**Capítulo 41**

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Alice

Os tiros estavam casa vez mais altos e fortes, enquanto eu continuava nervosa com essa situação toda.

Nunca me imaginei grávida, e passando por isso tudo. É horrível.

Quando eu vi que isso duraria mais algumas horas, eu desci pra cozinha, pois estava morta de fome.

Tava fazendo uma sanduíche de boas, até que começaram a esmurrar a porta. Tomei um susto do caralho, já ficando em choque.

Continuei parada no mesmo lugar, com medo de não ser alguém do bem. Mas continuaram a bater na porta.

- Abre essa porra aqui, Alice. Sou eu, caralho.

Assim que ouvi a voz dele, me aliviei um pouco por saber que não era um estranho.

Corri pra abrir a porta, e quando abri vi ele cheio de sangue com um cara nos braços, cheio de sangue também.

Alice: O...que? - olhei pro TK assustada.

TK: Preciso que tu ajude ele, pô. - entrou em casa, colocando ele no sofá. - Levou dois tiros, um na coxa, e o outro no ombro.

AliceTem que levar ele no postinho, eu não posso...

TK: Faz o bagulho logo, porra, que nem tu fez em mim aquele dia. Não tem como eu levar ele no posto, se não nós dois é preso, caralho. - falou altão, e eu me calei, indo buscar a caixinha de primeiros socorros.

Voltei pra sala vendo o TK andar de um lado para o outro, enquanto o menino olhava para o chão quieto.

Me aproximei dele, sorrindo toda sem graça. Me sentei ao seu lado, e ajudei ele a tirar a camiseta.

Alice: Olha, já digo logo que vai doer. - encarei ele, que assentiu.

Coloquei ele em uma posição que seria melhor pra mim retirar a bala.

Primeiro eu limpei com soro, vendo ele fazer uma careta engraçada. Retirei a bala com a pinça, e fui costurar aquele buraco.

Fiz os mesmos procedimentos na coxa dele, só foi mais difícil retirar a bala, por que ela já tinha se alojado ali.

Sério, já tava me sentindo uma enfermeira fodona.

Quando eu terminei de fazer o curativo em sua coxa, ouvi baterem na porta novamente.

Na hora eu olhei pro TK, que foi até a janela, abrindo só um pouquínho a cortina.

Ele me olhou com os olhos arregalos. Tiago tava mais branco do que já era, e ai eu entendi o que estava acontecendo.

Alice: Se esconde com ele em algum canto, que vou tentar manda eles embora.

Ele concordou, colocando as fuzil nas costas, e pegou o menino, saindo da sala.

Continuaram a bater na porta, mas eu esperei mais um tempo para abrir a porta.

E assim que abri, dei de cara com quatro policiais ali.

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora