minha fuzil na frente do corpo. Enquanto eu descia aquela favela, falava com alguns moradores, que saiam para ir trampar fora da favela.

Quando cheguei na boca, Juni já veio fazendo um toque comigo. Sei lá, pô, mas nesses tempos eu tava zero afim de papo com esse menor. Via maldade demais no olhar dele, na boa.

Distância desse cara era a melhor coisa pô.

Korina: Ae Tiago, fiquei sabendo do bolôlô dessa madrugada. - falou, assim que entrei na sala das drogas. - A cria tá bem?

TK: Tá suavona dentro da barriga da Alice, pô, bem na moralzinha. - suspirei, indo separar as drogas também.

Fiquei trocando ideia com ele ali, e depois fui ver a produção dos moleques. Alguns fabricavam as drogas, e os outros já embalavam pra mandarem para as bocas pra vender.

Lucro daqui do complexo tava crescendo pra caralho, das missões que a gente fazia só ajudava, pô.

Dinheiro entrando igual água já.

******

Então gente, eu tava pensando neer, que quando eu terminar esse livro ( o que não vai demorar muito ), eu fizesse um livro sobre a Analice, filha do Cascavel, a que o GL "matou"

O q vocs acham?

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora