Capítulo 46

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Lauren: Presa Camila? Você foi presa? – falava indignada.

Eu: Lauren eu sei que eu... – me cortou.

Lauren: Cala a boca... Não tenta justificar, porque não tem justificativa uma coisa dessas... Você encheu a cara, dirigiu bêbada, e atropelou uma pessoa...Você foi presa Camila... PRESA... Onde você está querendo chegar? Tá querendo fazer companhia pra sua mãe?

Eu: Não fala dela não tá? Por favor...

Lauren: Vai defende-la depois dela ter tentado matar a mim e a sua filha? – falou nervosa.

Eu: Não. Eu não estou defendendo, eu só não quero ouvir falar nela. Eu não quero ouvir o nome dela, eu não quero lembrar que ela existe. Eu não quero saber que ela é minha mãe. Eu já sei disso e eu sinto dor todos os dias por isso. Não precisa me lembrar – comecei a chorar colocando as mãos entre os cabelos. Eu estava explodindo. – Eu não aguento mais... – soluçava – Não consigo...

Lauren: Camila... – seu tom de voz era mais ameno... – Não estou te entendendo. – me olhou confusa.

Eu: Você nunca está me entendendo, você nunca quis me entender Lauren. Eu sei que não sou merecedora de muitas coisas, e que por vários motivos eu não mereci o beneficio da dúvida, mas como sempre, você não me deixa explicar, você não me deixa falar, você só quer me julgar. Parece que você quer ser a advogada do diabo sempre, quando se trata de mim e da nossa relação. Eu sou sempre um monstro, eu sou sempre errada, você nunca acredita em mim, você nunca quer saber meus motivos. Eu estou sim perdida, por INÚMEROS motivos. Tem muita coisa acontecendo na minha vida que você não faz ideia, mas você também não procura saber, só quer saber de apontar meus erros, ser juíza dos meus defeitos. Você também não é perfeita e eu estou extremamente longe de ser um exemplo de ser humano. Eu vim aqui conversar, e você já vem com 10 pedras na mão e falando daquele monstro que dizem que é minha mãe. Sim ela é um monstro e você nem faz ideia do motivo dela ser isso tudo pra mim, além dela ter ameaçado a minha filha e o amor da minha vida de morte. – falei tudo isso quase que num só fôlego, levantei e sai.

Lauren: Camila... Onde você vai? Camila... – entrei no elevador e desci. Fui em casa peguei minha bolsa e sai. Peguei o primeiro táxi que passou e fui para um parque que eu gostava muito de ir para pensar quando ficava nervosa. Me sentei num banco, tinha movimento apesar de já ser noite. Eu estava tão cansada de tudo, eu me sentia tão quebrada. Eu estava cansada de brigar, de lutar pra reconquistar a Lauren e nada dar certo, preocupada com a minha irmã e o meu pai. Não foi isso que planejei pra minha vida. Fiquei ali um bom tempo, fui embora muito tarde.

Quando cheguei em casa tomei um banho fiz um cháe deitei pegando meu celular. Tinham ligações da Lauren, da Dinah, até mesmo daAlly. Inúmeras mensagens delas também, mas não abri nenhuma. Decidi viajar. Fizuma mala comprei passagens pela internet, meu voo seria as 8 da manhã, iriapara Los Angeles. Fiz uma reserva num hotel também e logo dormi. Acordei as 5da manhã tomei banho me troquei pedi um táxi e fui para o aeroporto. Desliguei meucelular, não queria falar com ninguém. Fiz check in e fui tomar um caféenquanto esperava. Logo anunciaram meu embarque... 5 horas mais tarde, estavadesembarcando em LA. 

Peguei um táxi e fui para o hotel, me instalei, almocei e fui para os braços da pessoa que eu sabia que me ouviria e me entenderia sem ser cruel. Toquei a campainha e ela logo atendeu.

Eu: Oi...

Mani: Camila? Oi – me abraçou – Que surpresa. – eu cai no choro. – Ow... Isso é mais surpresa ainda – fez carinho nas minhas costas. – Entra... – entramos e nos sentamos – O que aconteceu hein?

Eu: Tudo... – contei a ela exatamente tudo que aconteceu. Minha aproximação com a Lauren e a minha filha, o que a minha mãe falou, a armação dela pra me afastar da Lauren novamente, minha demissão, a tentativa dela de matar as duas, a prisão, a bebedeira, o atropelamento, minha prisão, minha exaustão.

Mani: Ai Mila que loucura – me abraçou de novo. – E pelo seu estado você fugiu pra cá né?

Eu: Sim. Eu precisava de um tempo nem que seja dois dias longe de tudo. Desliguei meu celular, não avisei ninguém pra onde ia. Eu só precisava fugir disso tudo. Eu não sei o que eu estou sentido mais Mani.

Mani: Vamos resolver tudo isso em partes... Primeiro Mila, eu sei que não gosta disso, mas precisa resolver sua situação emocional e mental. Precisa de ajuda – eu chorei mais. – Não dá pra ficar assim Mila. Precisa de um psicólogo, de um psiquiatra, você está se auto destruindo. Tem noção do que é isso? Se você não se curar, você não vai conseguir seguir em frente e nada na sua vida vai andar. Se você não se curar do que te feriu, você vai sangrar em cima de quem não te machucou. Depois você precisa se abrir com a Lauren. Tudo isso que você me falou aqui, ela precisa saber. Você vomitou um monte de coisa em cima dela antes de sair da casa dela e a deixou sem entender absolutamente nada. Você está morrendo aos poucos com essa situação, principalmente com o que a Sinu falou pra você. Você a ama, e ela ama você também. Ela tá magoada com tudo que houve, mas ela precisa saber o porquê disso tudo ter acontecido dessa forma. Vocês estão se perdendo. Ela não entende o que está acontecendo e você não diz o que está acontecendo também, então vocês não vão parar de brigar e não terão paz e nem conseguirão ficar juntas e nesse meio tempo, você está perdendo o desenvolvimento da sua filha.

Eu: Eu tenho tanta vergonha disso tudo Mani...

Mani: Quem deveria ter vergonha é a Sinuhe Camila. O que ela fez, o que ela falou foi horrível. Ela que deveria ter vergonha. – conversamos longamente. A Lily chegou da escola e logo o pai dela foi busca-la para passear. Mani se separou há dois meses, mas está bem com isso. Ela me fez sair do hotel e ficar na casa dela. Eu passei 4 dias lá sem ligar o celular. Precisava desse tempo. 

CAMREN: QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...Onde histórias criam vida. Descubra agora