Capítulo 62

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Mãe: No banheiro da tia Taylor depois de brigar com a sua mãe, por dois minutos eu quis. Eu não queria ter um bebê no meio daquela confusão que estava nossa vida. Não era justo colocar uma criança no mundo no meio daquele inferno que estava nossa vida. Mas isso foi por dois minutos. Foi por desespero. Você foi tão sonhada. Você já conhece a história de quando eu fiquei gravida, eu e sua mãe estávamos nos separando, já conhece tudo isso. A Melzinha foi inspiração do dia que a Nina nasceu – riu.

Eu: Não precisa de detalhes da sua vida sexual com a mama, me poupe dos detalhes mãe – ri.

Mãe: Não ia contar. Mas vocês duas foram planejadas. Por dois minutos eu disse que não poderia ter um bebê quando fiquei gravida de você, mas foi por desespero mesmo, pelas constantes brigas com a sua mãe. Mas eu te amei desde sempre. Você é meu bebê arco íris.

Eu: Porque bebê arco íris?

Mãe: Quando um bebê nasce depois de um aborto espontâneo, ou depois da perda de um filho prematuramente, é dado o nome de bebê arco íris. Assim como um arco íris, eles são aquela luz colorida de esperança depois de uma cinzenta tempestade. Antes de você eu engravidei, eu fiz um tratamento na época, eu tinha endometriose, não era grave, mas precisava tratar e fazer um tratamento para engravidar em seguida. Eu perdi o bebê com quatro meses de gestação e foi muito sofrido pra mim. Alguns meses depois eu engravidei de você.

Eu: Entendi... Aquela pulseira que sempre usava com um bebezinho na ultrassonografia então era meu irmãozinho?

Mãe: Sim, era... Eu preciso arrumar a pulseira. Sua mãe me deu, sempre usei, assim como uso esse colar com o A, o M e a asinha de anjo que ela me deu e ela também usa.

Eu: Que lindo mãe... O que acha das pessoas que fazem aborto?

Mãe: Olha filha, eu não tenho direito de julgar. Eu não acho certo, mas cada um tem uma historia, tem um motivo. Pra mim não é opção, dar a luz é incrível, ser mãe é a coisa linda da minha vida. Não acho que uma pessoa pode decidir quem vive e quem morre assim sem poder se defender, mas não posso julgar. Cada um tem sua história.

Eu: Eu também não acho legal – suspirei.

Mãe: A Lily ou a Nicole?

Eu: O que? – olhei assustada.

Mãe: Qual das duas está grávida?

Eu: Ta doida mãe? Nada a ver. – ri nervosa.

Mãe: Eu conheço você Alice, e eu sou advogada, eu sei muito bem farejar quando algo está acontecendo. Saiu daqui dizendo que ia sair com a Nick, depois volta toda esquisita dizendo que está chateada com as meninas, e agora me pergunta se alguma vez eu pensei em aborto e o que eu penso a respeito. Qual das duas está grávida? Fica tranquila, eu não vou contar para as mães dela, sabe que eu não sou assim. Não sou sua mama.

Eu: A Nick mãe. E ela quer tirar. – suspirei.

Mãe: Entendo as razões dela. A faculdade que está na metade, os planos dela que são muitos, o Troy que odeia o Eric, o Eric que é um imbecil de carteirinha e a Ally que vai colocar esse prédio abaixo quando souber. É horrível, mas é uma decisão dela filha. A Lily está de acordo?

Eu: Está... Ela apoia se ela quiser mesmo fazer. Eu não concordo mãe. Sou uma má amiga por isso?

Mãe: Claro que não filha. São princípios seus.

Eu: Eu disse a ela que se ela quiser ter, e o Eric não quiser, eu ajudo ela a cuidar, eu até dou meu nome pra ele se for preciso. Mas eu quero muito que ela tenha o bebê. Eu sei que não vai ser fácil mãe. Eu também estou na faculdade e tenho planos, eu ficaria desesperada também se fosse comigo, mas eu acho muito radical decidir quem vive e quem morre assim, sem ter culpa de nada. É um bebê tão inocente. – deixei cair uma lágrima e ela secou.

Mãe: Eu sei meu amor. Independente do seu posicionamento, esteja com ela no final de tudo isso. Seja pra ajudar com o bebê, seja pra dar colo pra ela chorar depois de fazer o que ela quer fazer. Só seja amiga dela, mesmo que não concorde com nada disso. – a Mel bateu na porta.

Mel: A Pizza chegou...

Mãe: Vamos descer... – descemos para comer. As meninas me mandaram inúmeras mensagens, mas eu não respondi nenhuma. Ainda não queria responder, falar nada. Passei o resto da semana evitando as meninas. Não falava com elas nem quando as via na faculdade, embora a Columbia seja enorme, nos encontrávamos nos corredores. No final de semana fui buscar meus avós no aeroporto. Eu amava a presença dos dois, a alegria dos dois, as brincadeiras do vovô Mike, os conselhos da vovó Clara. Eles passaram a semana com a gente. No meio da semana, a mamãe deu um jantar lá em casa e convidou minhas madrinhas e obvio que Lily e Nicole foram. DJ já tinha entendido que tinha algo de errado, e embora ela seja muito indiscreta maioria das vezes, dessa vez, ela não fez nada que nos deixasse numa saia justa. Tinha um climão entre minha irmã e a Nina também e esse climão todo mundo percebeu, porque as duas jogaram indireta uma para outra o jantar todo e o Jaiden estava super em graça. Subi para o meu quarto depois do jantar e acabei vomitando de novo. Comecei a chorar eu me sentia muito mal com isso, mas era mais forte que eu. Escovei os dentes e sai do banheiro a Nick tava sentada na minha cama.

CAMREN: QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...Onde histórias criam vida. Descubra agora