CAIXA DE PANDORA - 1º TOMO

"Provocar" - PARTE 2

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A festa continuava animada, e as pessoas iam e vinham das mesas com comidas e bebidas sem parar. Midnight e Vlad já estavam mais loucos que o Batman, e Eri dançava com Mic, enquanto Yagi e Aizawa colocavam mais coisas nas mesas para que os alunos pudessem se servir. De longe, pensativo, Katsuki observava tudo.

Shishida havia FINALMENTE chamado Kendo pra dançar. "Maldito urso, já era hora!", pensou, sem se impressionar com a enorme contradição. Enfim, a hipocrisia. Tokoyami e Kuroiro balançavam as cabeças no ritmo da música, acompanhando os colegas de sala que botavam pra quebrar. Komori dominava o repertório, enquanto Jirou dançava um pouco com Momo, curtindo também a festa.

Viu os amigos se sentarem e levantarem diversas vezes no passar daquela hora, e foi convidado pra ir dançar mais vezes que poderia contar também. Viu Tokage arrastar Pandora para dançar algum ritmo latino quando tocou "Calipso", de Luis Fonsi. As duas deslizavam pela pista de testas coladas, numa sincronia que parecia ensaiada. Em seguida, viu ela e Kirishima saírem correndo como loucos, jogando os próprios copos na mesa, quando começou a batida de "Sunflower", de Post Malone e Swae Lee. O peito do loiro se revirou entre ciúme e uma felicidade nova, vendo aquelas pessoas que mexiam com ele numa alegria contagiante, numa demonstração de carinho tão verdadeira.

Sero e Mina tinham ido pra um cantinho, e pareciam um daqueles casais idiotas de anime, quando a garota fica sem graça quando o garoto confessa que gostava dela. A garota, no caso, era o cara de molho shoyu, que estava vermelho como um pimentão, enquanto a olhos de guaxinim tinha que fazer todo o trabalho. "Mas por que caralhos eu tô reparando nisso?", pensou. Foi então que a merda da música chiclete do celular da brasileira começou a tocar, e ela e Todoroki se jogaram com força na coreografia de "Parabéns", da Pabllo Vittar. E o quente frio tinha realmente melhorado desde o ano novo, estava muito mais sincronizado dessa vez.

O zumbi desgraçado parecia que ia pegar fogo quando caminhou pra pista, empurrado pela pequena que parecia um rolo compressor. "Não tem vergonha de andar sem roupa mas tá todo imbecil por causa de uma musiquinha", riu Katsuki. "Balada do Amor Inabalável" tocava, e ele entendia uma palavra aqui e ali. Não que tivesse algum motivo além de mera curiosidade pra estudar português, de jeito algum. Era uma melodia bonitinha, e sentiu uma pontada de inveja. Não da desenvoltura péssima do morto-vivo na pista, que era algo bem próximo do sofrível, mas por ter tido a coragem de se prestar aquele papelão mesmo parecendo um totem de madeira. Coisa que ele, apesar de saber dançar um pouco (pelo menos mais que o novelo de lã miserável), não faria nem em um milhão de anos.

Parecia que tinha acabado, e Pandora pingava suor quando colocou as mãos na mesa, depois de dançar funk, samba e axé com os colegas e forró com Alex. Olhou pro nerd de merda, que agora conversava animadamente com Tokage, e quase cuspiu o refrigerante quando ele se mexeu parecendo um coelho que havia escutado um predador se aproximar (era muito fofo). Percebeu que os olhos dele cruzaram os da estrangeira, que sorriu mordendo o lábio, indicando a pista com a cabeça.

Os dois se deram as mãos enquanto caminhavam pra pista, e começaram a dançar de frente um pro outro. Pandora olhou pra cima, fitando Deku, e o puxou com uma das mãos, ficando na ponta dos pés e passando a mão acima da cabeça dele com a outra, conversando com uma expressão surpresa e animada. Enquanto "Maybe One Day", da RiRi, tocava, Katsuki chegou à mesma conclusão que a brasileira: Deku tinha crescido um bocado desde o começo das aulas, além de ficado mais forte. Os dois pareciam se divertir, rindo e fazendo os mesmos passos.

Antes de a música acabar, a estrangeira olhou pro garoto perto dela e disse:

— Pronto pro que a gente combinou?