Capítulo 101

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10 DE FEVEREIRO...

Camz estava melhor, já tinha voltado a trabalhar, as vezes chorava, e decidiu fazer terapia. Eu estava com 35 semanas, o quarto tava pronto, estava tudo pronto. Eu fui ao médico e Dinah foi comigo, a Camila tinha terapia e eu não quis que ela desmarcasse. Minhas consultas agora eram feitas no hospital, eu estava tendo cólicas a alguns dias e não sentia mais as meninas mexendo há 24 horas. Logo Jhena me chamou e eu fui para a ultra.

Jhena: O tampão já saiu Lauren?

Eu: Não. Mas venho sentindo cólicas frequentes. – ela olhava melhor, mudava de posição.

Jhena: Vira um pouco de lado, por favor. – eu virei e ela olhou. Pegou um aparelho de ouvir o coração do bebê portátil. – Só um momento tá – chamou a doutora Cassie. Eu já tinha ficado com medo dela desde a primeira vez. Ela fez a ultra de novo, ouviu os batimentos.

Eu: Algum problema?

Dinah: Tem algo errado? – pegou minha mão.

Cassie: É isso mesmo – falou com a Jhena.

Jhena: Lauren, vamos ter que fazer seu parto. – eu apertei a mão da Dinah.

Eu: Porque? O que tem de errado? – perguntei assustada.

Cassie: Calma... Fica calma... É necessário Lauren, em caso de gêmeos é normal não chegar nas 40 semanas, mas as meninas estão em sofrimento, principalmente a que está fraquinha. Ela não está respondendo.

Eu: Não – comecei a chorar.

Jhena: Lauren olha pra mim – se aproximou – Você está com a melhor equipe desse hospital, as meninas estarão com a melhor equipe. O que precisar ser feito, vai ser feito, não mediremos esforços. Fica calma. Ficar nervosa só piora as coisas. Vai dar certo. Se acalma... Dinah você pode ir até a recepção e fazer a internação dela e autorizar o parto de emergência por favor?

Dinah: Sim – me deu um beijo na testa – Daqui a pouco estarei com você. Fica calma. Eu vou ligar pra Mila, pra Ally, pra Mani, pra todo mundo.

Eu: Tá... – tentava me acalmar. – eu sai da maca e fui para cadeira de rodas. Elas chamaram uma enfermeira e explicou tudo a ela. Ela me levou para um quarto particular e logo veio com um kit do hospital e com as medicações.

XX: Dona Lauren eu sou Elise vou ficar responsável pela senhora tá? – ela deveria ter uns 35 anos no máximo e muito simpática.

Eu: Me chama de você e de Lauren só, por favor. – pedi.

XX: Tudo bem. Preciso que tire toda a sua roupa, coloque esse roupão, prenda o cabelo e coloque a touca – eu fui até o banheiro e tirei tudo coloquei aquele roupão e sai. Ela aferiu minha pressão primeiro colocou os dados no tablet, puxou uma mesinha com soro, medicação e agulhas. – Prefere no lateral do antebraço ou na mão?

Eu: Na mão. – ela procurou a veia boa, passou álcool.

XX: Vou usar um scalp flexível tá, assim poderá movimentar ou se esbarrar em algo não vai sentir dor – ela colocou, e já liberou o soro. Ela explicava tudo o que fazia e para o que servia. Ela dizia que era a maneira de tornar a cesárea mais humanizada e de acalmar a mãe e estava funcionando. – O anestesista logo virá tá?

Eu: Tá, obrigada – ela saiu e a Dinah entrou e a Jhena em seguida.

Jhena: Estão preparando o bloco cirúrgico e o anestesista vem em 30 minutos tá? Fica tranquila, estamos fazendo o melhor para vocês 3. – sorriu.

Eu: Obrigada Jhena... – supirei e ela saiu.

Dinah: Liguei pra sua mãe, e ela vai vir ainda hoje pra NY, liguei pra Mila e não atendeu, ela deve estar na terapia, mas deixei recado na caixa postal pedindo pra me ligar. Liguei pra Ally e a Mani e as duas estão vindo pra cá. Não consegui falar com minhas filhas e nem com as suas, parecem que foram tragadas pela terra – rimos – Elas devem estar em aula...

Eu: Eu to com medo Chee... – deixei cair uma lágrima.

Dinah: Eu sei... Mas vai dar tudo certo, e estaremos todas aqui com você – me abraçou. A enfermeira voltou e colocou dois monitores fetais onde cada menina estava e da minha pequenininha estava bem fraquinho. Meu coração apertou. Já o da outra estava bem acelerado. Minutos depois o celular de Dinah tocou. – E a Mila. – atendeu – Mila, onde está? Vem para o hospital, a doutora Jhena e a doutora Cássia farão o parto daqui a pouco. Sim... Calma, a Lauren está aqui do meu lado, ela tá bem, só acharam melhor fazer o parto agora. Vem pra cá que eu te explico. Estamos na maternidade, quarto 618. Ela vai ser levada para sala de parto em meia hora. Ok, vem com calma, a Lauren está bem. – desligou.

Eu: Tá desesperada né?

Dinah: Sim... Ela tava saindo da psicóloga. Chega em 15 minutos. – 10 minutos depois o anestesista veio. Eu tava com medo da anestesia.

XX: Oi, eu sou doutor Robert Tompson, sou anestesista. Como se sente?

Eu: Ansiosa... – sorri nervosa.

XX: Fica tranquila vai dar tudo certo. Já tomou peridural alguma vez?

Eu: Não. Minhas duas filhas foram de parto natural.

XX: Ok. Quantos anos tem seu ultimo parto?

Eu: 14 anos.

XX: Vou te anestesiar, você não vai sentir nada do peito para baixo, mas vai movimentar as mãos e os braços tá. Você precisa ficar bem parada e não enrijece o corpo para não doer e eu não mexer minha mão e não te lesionar.

Eu: Ta bom.

XX: Você pode ajudar? – perguntou a Dinah.

Dinah: Claro o que preciso fazer?

XX:Lauren senta direito na cama –me posicionou – Agora você abre um poucoas pernas para a Dinah – leu na identificação dela – encaixar entre suas pernas. Esse travesseiro ficará entre vocês duas.Você vai abraça-la pela cintura de maneira que você fique bem confortável,segura e não se mexa enquanto eu trabalho aqui ok? E Dinah pode abraça-lá paraestabilizar o corpo dela. – a enfermeira que já estava com ele tirou osmonitores da minha barriga e eu fiquei posicionada – Eu peço toda essa segurança de abraçar alguém para as mamães deprimeira viagem de peridural. Porque elas tem mais medo, tem medo de doer, ficaminseguras. – ele era supertranquilo. – Vai sentir uma pressão, nãose mova – eu senti uma forte pressão e logo o liquido entrando – Vai esquentar um pouco talvez cause umardor, mas é por segundos tá... – e foi bem rápido. Logo eu não sentia maisminhas pernas, nem nada da barriga para baixo. Comecei a sentir frio, Mani tavatrazendo minhas coisas que já estavam arrumadas, estava rezando para ter meias. 

CAMREN: QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...Onde histórias criam vida. Descubra agora