Mente de um Favelado

**Capítulo 63**

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• Alice •

Olhei para o lado de relance, mas voltei assim que vi aquele nojento me encarando. Fiz careta pra ele, que deu risada, baforando o lança que estava em sua mão.

Desde que o TK me disse que ele tinha tentado estuprar uma menina eu criei um nojo enorme por esse cara.

Puta que pariu!

Eu realmente achava que ele podia até ser um cara legal, mais eu estava muito enganada.

Dizem que a primeira impressão é a que fica, mas é mentira, pois ele tinha cara de ser um homem super gente boa, mas é um filho da puta nojento.

Poderia até ser mentira do Tiago, só pra me ver longe desse cara, mas eu não ia arriscar ficar perto dele, por que eu sinceramente acho que o TK não mentiu falando isso.

Renata: Mano, esse escroto do Juni não para de te encarar. - falou, me olhando, enquanto bebia sua caipirinha. - Vai levar pipoco. - deu risada.

Olhei pra ela sem entender, mas fiquei na minha. Desde que cheguei no baile, o Juni não para de ficar me encarando.

Chatão isso!

As vezes eu pegava o Tiago me olhando também, mas a maioria do tempo ele ficava se agarrando com a mulher dele, lá no camarote.

Renata tentou me puxar pra lá, mas não quis, então ela resolveu ficar aqui na pista comigo mesmo.

Renata: Olha Alice, eu sei que o TK é o pai do seu bebê. Meu marido que é melhor amigo dele me contou. - suspirou, e eu olhei pra ela com os olhos arregalados.

Alice: Eu...

Renata: Não se preocupa que eu não vou te julgar. - sorriu de lado. - Eu tô achando bem feito a Bruna estar provando do próprio veneno.

Alice: Como assim do próprio veneno? - encarei ela confusa.

Ela já foi logo mudando de assunto, e eu não insiste naquilo. Mas aquela porra ficou martelando na minha cabeça por cotas.

Bruna traia o TK também, cara?

Olhei para ela lá em cima, e na mesma hora ela me olhou. Dei um sorriso fraco pra ela, e ela virou a cara, dando um selinho no Tiago.

Aquilo me incomodou demais mano, podia negar não. Queria eu no lugar dela, mas infelizmente eu não estou.

Foda!

Desviei meu olhar dos dois, para o meio do povo, e vi um loirinho alto me olhando.

Ele sorriu pra mim, e eu sorri de volta, toda educada e plena.

Renata: Se joga...

Alice: Oi? - encarei ela, que revirou os olhos.

Renata: Se joga nesse bofe, gata. Vai com tudo. - sorriu pra mim. - Só tem cara de playboyzinho, mas tudo bem...

Dei risada negando, e dei um gole grande na minha coca.

******

- E ai.

Olhei para o lado vendo aquele menino loirinho, que estava me olhando. Só ouvi a Renata rindo, e saindo dali de perto da gente.

Alice: Oi. - sorri fraco.

- Cadu...prazer.

Alice: Alice...- falei, e meu olhar foi para o camarote.

Tiago me olhava encostado na grade, ele estava sério, de braços cruzados. Nem liguei, e voltei a conversa com o menino super de boas.

Ele até que era legalzinho, e realmente parecia ser um cara maneiro.

Mas foi do nada ele me puxar, e já logo colar a boca na minha. Fiquei sem reação total, até pensei em empurrar ele, mas fechei os olhos me entregando ao beijo.