Capítulo 33

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Em especial para iludidosporcamren... bjs e obrigada pela força :)

CAMILA NARRANDO...

Minha vida está incrível e para ficar melhor só falta ter minha mulher de volta e aos poucos sinto que estou reconquistando-a. O acidente dela me assustou muito. Estava numa reunião com meu pai e alguns empresários quando a Dinah me ligou e eu sai desesperada de lá. Foi tudo um grande susto. Passei uma noite sozinha com a Alice e ela acabou com a minha raça. Chegou determinada hora que ela começou a chorar e não parava mais, era saudade da mãe dela. Ela só dormiu porque estava cansada e eu coloquei uma blusa da Lauren pra ela sentir o cheiro dela e se acalmar. Isso já era de manhã e ela finalmente mamou e dormiu exausta e eu apaguei também. Meu pai cuidou do carro da Lauren, do seguro dela enquanto eu me dedicava a minha filha. Fiquei 10 dias na casa da Lauren cuidando delas e foi incrível e também muito intenso. Decidimos o batizado dela e vai ser em Miami mesmo, pela família, e pelo clima também. Clara estava cuidando de tudo. Eu viajei alguns dias antes, porque tinha uma reunião importante. Em casa minha mãe veio falar comigo.

Mãe: Camila, podemos conversar?

Eu: Pode falar. – continuei arrumando meu closet.

Mãe: No escritório – saiu do meu quarto. Eu suspirei e falei comigo mesma.

Eu: Vamos lá Camila... – entrei e fechei a porta – Cadê o papa?

Mãe: Saiu com a sua irmã. – me sentei – Preciso que assuma a direção da empresa em NY. Não estou feliz com os resultados do meu irmão e do Ryan.

Eu: Não mãe. Eu disse que não faria isso e eu estava falando sério. Eu não quero assumir a direção novamente, isso toma muito meu tempo e eu tenho uma filha e estou tentando reconquistar a minha mulher...

Mãe: ESQUECE ESSA CRIANÇA E ESSA MULHER CAMILA, PENSA NA SUA FAMÍLIA. – gritou nervosa.

Eu: ELAS SÃO A MINHA FAMÍLIA MAMA, VOCÊ QUERENDO OU NÃO. – gritei com ela.

Mãe: Você... Você é uma abusada – falou nervosa e começando a chorar. Eu nunca vi minha mãe chorar assim – Tudo isso vai ser seu e da sua irmã um dia. Para de brincar de casinha e leva as coisas a sério Camila. Eu não criei você pra ser assim. Eu não tive você pra ser assim... – eu a encarei.

Eu: Assim como? Com um coração que bate e sangue que corre nas veias? Você me teve pra quê então mãe? Você já reparou que desconta todas as suas frustrações em cima de mim? Já reparou que despeja em mim, tudo o que te irrita, te magoa, te chateia? E porque? Eu não consigo entender essa sua birra, essa maldade no seu coração. E não é de hoje que a senhora é assim, é desde que me conheço por gente.

Mãe: Não é ordem natural das coisas duas mulheres se casarem e terem um bebê. Eu não queria isso, eu não quis nada disso eu não gosto disso – falava entredentes e muito nervosa.

Eu: Não é ordem natural eu ter um pênis mãe. E olha só? Eu tenho. - ela começou a chorar muito apoiando os braços na mesa deitando a cabeça. Naquele momento eu tive um estalo – Mãe... A sua mágoa é essa – eu tinha entendido finalmente. – A sua dor, é eu ter nascido com um pênis e não como... Como é a expressão que a senhora usa mesmo? Uma mulher normal. A senhora nunca aceitou isso de verdade.

Mãe: Eu não vou ter essa conversa com você Camila.

Eu: Você não consegue me amar, e está doendo muito ai dentro, me ver amando a minha filha, linda, perfeita, saudável.

Mãe: EU NÃO FIZ NADA DE ERRADO PRA ISSO ACONTECER? EU NÃO FIZ NADA DE ERRADO PRA VOCÊ NASCER ASSIM. QUE CULPA EU TENHO? EU ME CUIDEI, EU SEMPRE QUIS VOCÊ E VOCÊ FOI PLANEJADA. EU NÃO PLANEJEI TER UMA FILHA ABE... – ela parou de falar e eu arregalei os olhos e coloquei uma das mãos no peito.

Eu: Termina de falar mãe... – ela chorava ainda mais. – Você nunca planejou ter uma filha...

Mãe: Melhor pararmos aqui esse assunto...

Eu: FALA? – gritei bem próximo do rosto dela e segurando com força em seus braços.

Mãe: Aberração – falou entredentes –  VOCÊ É UMA A.B.E.R.R.A.Ç.Ã.O. - falou pausadamente. - Eu nunca mais fui a mesma depois disso. O que eu ia dizer para a família? Para os amigos? Para a mídia? Minha filha é uma mulher que tem um... – suspirou.

Eu: Mama... – falei quase sem som. Parecia um soco no estômago.

Mãe: NÃO OUSE ME JULGAR... VOCÊ TEVE E TEM TUDO E NÃO TEM O DIREITO DE ME JULGAR. Eu tentei amar você, como você é, e eu te amo, mesmo que não acredite e eu não demonstre isso. Mas não consigo amar na totalidade como eu amo a Sofia. Ela é perfeita. Mas se coloque no meu lugar e pensa em como se sentiria se sua filha fosse uma aberração e você tivesse que conviver com isso para o resto da droga da sua vida e não poder fazer nada para mudar. – eu não estava acreditando em tudo que eu estava ouvindo. O ar parecia faltar, eu não conseguia pensar. 

Eu:Me ama? Uma mãe que ama um filho fala tudo isso? Eu devo ser uma mãe muito fora dos padrões mesmo, porque minha filha jamais ouviria isso de mim. Isso tudo é o ultimo grau de crueldade de um ser humano se é que eu posso dizer que você é humana. Você pode me odiar, você pode escolher carregar esse sentimento imbecil dentro de você para o resto da sua vidinha podre. Isso é uma escolha sua, mas não muda quem eu sou, como eu nasci e ofato de que eu amo a minha vida, a minha filha e vou reconquistar minha mulher.Despejar sua decepção em cima de mim, é o mesmo que tomar veneno e esperar que o outro morra. Vai fazer mal só pra você. Quer viver com isso? O problema é seu. Eu não vou me permitir ser intoxicada por você de novo. Doi, e doi muito saber que a pessoa que me deu a vida me repudia tanto e ainda tem coragem de dizer que me ama quando ela desconhece essa palavra e o significado dela. Quer que eu te odeie? Você não merece nem isso. Você é digna de pena e vai morrer sozinha... Meu pai é um coitado, de ficar do lado de uma mulher como você, e a Sofia a cada dia que passa se distancia mais de você.A sua arrogância e sua ignorância vai matar você aos poucos – a soltei na cadeira e sai do escritório. Fui para o meu quarto tranquei a porta tomei um banho gelado. Eu não conseguia expressar o que eu sentia naquele momento. Eu só ouvia a voz da minha mãe ecoando na minha mente. Fiz duas malas grandes e uma média com coisas pequenas. Peguei tudo que eu precisava do meu trabalho e sai do quarto. A casa tava silenciosa. Eu coloquei tudo no elevador e desci. Peguei meu carro e fui pra casa da minha avó. Ela me recebeu com muito amor. Contei tudo que minha mãe disse e ela ficou horrorizada com a historia toda, chorou muito. Fui para o quarto de hospedes coloquei minhas coisas e decidi sair. Fui até a praia caminhar um pouco, já era noite não tinha movimento ali. Me sentei na areia meu celular vibrou era uma mensagem da Lauren, na verdade era uma foto que ela tirou da Alice e me mandou. Mandei vários corações, eu não tinha condições de digitar uma mensagem ou ligar. Fiquei olhando a foto da minha filha, passei algumas fotos dela com a Lauren e fotos de nós três e eu comecei a chorar muito. – Eu amo muito vocês. E eu faço o que for para sermos felizes. – falei olhando a foto. Fui embora tarde, tomei um copo de leite, tava sem fome, então só tomei um leite tomei outro banho pra tirar a areia do corpo e deitei. Dormi rápido, estava exausta. 

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Eitaaaa, a Sinu finalmente revelou sua amargura. Triste, mas infelizmente existem muitas mães assim. Que repudiam os filhos por diversas situações. 

Doeu escrever esse capítulo, porque acho muito pesado quando uma mãe arrasa um filho seja por qualquer motivo. Relacionamentos familiares tóxicos e abusivos, são extremamente dolorosos para mim e para muitos né?!

E ai o que estão achando? 

Obrigada por todos que estão lendo... Gratidão!!!

CAMREN: QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...Onde histórias criam vida. Descubra agora