CAIXA DE PANDORA - 1º TOMO

"Evidências" - PARTE 2

3

— STITCH! VOCÊ PRECISA VER IS- ah, oi gente.

A voz de Alex pareceu cortar o silêncio, ao que Bakugo agradeceu secretamente. "Salvo pelo gongo", pensou. O garoto quase derrapou ali mesmo, quando foi na direção dos armários das garotas pra poder mostrar algo a Pandora, mas se deteve quando viu aquele monte de gente.

— O que foi, Starlight? UUUUH, O QUE TEM AÍ?! - disse ela, tentando xeretar a caixa na mão do amigo.

— Naaada, nada não. - respondeu, brilhando salmão - Cê não tem que pegar suas coisas não?

— Uhn, sei. Tá, vou pegar aqui, mas depois cê me conta! - respondeu, indo até o armário.

— Olha, Todo, cê ganhou um monte né? - comentou o brasileiro.

— Quando a gente for comer eu te chamo. - respondeu o bicolor.

Pandora alcançou a porta de ferro, distraída com a conversa dos garotos, e a abriu sem pensar. Pra sua surpresa, algumas caixas e pacotes começaram a cair de lá de dentro, e mais um tanto de pequenas cartas, tantas que ela não conseguia contar rapidamente. Se assustou, tentando segurar tudo numa falta de jeito enorme, parecendo que tinha acabado de entrar no curso de malabares.

— Olha ela, toda famosinha! - brincou Alex, começando a acender verde.

— N-não tem graça! - respondeu, gaguejando, enquanto fazia um pequeno redemoinho de vento pra não derrubar nada - Vo-vocês fizeram isso!?

— É muito difícil pensar que você atrairia outras pessoas além de nós? Sério? - debochou Shinso, que se divertia com o embaraço da pequena.

— Bro, e ainda teve aquele lance de "matadora de nomu". Por mais que você tenha ameaçado o pessoal que tava passando o boato, você ficou famosa né? - pontuou o ruivo.

— E você é amiga da Nejire-san e do Tamaki-senpai, conhece algumas pessoas dos anos acima, talvez isso tenha influenciado. - murmurou Deku.

— Não olhe pra mim, eu só gastei uns 7.200 yenes com os presentes de vocês porque meu pai me impediu de usar mais o dinheiro dele.

As pessoas que estava ali olhavam céticas para Shoto, com expressões no rosto que misturavam incredulidade por aquele bombonzinho pensar em fazer algo tão mal e o prazer de saber que o pai escroto dele teria se ferrado muito se não o tivesse impedido.

— Urgh... tá bem. Deixa eu guardar isso na mochila pra ler depois. Vamos? Todos prontos pra aula?

Todos eles acabaram positivamente, menos Katsuki, que permanecia com o olhar parado, longe.

— Kacchan?

— Huh?! Que foi? - a voz de Deku, como sempre, tirando-o de seus pensamentos.

— Já pegou o que precisava?

— ... não, vou pegar. Podem ir saindo do meio do caminho, tão parecendo um amontoado de pinos de boliche.

Deram de ombros e começaram a se mexer. Bakugo também abriu seu armário e, lá dentro, havia uma caixinha vermelha, com certeza vinda de Kirishima, um pacotinho com um chocolate de edição limitada do All Might, com um bilhete dentro. Assim que puxou o saquinho, um pacote menor caiu no chão, chamando a atenção de Bakugo pelo enorme cartão laranja preso nele.

Segurou a caixa e o pacote menor nos braços, enquanto pegava o que tinha o chocolate do antigo nº 1. Abriu e o cheiro incrível de chocolate amargo encheu suas narinas, e ele deixou um pequeno sorriso brotar nos lábios. Pegou o bilhete ali dentro e o abriu, e sabia exatamente que ia encontrar a caligrafia de Izuku: