"Nobre Vagabundo" - PARTE 1

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"Nobre Vagabundo" é uma música de Daniela Mercury.
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Depois que subiram as escadas, Kirishima e Pandora acompanharam o garoto pro quarto. Ele não teve força pra protestar sobre a garota estar no seu quarto. Pandora ajudou o colega a tirar o blazer da escola e a gravata, enquanto pedia a Kirishima pra abrir a porta da sacada e puxar as cortinas. Ela sentou Deku na cama, passou os dedos entre os cabelos do garoto, olhou dentro dos olhos dele e disse:

- Izuku, eu vou descer pra pedir pra Momo um chá pra você, tudo bem?

Ele fez que sim com a cabeça.

- Vou trazer também uma água tá? E você fica aqui. A gente não vai te deixar sozinho, ok? O Kiri vai ficar com você. Prometo voltar logo. 

Pandora passou os dedos delicadamente pelo rosto de Mydoriya, apesar das unhas grandes, limpando as lágrimas. Ela então puxou o garoto pra si, beijando a testa dele, e saiu. Kirishima seguia meio sem saber o que fazer. Ele chamava a atenção de Bakugo em relação às atitudes às vezes, mas aquela forma de tratar o outro garoto partiu seu coração. Afinal de contas, secretamente, ele era apaixonado pelos dois, e sabia como Deku fazia de tudo pra ser uma pessoa legal com todo mundo. E, se ele agia daquela forma, se eles namorassem, como seria numa briga? Tudo aquilo deixou o ruivo extremamente desapontado.

Enquanto isso passava pela sua cabeça, viu o outro garoto inspirando e expirando fundo, sentado na cama, as mãos segurando as calças com força. Ele queria abraçar Deku com força e dizer que ele estava ali, mas achou que não parecia boa ideia. Então sentou do lado dele e ficou uns instantes se sentindo idiota, por não saber o que fazer com as mãos. Decidiu então colocar uma delas em cima da do garoto e dizer:

- Solte os dedos, Deku. Vai ser melhor pra sua... ah... circulação.

Deku então levantou os olhos e ensaiou um sorriso no meio ao rosto triste. Era de partir o coração. Foi aí que alguém bateu na porta e chamou por ele baixinho:

- Kiri, pega a água aqui. Eu vou voltar lá na cozinha tá? Não deixa ele sozinho. Se ele quiser tomar banho vai com ele.

"QUE??!?!?! TO... TOMAR BANHO??? COM ELE???". Kirishima quase engasgou. Pensou um pouco e viu que tinha entendido a colega errado por causa do seu nervosismo. "Era só pra companhia, nada de mais", pensou. Chegou perto de Mydoriya novamente, sentou na cama, abriu a garrafa d'água e disse:

- Bebe um pouco. Vai ajudar.

- O... obrig... gado, Ki...ri...shima - disse o garoto soluçando.

Ele não chorava mais, mas o rosto ainda estava triste. Kirishima pegou a garrafa de água e sentou novamente perto de Deku, e dessa vez não teve muito tempo pra pensar o que faria. Pandora entrou com uma caneca e entregou para Deku. Ele segurou a caneca de chá morno que Momoyao tinha feito. Seus olhos ardiam e a cabeça ainda doía do choro de mais cedo, mas ele estava mais calmo. A garota então tirou as pantufas, pediu pros meninos sentarem no chão. Ela sentou na cama e indicou que Deku ficasse no meio das pernas dela, pra que ela pudesse fazer carinho no seu cabelo enquanto ele tomava o chá. Pandora sinalizou pra Kirishima ficar do lado do garoto, afinal, ela tinha duas mãos e ele AMAVA um carinho na cabeça.

Deku estava acostumado com o carinho da mãe e a atenção de Ochaco, mas isso era diferente. Era uma cultura diferente, mas era um costume que ele estava gostando. E tinha a proximidade com Kirishima também. Os dois sentados, lado a lado, os braços encostando um no outro. Seu coração ficou quentinho, e ele respirou um pouco mais aliviado.

CAIXA DE PANDORA - 1º TOMOOnde histórias criam vida. Descubra agora