Capítulo 47

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LAUREN NARRANDO...

Quando a Dinah me falou que a Camila atropelou uma pessoa porque estava bêbada e foi presa eu fiquei em choque. Dinah ficou tão revoltada que a deixou passar a noite na cadeia. Quando Camila foi falar comigo, minha indignação era tão grande que eu estava cega de nervosismo. Ela começou a chorar e a falar sozinha, me pediu para não falar da mãe dela e a principio achei que ela estivesse defendendo a Sinu, mas não estava. Ela falava com dor. Seu choro era sofrido e aquilo me deu uma angustia tremenda. Ela começou a "vomitar" coisas em cima de mim, me deixando totalmente sem palavras e sem ação e saiu num rompante, fiquei muito assustada. Liguei no celular dela e na casa dela e ninguém atendeu, resolvi deixa-la sozinha um pouco. No dia seguinte de manhã desci no apartamento dela toquei a campainha e não atendeu, então usei minha chave e entrei. Chegando no quarto dela, vi alguns cabides em cima da cama ela deve ter viajado. Liguei na portaria e me disseram que ela saiu super cedo com uma mala na mão, talvez tivesse ido para a casa do pai dela. A noite Alejandro me ligou, disse que precisava conversar algumas coisas sobre a empresa com ela e aquilo me deixou preocupada, era sinal de que a Camila não estava com ele. Seu celular só dava caixa postal e no dia seguinte foi a mesma coisa, então comecei a me desesperar. Dinah e eu estávamos numa reunião e eu quase não consegui prestar atenção. Quando acabou ela pegou o telefone e fez uma ligação.

Dinah: Oi Mani como você tá? – o sorriso que ela dava ao falar com a Normani era lindo. Ela gostava muito da Mani, não entendia, porque essas duas não ficavam juntas logo – Estou bem. Me diz, a Camila está com você? Ela sumiu há dois dias, a Lauren está preocupada, o pai dela está querendo falar com ela também. A Lauren não vai dizer nada pra ninguém, mas ela está muito preocupada mesmo com o sumiço dela. Ah sim... – conversaram por dois minutos. – Ok Mani, muito obrigada tá... E vem pra New York me ver, tomar um drink. Beijos... – desligou.

Eu: E então?

Dinah: Ela está lá.

Eu: Graças a Deus.

Dinah: E não está bem. Ela a aconselhou a procurar ajuda psicológica e a conversar com você, contar tudo que tem sentido e tudo que está acontecendo de fato com ela.

Eu: Eu não estou entendendo nada Dinah.

Dinah: Olha, posso estar errada, mas acho que a mãe dela fez algo muito grave com ela. – olhou a hora – Tenho que ir, tenho uma audiência. – pegou as coisas dela e saiu. No dia seguinte a noite minha campainha tocou era a Camila.

Eu: Oi...

Camila: Oi...

Eu: Entra – ela entrou. A Alice mamava no meu peito, ela se aproximou e deu um beijo na filha.
Camila: Oi amor. Tudo bem? – a beijou de novo.

Eu: Tá quase dormindo já. Como você tá?

Camila: Eu to bem e você?

Eu: Querendo entender tudo que está acontecendo. – ela suspirou. – Vou colocar a Alice no berço e já volto. Faz um chá pra gente?

Camila: Faço – subi troquei a Alice e a coloquei no berço. Desci me sentei na sala e ela logo veio com as xícaras e me entregou uma.

Eu: O que está acontecendo Mila? De verdade, eu quero saber tudo... – falava calma.

Camila: Aberração... – falou olhando para o nada.

Eu: O que?

Camila: Foi isso que minha mãe disse que eu sou dias antes do batizado da Alice... Que eu sou uma aberração... – meu coração quebrou. Ela começou a contar tudo. As lagrimas caiam de seus olhos intempestivamente. Eu sentia um nó na garganta e meu peito queimando, eu não sabia o que pensar. As coisas que a mãe dela falou, foram cruéis num nível sem explicação. Já vi a Camila chorar muitas vezes, mas nunca a vi chorar tão sentida e ferida como nesse momento. Por isso ela chorou tanto no dia do batizado, por isso ela não arrumou um advogado para a mãe dela quando tudo aquilo aconteceu na minha casa. Eu me levantei colocando a xícara na mesa e a abracei.

Eu: Não precisa falar mais nada. Tudo vai ficar bem. Vamos apagar tudo isso, vamos mudar tudo isso – ela chorava muito.

Camila: Doi muito.

Eu: Eu sei que doi amor eu sei... Mas você tem seu pai, sua irmã, sua avó, tem a mim, a Lili. – segurei seu rosto – Eu te amo. Muito. – a beijei calmamente.

Camila: Me deixa ficar aqui hoje?

Eu: Deixo... Vamos subir – fomos para o quarto, ela colocou um pijama, eu também e deitamos. Ela me abraçou de conchinha e ficou fazendo carinho em mim. Ela não dizia nada, nem eu. Eu não sabia o que dizer, era tudo horrível demais. De manhã, eu acordei cedo por causa da Alice, eu tinha que trabalhar então acordei a Mila. – Mila?

Camila: Oi? – assustou.

Eu: Cuida dela pra mim? Ela já mamou. Tenho uma audiência em uma hora. Assim que acabar venho pra casa tá?

Camila: Tá bom... – dei um beijo nela e fui para audiência. Voltei antes do almoço a Alice dormia e a Camila tomava banho. Logo ela saiu do banheiro.

Eu: Como você tá?

Camila: Não sei... – suspirou – Eu não sei dizer... Com saudade de você, da minha filha. Meu pai sofrendo, minha irmã sofrendo. Tudo isso por causa da minha mãe, tudo isso pela minha mãe ser uma doente maluca psicótica. Ela simplesmente acabou com a família inteira. Acabou comigo – suspirou e sentou do meu lado.

Eu: Você entende que eu tinha que fazer o que eu fiz, entrega-la para a policia.

Camila: Eu entendo eu faria o mesmo. Ela colocou nossa filha em risco e você em risco.

Eu: Eu não queria que você sofresse assim.

Camila: Eu me sinto perdida Lauren. Eu amo trabalhar, me sentir útil. Mas sair da empresa foi importante pra mim, porque aquela empresa tava me matando aos poucos, estava me moldando a maneira da minha mãe e eu não queria isso. Quando eu dei aquele comunicado eu tirei um elefante das minhas costas. As ideias borbulharam na minha cabeça do que fazer agora, do que construir pra fazer meu dinheiro circular, pra trabalhar em algo legal. Ai minha mãe invade sua casa ameaça você e a nossa filha de morte, aponta uma arma pra um bebê e vai presa. Meu pai pede divorcio, divide a empresa. Meu pai é um coitado Lauren, ele fazia tudo que a mamãe queria pra evitar conflitos, só que ele chegou num ponto de não suportar mais. A minha irmã está sendo hostilizada na escola por causa da minha mãe. Tudo mudou num giro de 360 graus e eu estou me sentindo mais sozinha que nunca. – chorava e eu a abracei.

Eu: Você não tá sozinha... Você tem a mim, tem a nossa filha. Essa tempestade vai passar quando você menos esperar amor – a beijei. – E você me tem, você tem a nossa filha.

Camila: Fica comigo? Pra sempre? – me olhou nos olhos.

Eu: Está me pedindo em casamento Cabello? – ri.

Camila: Estou pedindo permissão para entrar na sua vida de novo, te fazer feliz, sermos uma família linda, a família que sempre sonhamos ser Jauregui – me beijou.

Eu: Sim... Eu te dou permissão...Mas primeiro, vamos cuidar de você, da sua saúde mental.

Camila: Tudo bem... Eu te amo.

Eu:Eu te amo... - Amãe dela assinou o divorcio ainda na cadeia. E ela estava desesperada, nãoaguentava passar mais um dia naquele lugar. Os 45 dias passaram e ela foi soltae ela foi direto pra Miami pra casa dela, onde Sofia e Alejandro já não moravammais. Eles haviam mudado para uma casa, deixaram o apartamento para ela e nãodeixaram endereço a ela. Sinu foi para Inglaterra e ficaria lá por alguns meses.Eu ajudei a Mila a buscar ajuda profissional, ela precisava muito. Ela vinhatendo constantes pesadelos por causa dos traumas vividos com a mãe, com tudoque ela fez, e aquilo tudo desencadeou uma depressão nela. Eu nunca a vinaquele estado, tão fragilizada. No meu aniversário ela me deu um anel denoivado, disse que queria fazer tudo de novo, ficar noiva e se casar, ter umalua de mel só que agora com um bebê. 

CAMREN: QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...Onde histórias criam vida. Descubra agora