**Capítulo 98**

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TK

Sai daquela casa boladão mermo, na moral. Tava cansadão disso, pô. Corri atrás, tentei de tudo pra nós ficar de boa, e ela sempre esculachando.

Se ela não quer mais, posso fazer o que, né?! Acabou...

Tinha mó fé em nós dois, mas depois de hoje, vou viver só pela minha filha mermo, por que por ela eu já cansei.

Fui direto pra boca, batendo com o Juni, que já veio de ideia, mas nem dei atenção, só entrei na minha salinha, e fui tentar relaxar.

Olhei as horas no meu celular, e vi que já tinha passado das meia noite. Na hora já veio que hoje completava mais um ano que o GL matou a minha mãe.

Ih, pô, foi ai que fiquei malzão mermo. Já fui pegando as drogas pra tentar relaxar, e esquecer da porra toda.

Fumei maconha pra caralho, e quando eu ia usar a coca, eu parei, e pensei na minha mãe, na minha filha, e na maldita da Alice, e nem usei mais nada.

Abri minha carteira, e já dei de cara com a foto da minha mãe. Era uma foto comigo, quando eu era menorzin ai. Tinha acabado de nascer.

Foi ali que deixei as lágrimas que estavam presas, saírem de uma vez. Chorei pra caralho, irmão. Tava nem ligando se alguém podia entrar aqui e ver.

Quando eu pensei que não podia piorar, o filho da puta do GL entrou ali na boca, e assim que viu o meu estado, tentou de aproximar.

TK: Pô, nem chega perto, na boa mermo. - pedi, me levantando. - Tu acabou com a minha vida, caralho...

GL: Se tá falando dos bagulhos dos pais da Alice, que eu contei e...

Na merma hora encarei ele boladão, sentindo meu ódio crescer por esse desgraçado. Me segurei pra caralho, pra não meter porrada nesse cuzão.

Só de olhar pros olhos dele, já percebi que estava drogado, mais que eu.

TK: Tu destruiu a minha vida a 18 anos atrás, porra!. - gritei, jogando a cadeira longe. - Tu matou a minha mãe, quase me fez ter que matar ela. Tu é um desgraçado, filho da puta!.

Parti pra cima dele, e já meti um retão na cara do maldito. Pegou bem no nariz, e ele ficou tonto. Mas, logo senti um murro no canto do rosto também. Filho da puta tinha revidado.

GL: Quer saber? Não me arrependo dessa porra ai, não. Matei aquela vagabunda, e mataria de novo. Aquela mulher não merecia nada, e nem tu. Dois desgraçados que só atrasaram a minha vida!. Devia ter matado tu também naquela porra, assim seria menos um pra atrasar...

Ih, pô, nem esperei ele dizer mais nada, só cai pra cima, enchendo a cara dele de soco.

Minha raiva por esse velho tava grande, ainda mais depois dessas palavras. Como ele dizia isso assim, pô?

Filho da puta!.

GL: Batia, traia e os caralhos ela. Não merecia mais que isso, aquela mulher dos infernos. - continuou falando, e eu lá ainda socando a cara dele. - Tu fala tanto que não queria ser igual...a mim, mas tá aqui agora, quase me matando na porrada. Tu é um monstro, Tiago, até pior que eu...

Na merma hora, eu parei, encarando ele serinho. Por mas que eu não queira, ainda estava ali chorando.

GL: Só...eu sei o verdadeiro monstro que tu é, Tiago. Pior que eu. Tu vai fazer pior com a tua mulher lá. Já começou matando os pais da mina, o próximo bagulho vai ser o primeiro tapa, depois o primeiro soco, e assim até tu acabar matando ela de vez...

TK: Cala a boca, eu não sou igual a você, porra...- gritei, empurrando ele. - Tu é um maldito, desgraçado...

GL: Tu é a mesma coisa...

TK: Cala...cala a merda da boca, antes que eu estoure tua cara na bala.

Ele começou a rir lá, e eu só me segurando, pra não fazer merda.

GL: Tu é um cuzão, Tiago, consegue matar ninguém não. Tô ligado que quando tu passa alguém, a consciência bate maneiro em tu. Covarde pra caralho, e isso tudo é culpa da tua mãe. Aquela mulher só sabia te mimar e os caralhos. Devia ter matado aquela porra antes, assim eu ensinava a tu ao certo como ser...

Ele continuou ali, falando e falando coisas sobre minha mãe, e eu só segurando, mas teve uma hora, que eu não me aguentei, peguei minha arma da cintura, já apontando pro desgraçado, que parou de falar na hora.

TK: Se tu abrir essa boca pra falar da minha mãe de novo...

GL: Tu vai o que? Me matar? Se liga, Tiago, tu tem coragem não, mano. Não teve coragem de atirar na tua mãe, vai ter em mim? Se liga, pô...

Nem esperei ele dizer mais nada, só destravei a arma, e apertei o gatilho, enchendo o corpo dele de bala. Foi tudo no peito, e o cuzão já caiu no chão, espirrando sangue.

Na boa mermo, naquele momento senti um bagulho bonzão no peito. Tinha feito o que eu queria fazer desde aquele maldito dia.

Soltei a arma, e passei a mão na minha cabeça, me encostando na mesinha.

A porta se abriu, e quem entrou foi o Korina. Assim que viu o GL morto no chão, me olhou com os olhos arregalados.

Korina: Caralho Tiago, que merda tu fez, mano? - passou a mão no rosto. - Tu tá fudido. Vão matar tu, e a tua família, porra...

Foi só ali, depois de um tempo, que eu percebi a merda que eu tinha feito.

Mente de um FaveladoOnde histórias criam vida. Descubra agora