**Capítulo 43**

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Maratona 02/03

Continuei encostada na parede, pedindo a Deus que tudo isso acabasse bem.

Freitas desceu a escada com pressa, e se aproximou de mim com algo nas mãos, e percebi ser o dinheiro que o TK estava me dando nesses tempos.

Freitas: De quem é esse dinheiro todo? - gritou, jogando o dinheiro todo no chão. - Me fala logo quem é o vagabundo do seu namorado, piranha!

Alice: Pare de me ofender, isso é calúnia e difamação, cabe processo, sabia? - falei no mesmo tom que ele, mas quando ele veio se aproximando de mim, eu me arrependi de ter gritado.

Freitas: Obstrução de informação, ser cúmplice, acolher e ocultar bandido também cabe processo, a mocinha sabia? - segurou meu braço.

Fiquei calada, ainda olhando para o chão. Cada vez mais eu ficava mais nervosa, tava já começando a sentir o pé da minha barriga doer um pouquinho.

A médica tinha me dito que eu não podia ficar muito nervosa. Mas com uma situação dessa quem não fica?

Freitas apertou mais meu braço, e eu tentei soltar, só que não consegui.

Alice: O senhor está me machucando, poderia me soltar?

Freitas: Pensei que vagabunda de bandido já estivesse acostumada com isso!

Alice: Eu não sou vagabunda de ninguém! O meu namorado é honesto, ele não é do tráfico. - falei alto.

Freitas: Sinceramente, não sei como meninas lindas como você entram nessa vida, para serem piranhas de bandido, se apanhar e...

Alice: O senhor não tem provas do que está dizendo, então não pode vir falar essas coisas para mim, seu filho da puta. - gritei, já sem paciência.

Freitas: A mocinha tá querendo ser detida por desacato a autoridade? - aproximou o rosto do meu. - Em?

Alice: E o senhor? Quer ser julgado por calúnia e difamação? Não tenho medo de ir até a justiça e processar o senhor.

Ele me soltou, se afastando um pouco. Continuei parada aonde estava olhando para os quatros que me olhavam. O rádio do Freitas tocou, e ele pegou indo atender o mesmo no canto da sala. Ficou falando no mesmo por um tempo, mas logo guardou se aproximando novamente.

Freitas: Garcia, recolhe esse dinheiro todo e vamos embora. - olhou para o outro policial.

Alice: Você não pode levar meu dinheiro...

Freitas: Isso é dinheiro sujo, então eu posso sim! - apontou o dedo pro meu rosto. - E você, fique esperta!

Eles saíram da minha casa batendo a porta, e levando todo o meu dinheiro com eles.

Me sentei no sofá ainda meio em choque, e chorei bastante.

É horrível passar por isso, só quem já sentiu isso na pele sabe o quanto é horroso passar por uma coisa dessas.

Mas graças a Deus que nada deu ruim, e espero que esses caras nunca mais aparecem na minha vida.

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora